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quinta-feira, 6 de julho de 2017

O Nascimento do Messias

O Nascimento do Messias


No dia 19 de novembro de 1997 aconteceu algo extraordinário: Bobbi McCaughey, da cidade de Carlisle, Iowa (EUA), deu à luz a sete bebês saudáveis. Com a notícia do nascimento bem sucedido dos sétuplos, o mundo pareceu fazer uma pausa para refletir, maravilhado e assombrado. Paula Mahone, a médica que fez o parto, expressou o que estava no coração de cada um: “Esta é uma situação singular”, disse ela. “Eu consideraria isto um milagre.”

Há dois mil anos, ocorreu um nascimento ainda mais extraordinário, singular e miraculoso. Esse não produziu as manchetes que os sétuplos da família McCaughey provocaram. Na verdade, relativamente poucas pessoas souberam que ele havia ocorrido. No entanto, os efeitos desse evento não apenas dividiram nosso tempo em duas partes – a.C. e d.C. –, como também estabeleceram para sempre um testemunho vivo do amor e da fidelidade de Deus. Naquela noite nasceu o Messias. O nascimento de Jesus de Nazaré não foi prematuro, nem tardio. Ele nasceu no tempo exato, de acordo com a agenda profética de Deus. Não se tratou de um acidente, ou de um golpe do destino.  Tudo foi planejado, predito e prometido com centenas de anos de antecedência. O nascimento do Messias foi verdadeiramente uma vinda abençoada.

Uma pessoa abençoada
A identidade e a linhagem do Messias não foram deixadas ao acaso, pois Deus não queria nenhuma confusão sobre o assunto. Desde o começo, Ele foi revelando progressivamente quem viria a ser o Seu Ungido.

Depois que Adão e Eva pecaram, Deus amaldiçoou a serpente. Dentro dessa maldição estava a promessa de Alguém que viria e esmagaria a cabeça da serpente. Esse Prometido viria da descendência da mulher e seria um homem (Gn 3.15). Isso foi reiterado mais tarde, na promessa dada por intermédio do profeta Isaías: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu” (Is 9.6). Em outras palavras, o Messias não seria um anjo, um animal, ou alguma criatura incomum. Tampouco o Messias seria uma mulher. Deus prometeu levantar um ser humano, um homem, que um dia feriria mortalmente “a antiga serpente, que se chama Diabo e Satanás” (Ap 12.9).

As circunstâncias miraculosas cercando Seu nascimento dariam indicações de Sua natureza divina. Mais uma vez, por meio de Isaías, Deus fez uma promessa. À casa de Davi não seria dado um sinal de sua própria escolha, mas um sinal determinado por Deus: “eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel [literalmente: Deus conosco]” (Is 7.14).

Embora muitos debates tenham focalizado a questão se o termo hebraico “almah” deveria ser traduzido como “virgem” ou “mulher jovem”, os tradutores judaicos da Septuaginta (a tradução grega do Antigo Testamento) escolheram o termo grego “parthenos”, para indicar claramente o que entendiam que a palavra hebraica deveria significar, ou seja, “virgem”. Além disso, “parthenos” foi a palavra empregada por Mateus em seu evangelho, quando citou essa passagem de Isaías (Mt 1.23). Conseqüentemente, o sinal miraculoso que Deus iria conceder seria o fato de uma virgem conceber e dar à luz um filho.

Além disso, conforme indicado por Seu nome, esse Filho seria de natureza divina. Na tradição judaica, ensinava-se que nos tempos primitivos da história humana, pela ministração do Espírito Santo, as pessoas poderiam dirigir o futuro de seus filhos por intermédio dos nomes que lhes dessem (Gênesis Rabbah 37.7). Também era prática comum dar um nome à criança de acordo com um pensamento ou conceito indicativo da sua natureza. Por isso, quão significativo é que Deus, quando concedeu o sinal especial do Filho nascendo de uma virgem, deu-Lhe, Ele mesmo, um nome que revelava não apenas o que esse Filho faria, mas também o que Ele seria (“Emanuel”). Este menino especial seria Deus e Ele estaria conosco.

Estreitando ainda mais a árvore genealógica do Messias, Deus planejou que Ele viesse de uma nação específica – Israel (Gn 22.18; compare Gl 3.16); de uma tribo específica de Israel – Judá (Gn 49.10); e de uma família específica de Judá – a família do rei Davi (Jr 23.5). Portanto, esses eram os requisitos genealógicos e de nascimento para qualquer um que pretendesse reivindicar ser o Messias.

Uma época abençoada
Os rabinos antigos pronunciavam uma maldição sobre qualquer pessoa que tentasse calcular a época da chegada do Messias (Sanhedrin 97b). Eles temiam que o povo perderia a fé se Ele não aparecesse na data calculada. Apesar disso, a época da primeira vinda do Messias é descrita em Daniel 9.24-27: “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniqüidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos. Depois das sessenta e duas semanas será morto (a Ed. Rev. e Corrigida diz: “tirado”) o Ungido e já não estará; e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas.”

Nessa passagem, o anjo Gabriel informa ao profeta Daniel que “setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade”. Essas setenta semanas são semanas de sete anos cada, e não de sete dias – um total de 490 anos. O ponto de referência para iniciar a contagem é este: “desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém”. O único decreto registrado nas Escrituras que encaixa historicamente com essa profecia é aquele baixado pelo rei Artaxerxes, em Neemias 2. Esse decreto, que ordenava a reconstrução das portas e dos muros de Jerusalém, foi editado no vigésimo ano do rei Artaxerxes – 445 a.C.

De acordo com o anjo Gabriel, em Daniel 9.25, desta data em diante, um período de 69 semanas, ou 483 anos, se encerraria na época em que “o Ungido, o Príncipe” estaria presente. Por meio de cuidadosos cálculos (empregando anos proféticos de 360 dias), eruditos bíblicos chegaram à conclusão de que as 69 semanas terminaram em torno do ano 32 d.C.[1]

Embora tenha havido debates a respeito da data precisa, não pode ser questionado que, de acordo com essa passagem, o Messias tinha que chegar e “já não estar” (v. 26) antes da destruição da cidade e do santuário (templo). Como Daniel recebeu essa profecia algum tempo após a primeira destruição de Jerusalém e do templo, em 586 a.C., essa segunda destruição tem de referir-se àquela efetuada pelo exército romano, em 70 d.C. Portanto, o Messias deveria chegar 483 anos depois de 445 a.C. e antes de 70 d.C.

Um lugar abençoado
Miquéias 5.2 (5.1 na Bíblia judaica) é uma promessa acerca da qual há a maior unanimidade entre eruditos cristãos e antigos estudiosos judeus – concorda-se que se trata de uma profecia messiânica: “E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”.

De acordo com essa promessa, a pequena vila de Belém-Efrata seria o local de onde viria o Messias. Numerosas fontes judaicas antigas concordam com essa interpretação (Targum Jonathan sobre Miquéias 5.1; Lamentações Rabbah 1.16, parágrafo 51). Inclusive nos dias de Herodes, o Grande, sábios judeus compreendiam Miquéias 5.2 como sendo uma referência ao lugar de nascimento do Messias (Mt 2.4-6).

É significativo que o profeta Miquéias tenha identificado claramente qual Belém se tinha em vista, pois havia duas localidades chamadas Belém. Uma se encontrava no território dado à tribo de Zebulom, no norte (Js 19.15), enquanto a outra se localizava no território dado à tribo de Judá. Efrata era o nome original dessa segunda Belém. Ela distava aproximadamente oito quilômetros de Jerusalém para o sul e foi o lugar onde Davi nasceu e foi coroado rei.

Correspondendo à localização messiânica de Belém, existe um lugar chamado “torre do rebanho”. Nos dias bíblicos, os pastores muitas vezes vigiavam seus rebanhos de uma torre especialmente construída para isso. De lá, podiam observar a aproximação de bandidos ou animais selvagens. Miquéias 4.8 faz referência a essa torre: “A ti, ó torre do rebanho, monte da filha de Sião, a ti virá; sim, virá o primeiro domínio, o reino da filha de Jerusalém”. Uma antiga interpretação judaica considerava esse versículo como sendo messiânico e traduzia a expressão “torre do rebanho” por “Messias de Israel” (Targum Jonathan).

A única outra referência à “torre do rebanho” encontra-se em Gênesis 35.21: “Então, partiu Israel e armou a sua tenda além da torre de Éder [literalmente, “rebanho”]”. Isso ocorreu logo após a morte de Raquel, no caminho para Efrata, ou Belém (Gn 35.19). Assim, essa “torre do rebanho” encontrava-se próxima de Belém. Como resultado da localização da torre e da interpretação de Miquéias 4.8, outro Targum judaico traduz Gênesis 35.21 da seguinte forma: “Jacó partiu e armou suas tendas além da torre do rebanho, o lugar de onde o Rei Messias se revelará no fim dos dias” (Targum Pseudo-Jonathan).

Portanto, o lugar abençoado do qual se originaria ou nasceria o Messias era Belém-Efrata.

Um nascimento abençoado
Na época em que o Messias chegou, a Palavra de Deus havia detalhado suficientemente como Ele poderia ser reconhecido simplesmente em termos de Seu nascimento, para não mencionar as profecias concernentes a toda a Sua vida. Tal detalhamento aponta para Jesus de Nazaré.

Em primeiro lugar, Jesus possuía a linhagem física correta. Ele nasceu de uma mulher, Maria, cumprindo assim os requisitos de um ser humano, um homem, nascido de uma virgem (Lc 1.34-35). Com respeito à Sua divindade, muitas passagens das Escrituras confirmam Suas obras miraculosas e Sua confissão pessoal (por exemplo, Jo 10.30-33). Ele também foi judeu – Mateus 1 e Lucas 3.23-38 confirmam que Jesus de Nazaré foi “filho de Davi, filho de Abraão” (Mt 1.1).

Em segundo lugar, Jesus nasceu no tempo certo. Obviamente, Ele viveu após 445 a.C. e antes de 70 d.C. Durante Seu ministério, Ele pregou que “o tempo está cumprido” (Mc 1.15). Como mencionamos acima, os eruditos bíblicos calcularam que ao redor do ano 32 d.C. cumpriram-se os 483 anos da profecia de Daniel. Mais especificamente, acredita-se que eles se encerraram exatamente nos dias em que Jesus foi aclamado como Messias e entrou em Jerusalém montado num jumentinho. Nessa ocasião, Jesus parou repentinamente e chorou sobre Jerusalém. Ele exclamou: “Ah! Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos... porque não reconheceste a oportunidade da tua visitação” (Lc 19.42,44). A época da chegada do Messias havia sido proclamada pelo profeta Daniel. Mas os líderes judeus de então, representando a nação como um todo, não o reconheceram. Igualmente, em cumprimento da profecia de Daniel, Jesus foi “tirado” (Dn 9.26, Ed. Rev. e Corrigida), uma referência à Sua morte prematura por meio da crucificação. Até mesmo isso não ocorreu por acaso. A morte de Jesus tinha um propósito. Ele “a si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho que se deve prestar em tempos oportunos” (1 Tm 2.6).

Em terceiro lugar, Jesus de Nazaré nasceu no lugar certo – Belém. Ele não nasceu na Belém vizinha de Nazaré, apesar de José e Maria viverem em Nazaré. Em vez disso, Ele nasceu na outra Belém, a Belém-Efrata. Deus, em Sua providência, fez com que o imperador romano Augusto decretasse que em todo o império deveria ser realizado um recenseamento. Isso exigia que todos os cidadãos retornassem às cidades de seus ancestrais. Por isso, José foi obrigado a fazer uma viagem longa e difícil a Belém, juntamente com Maria, sua esposa, que se encontrava grávida. Enquanto ainda estavam lá, Jesus, o Messias, nasceu, exatamente como Deus havia planejado e prometido (Lc 2.4,7).

Um outro aspecto interessante do nascimento de Jesus é que “havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite” (Lc 2.8). Foi a esses pastores que a multidão de anjos proclamou o nascimento do Messias nas proximidades de Belém. Será que esses pastores se encontravam próximos da “torre do rebanho”, o lugar a partir do qual o Messias seria revelado?

A evidência confirma que Jesus de Nazaré foi a pessoa abençoada, nascida no tempo abençoado, no lugar abençoado. Como a identificação de um bebê, feita na maternidade, as marcas históricas identificadoras que envolvem Seu nascimento provam que, de fato, Sua vinda foi uma vinda abençoada.

Por ocasião do nascimento dos sétuplos da família McCaughey, foi dito que “o nascimento é apenas o começo da história, não o fim”. Com Jesus também é assim.

quarta-feira, 5 de julho de 2017

EXEGESE DE ISAÍAS 7:14 - O EMANOEL PROMETIDO


EXEGESE DE  ISAÍAS  7:14 

 A  PROMESSA  A  RESPEITO  DE  EMANUEL

 Isaías é chamado pelos estudiosos como o maior dos profetas do Velho Testamento, o "rei de todos os profetas". Chega a ser cognominado "a águia entre os profetas" e o evangelista da antiga aliança. O significado do seu nome, em hebraico, é bem apropriado para o caráter de seus escritos "Yeshayahu", cujo sentido é = Yahweh é a salvação. 

Sua capacidade estilística é impressionante, seus recursos para criar figuras literárias nos enleva. Sabedores de que a maior parte do seu livro foi escrito em forma de poesia, para surpresa de alguns, ele é considerado o maior poeta do Velho Testamento.

Comentaristas na Introdução aos Profetas, da Bíblia de Jerusalém, o denominam de poeta genial. O brilho do estilo, a novidade das imagens fazem dele o grande clássico da Bíblia.

Para bem compreender o verso de Isa. 7:14, ele deve ser estudado em seu contexto histórico, em seu problema gramatical e em suas implicações teológicas.

I – Contexto Histórico

O livro de Isaías tem sido dividido por alguns em duas partes:

1º) Abrangendo 39 capítulos;

2º) Compreendendo os demais 27 capítulos.

A primeira parte está dividida em 5 seções.

Com o capítulo 7 começa a segunda seção, onde se descreve a aliança da Síria com o reino de Israel (Efraim) contra Judá, no reinado de Acaz. Se a cronologia nos informa que Acaz começou a reinar em 735 AC, estes eventos se realizaram em 734.

A Síria governada por Rezim, e Israel administrado por Peca, o perverso assassino do rei Pecaías, aliaram-se com o iníquo objetivo de subjugar o reino de Judá e obrigá-lo a cooperar com eles na campanha militar contra a poderosa e agressiva Assíria. Com a ameaça de um ataque iminente, o rei de Judá e o povo ficaram aterrorizados e cheios de grande perturbação.

Acaz, de personalidade tíbia e pusilânime, ferido em seu amor próprio devido à primeira derrota frente a Peca e Rezim, cometeu a insensatez pecaminosa de pedir auxílio ao rei assírio. Ainda mais, amedrontado, tomou a prata e o ouro da casa do Senhor, e os tesouros da casa do rei e os enviou a Tiglate-Pileser com a declaração vexatória: "Eu sou teu servo e teu filho; sobe e livra-me do poder do rei da Síria e do poder do rei de Israel, que se levantam contra mim", como nos relata II Reis 16:7-9. Diante desta situação aflitiva, Isaías recebeu de Deus a incumbência sagrada de procurar Acaz com alguns objetivos.

1º) Apresentar-lhe uma mensagem estimulativa da parte de Deus: "Acautela-te e aquieta-te, não temas nem desanime o teu coração". Isa. 7:4. Em outras palavras ele queria dizer: não há nenhuma necessidade para preocupação, já que numa elegante metáfora, ele compara os dois reis a pedaços de tições fumegantes, pois se outrora eram perigosos, agora seu poderio estava quase extinto. Em sua entrevista com Acaz, o profeta procurou animá-lo, transmitindo-lhe a seguinte mensagem: se depositasse confiança no Senhor haveria livramento. Rezim e Peca em breve desapareceriam como bolhas de sabão.

2º) Isaías, com seu acendrado espírito religioso, combateu tenazmente a aliança com poderes pagãos, porque previa os males que viriam para Acaz e para o povo de Deus.

A mensagem do profeta ao rei alarmado era de confiança em Deus, culminando com a declaração do verso 9: "se o não crerdes, certamente não permanecereis". Nesta afirmativa do profeta, há um notável trocadilho hebraico, que é difícil transmitir numa tradução.

Eis algumas tentativas para reproduzir o efeito original:

"Sem fé não há fixidez".

"Sem confiança forte não há forte de confiança".

"Sem confiança não há permanência".

As conseqüências de rejeitar a orientação divina são evidentes no relato sagrado:

Politicamente Acaz se vê transformado num simples vassalo da Assíria.

Na esfera religiosa, rejeitando a promessa de libertação que o mensageiro do Senhor lhe oferecera, entregou-se inteiramente ao paganismo. II Reis 16:10-18.

Tanto se afastou de Deus, que chegou a passar o seu filho pelo fogo, influenciando com seu comportamento negativo o declínio espiritual de todo o povo. Altares pagãos foram erigidos por toda a parte, inclusive no templo em Jerusalém, fazendo com que o culto ao verdadeiro Deus se extinguisse.

Quando Isaías viu, que tanto o rei quanto os seus subordinados, desprezaram a mensagem divina, ele silenciou por algum tempo o seu ministério público. 

3º) Sugeriu que Acaz pedisse um sinal como evidência de que estava diante de um verdadeiro profeta de Deus. Já que não crês nas palavras do profeta, pede um sinal, uma garantia ou evidência que te as segure que Deus cumprirá a promessa de salvar o Seu povo.

Acaz respondeu: "Não o pedirei nem tentarei ao Senhor". Isa. 7:12.

Sua declaração era uma saída hipócrita sob o pretexto de que guardava a lei. (Deut. 6:16)

Se tentar a Deus é pôr Deus em uma prova, o pedir o sinal que era oferecido por Ele não seria tentá-Lo.

A razão primordial para rejeitar o sinal, era que ele não estava disposto a submeter-se à vontade de Deus, ou estava receoso de que o obrigasse a alterar a política externa que adotara.

Diante da atitude de Acaz recusando-se a pedir um sinal, Isaías lhe diz que Deus lhe daria o sinal.

"Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e lhe chamara Emanuel". Isa. 7:14.

Este sinal dado por Deus é a demonstração mais convincente de Sua intervenção e direção na História.

No livro A Profecia de Isaías de A. R. Crabtree, pág, 157 há esta afirmação: "Talvez não haja outra profecia no Velho Testamento que tenha produzido mais perplexidade e mais discussão do que estes versículos sobre o sinal que Deus deu a Acaz".

Corrobora com esta afirmativa Albert Barnes em Notes on the Old Testament, vol. 8, pág. 157, ao declarar "... não existe nenhuma profecia no Velho Testamento da qual se tenha escrito tanto, e que tem produzido mais perplexidade entre os comentaristas do que esta".

Os versos 17 a 25 apresentam uma terrível descrição de como eles seriam assolados em virtude da rejeição do sinal.

II – O Problema Gramatical

Isaías 7:14 é uma passagem extremamente difícil de ser traduzida. Temos aqui um dos mais controvertidos problemas textuais de toda a Bíblia.

O pomo da discórdia se encontra na palavra "almah", que tem trazido para os intérpretes uma longa e complicada discussão.

Traduções da Bíblia como a Septuaginta, King James Version, Almeida tanto a Revista e Corrigida como a Atualizada a traduzem por "virgem". Outras mais fiéis ao original hebraico como a Revised Standard Version, a de Moffatt, New English Bible e A Bíblia de Jerusalém preferem traduzi-la por jovem ou mulher jovem. Diante destas declarações a primeira pergunta que se levanta é esta: qual é a tradução preferível para "almah"? Virgem ou jovem?

Afirmam alguns, peremptoriamente, – se os tradutores da Septuaginta traduziram a palavra "almah" para pavrdenov – a virgem, e se não podemos descrer do conhecimento que tinham do hebraico os que fizeram o trabalho, então não assiste nenhuma razão àqueles que insistem que em Isa. 7:14 o termo tem que ser traduzido para uma jovem na idade de se casar.

O traduzir de uma maneira ou de outra sempre cria problemas: Tradicionalmente sempre se defendeu a tradução para virgem, por ser aparentemente a única a predizer claramente o nascimento virginal de Cristo. Mas se esta passagem é uma profecia referente a uma criança que deveria nascer como sinal para o rei Acaz, a mãe desta criança não poderia ser virgem porque criaria um problema de ordem teológica. Sendo que outras traduções trazem "mulher jovem", exegetas intervêm declarando que este procedimento elimina uma doutrina fundamental da Bíblia, o maravilhoso nascimento virginal de Cristo.

O livro Problems in Bible Translation, nos informa que a palavra "almah" aparece nove vezes no Velho Testamento, mas que é difícil especificar exatamente o seu real significado. Conclui dizendo que "almah" designa simplesmente uma "mulher jovem" em idade de casamento, quer noiva ou não, casada ou não, virgem ou não". Pág. 168.

O vocábulo hebraico para virgem é "bethulah" que aparece 50 vezes no Velho Testamento.

C. G. Tuland, concluiu seu artigo no Ministério Adventista, março-abril de 1969, pág. 19, explicando Isa. 7:14, da seguinte maneira: "Portanto, não parece ser justificável traduzir "almah", "mulher jovem", em Isa. 7: 14, por virgem. A única tradução coerente é a da R.S.V.: "Eis que uma mulher jovem conceberá, e dará à luz um filho".

A. R. Crabtree, no livro A Profecia de Isaías, pág. 158, defende tese contrária, com bastante dogmatismo, ao afirmar que "almah" em Isa. 7:14 deve ser traduzida por virgem, havendo assim um nascimento milagroso no tempo de Isaías, semelhante ao de Cristo, sem se preocupar com o profundo problema teológico envolvido nesta interpretação.

Sendo que este mesmo autor declara que quase todas as palavras se usam em mais de um sentido, informando-nos também que a significação de qualquer palavra deve ser determinada pelo uso no contexto, pelo sentido com outras passagens bíblicas, e em relação com o ensino geral da Bíblia sobre o mesmo assunto, não seria melhor concluir que Isaías a empregou, no sinal para Acaz com o significado de jovem, e Mateus fazendo uma aplicação messiânica do mesmo verso usa a palavra parthenos ou virgem?

Quem seria a jovem de Isaías 7:14? Três possibilidades têm sido sugeridas:

1ª) Seria a própria esposa de Isaías;

2º) Outros advogam que esta jovem fosse a esposa do próprio rei Acaz, pois ele tinha nesse tempo 21 anos;

3º) Um terceiro grupo, menos numeroso, mas com possibilidades verossímeis, defende a tese de ser outra jovem da família real, bastante conhecida a eles, mas a nós desconhecida.

Pessoalmente, baseado no contexto bíblico (Is. 8:3), creio que a jovem era a própria esposa de Isaías. Conferindo Isaías 1:1 com 6:1 concluiremos que o profeta estava no início de seu ministério, que se estendeu por meio século após este evento.

III – Implicações Teológicas

A verdade do nascimento virginal de Cristo está implícita através das Escrituras, portanto não precisa ser confirmada por uma palavra hebraica de Isaías 7:14.

Se a tradução de "almah" por virgem, cria um problema de natureza teológica, por não poder ser aplicável no tempo de Isaías; outro problema nada inferior a este seria se Isaías houvesse usado a palavra "bethulah" para uma outra ocorrência além do nascimento virginal de Cristo.

Se os exegetas defendessem que Isaías 7:14 profetizava um nascimento virginal milagroso, teriam também de aceitar que esta criança teria a mesma natureza divino-humana e o mesmo poder que Jesus possuía.

Das muitas explicações propostas, visando solucionar o problema, o livro Problems in Bible Translation, pág. 151, destaca estas 4:

1º) Isaías 7:14 não constituía uma verdadeira profecia de eventos, quer no tempo de Cristo ou no de Isaías;

2º) Cumpriu-se de alguma maneira desconhecida nos dias de Isaías e não de outra forma;

3º) Apontava ao futuro exclusivamente para o nascimento de Cristo;

4º) Era uma profecia dupla, aplicável tanto aos dias de Isaías, quanto ao nascimento do Messias.

A primeira explicação é insustentável para quem acredita na inspiração das Escrituras.

O segundo ponto de vista nega a inspiração de Mateus.

A aceitação de que a alusão apontava unicamente para o nascimento de Cristo despreza completamente o contexto e o ambiente histórico de Isaías 7:14.

A quarta solução proposta é a única totalmente consistente, com o conceito de que tanto Mateus quanto Isaías foram inspirados.

O estudo atento do texto hebraico e das varias interpretações propostas, nos levam à conclusão de que em Isaías 7:14 temos uma profecia messiânica.

Este texto deve ser incluído entre as profecias messiânicas pelo princípio do duplo cumprimento comum a muitas profecias bíblicas, como nos confirmam os seguintes exemplos.

1º) A promessa feita a Abraão nos seus descendentes (Gên. 13:16; 15:5), e um descendente, que é Cristo (Gál. 3: 16).

2º) A profecia de Mateus 24, se cumpriu primeiramente na destruição de Jerusalém, no ano 70 da nossa era; mas, o seu cumprimento final será no fim do mundo.

Da mesma forma, a promessa a respeito de Emanuel, teve uma aplicação imediata e primária da libertação temporária de Judá nos dias de Acaz, mas depois de 730 anos, numa aplicação secundária de outro livramento do inimigo, através da encarnação de Cristo, iniciando assim o período da salvação espiritual e de paz com Deus.

O nome Emanuel, dado à criança dos dias de Isaías, foi mudado diante da recusa de Acaz de submeter-se a Deus. Isaías foi instruído a colocar na criança o nome de Maher - Shalal - Has - Baz.

A promessa a respeito de Emanuel poderia ser sintetizada nestas palavras: É uma promessa de plena e absoluta confiança, de que o mesmo Deus que não desampararia os seus filhos no tempo de Isaías. Ele através do nascimento de Cristo está conosco no eterno concerto da graça para nos salvar, jamais desamparando o Seu povo, antes protegendo-o e guardando-o para a glória futura.

Enfatizemos mais uma vez a idéia contida em Isaías 7:9: "Se o não crerdes, certamente, não permanecereis." Esta confiança absoluta, penhor da salvação (Is. 28:16) nos mostra que não podemos confiar em coisas ou em pessoas.

Que a promessa apresentada por Isaías a respeito de Emanuel – Deus conosco – esteja sempre conosco e que a transmitamos aos outros para sua e nossa salvação.

Extraído do Livro: "Leia e Compreenda melhor a Bíblia" de Pedro Apolinário
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