ANUNCIE O EVANGELHO DA SALVAÇÃO!

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Aproximadamente, Três pessoas morrem a cada segundo, 180 a cada minuto, desde que você começou a ler esse texto "mais de 2000 pessoas partiram para a eternidade"! Um acidente de automóvel. . . Um ataque do coração. . . Ou mesmo uma morte por velhice. Será que todas elas ouviram a verdade da salvação?

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Efésios 4: 8 - DEU DONS AOS HOMENS

Efésios 4: 8 - DEU DONS AOS HOMENS


Texto:Salmo 68: 18 - RECEBESTE PRESENTES PARA OS HOMENS -

Compare:

Efésios 4: 8 - DEU DONS AOS HOMENS. -

Se a citação é dos Salmos, em Efésios (N.T.) houve uma modificação.

Por que Paulo muda a pessoa do verbo (“ele” – “tu”) e o próprio verbo (“deu” – “recebeste”?

Gostaria de ajuda para entender essa variação!

Paulo muda a pessoa do verbo (“ele” – “tu”) e o próprio verbo (“deu” – “recebeste” , TM “lqcht” e LXX “élabes) procurando assim aplicar essa passagem, a dons concedidos por Jesus – Seria um erro? Acredito que não! Note que o verbo muda de forma drástica, pois em Tehilim reza RECEBER (TU) e não DAR (ELE), pode-se ver, que para aplicar a Jesus em vez de receber ele muda para o verbo dá .

Quando eu cito Salmo 68: 18 e me utilizo da Bíblia do Pastor J. F. Almeida (Revista e atualizada), querendo trazer a atenção para o seguinte:

Existe diferença entre o texto de do Salmo 68: 18 e Efésios 4:8; e que diferença seria esta?

No Livro de Salmos diz que a o Agente – 2a pessoa no singular = TU --- RECEBE DONS..

No Livro de Efésios diz que a o Agente – 3a pessoa no singular = ELE --- DEU DONS.


Penso que talvez a solução possa está nos targuns

Abraço



Resposta 

Paulo cita aqui o trecho de do SAL 68:18,mas não exatamente conforme o original hebraico que é conhecido hoje através dos textos massorético. Alias sua citação não conferi nem com septuaginta que diz: Tu subiste ao alto , tu levaste cativo o cativeiro , tu recebeste dons entre os homens. Realmente há uma modificação da segunda pessoa (conforme LXX) pra terceira pessoa ,nesta epístola ao Efésios , e que ao invés de <<recebeste >>lemos <...Concedeu...>.Ao contrário do que possa parece,entretanto, Paulo não estava traduzindo descuidadamente,mas apenas seguindo uma interpretação rabínica comum dessa passagem. Esse trecho de salmos era aplicado à pessoa de Moisés , como se fosse uma alusão à sua ascensão no monte Sinai , a fim de receber dons ,mas com exato propósito de concedê-los aos homens. Em outras palavras ele recebeu os dons para os homens. Segundo O D,R.N Champlin, um dos Targuns chega mesmo a utilizar –se da expressão usada neste texto <<deu aos homens>>.Por conseguinte,o que foi dito sobre Moshê , de acordo com os comentários dos rabinos judeus sobre suas próprias Escrituras do A. T . é aplicado pelo o apostolo a Cristo, e isso é um fenômeno comum utilizado por Paulo que era um Rabino Fariseu. Tais aplicações a Cristo. Antes é verdade que algumas passagens são citadas de maneira livre sem seguir uma exatidão .Contudo isso não deveria surpreender, porquanto os antigos comumente manuseavam textos citando desse modo. Portanto, Paulo comum um excelente rabino apenas usou uma metodologia comum entre os judeus. Portanto, Judeu “erudito Judeu” faça mais uma vez sua lição de casa, porque eu não sou um bobo que você possa enganar. 

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

O Judeu Que Não Pode Ser Deus

O Judeu Que Não Pode Ser Deus

Norbert Lieth
“Reconheçam que o Senhor é o nosso Deus” (Sl 100.3, NVI). O próprio Jesus Cristo é o Senhor nosso Deus. Ele é o judeu que, na opinião de muitos, não pode ser Deus. Mas justamente Ele é Deus. Nós somos vasos escolhidos desse nosso Deus Jesus Cristo. Ele nos chamou. E por ser nosso Deus, detém todos os direitos sobre a nossa vida. Por isso, queremos entrar e seguir neste novo ano com Ele, nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo, esperando pela Sua volta.
Martin Buber declarou:
Desde jovem eu percebia Jesus como meu irmão mais velho. Que a cristandade o visse e ainda vê como Deus e Messias sempre me pareceu um fato da maior seriedade, que tento entender por causa dele e por mim mesmo (...) Meu próprio relacionamento aberto e fraternal com ele tornou-se cada vez mais forte e puro, e hoje eu o vejo com um olhar mais claro e mais profundo do que nunca. Estou mais convicto do que jamais estive, de que ele merece um lugar de destaque na História da fé judaica e que esse lugar não pode ser encaixado em nenhuma das categorias conhecidas.[1]
Martin Buber, Shalom Ben Chorin, David Flusser e Pinchas Lapide foram grandes eruditos religiosos e teólogos judeus. Podem ser descritos como construtores de pontes entre o judaísmo e o cristianismo, que se ocuparam intensamente com o judeu Jesus. Mas todos eles tinham uma coisa em comum: não podiam (ou não queriam?) admitir que Jesus é Deus. Buber O vê como homem, mas não como Deus. Para sermos exatos, ele vê Jesus Cristo numa fila de falsos messias – mais sublime que os outros, sim, porém, ainda não divino. Martin Buber expressou sua posição em relação a Jesus com muita clareza em um diálogo com Schalom Ben Chorin:
Dos personagens messiânicos da História judaica, desde Bar-Kochba até o infame mentiroso Jakob Frank, Jesus é o mais elevado, o mais grandioso – mas ele não é o Messias (...) Depois dele o mundo continuou sem salvação, e nós sentimos que essa falta de salvação penetra literalmente em nossos poros (...).[2]
Mas é justamente de Jesus que Israel precisa para ser salvo!

Uma experiência de viagem

Estávamos viajando por Israel com um grupo de cristãos. No lago de Genesaré o guia turístico falou dos muitos eventos que aconteceram às margens desse lago, lembrou dos milagres que Jesus fez, das mensagem que Ele proclamou, das Suas idas e vindas para essa região tão carregada de história. Mais tarde ele contou sobre a pesca milagrosa depois da ressurreição de Jesus, mencionando que foram apanhados exatos 153 peixes (Jo 21.11). O guia perguntou qual seria o significado da menção exata desse número. As respostas dos viajantes foram as mais variadas. Depois de um tempo, ele revelou que o valor numérico hebraico de 153 é “ANI ELOHIM”, que significa “EU SOU DEUS”.
M(40) I(10) H(5) O(6) L(30) E(1) I(10) N(50) A(1)
Lendo da direita para a esquerda = 153.
Depois de Jesus, ressuscitado, encontrá-lo pessoalmente, Tomé declarou: “Senhor meu e Deus meu!” (Jo 20.28). Devemos lembrar que Tomé fez essa confissão tendo como pano de fundo toda a sua concepção judaica de fé e de vida. Um judeu como ele jamais teria ousado chamar alguém de Deus – a não ser que esse alguém fosse Deus. Depois da grande pescaria, quando Jesus estava na praia e os discípulos não O reconheceram imediatamente, João disse a Pedro: “É o Senhor!” (Jo 21.7). A seqüência merece consideração:
• primeiro Tomé confessa: “Senhor meu e Deus meu!”.
• mais tarde, João admitiu: “É o Senhor!”
• e agora parece que o Senhor, por meio do milagre dos 153 peixes, sublinha essa verdade: “Eu sou o Senhor no sentido divino!”.
“Simão Pedro entrou no barco e arrastou a rede para a terra, cheia de cento e cinqüenta e três grandes peixes; e, não obstante serem tantos, a rede não se rompeu” (João 21.11).

Uma placa irritante

Quando Jesus foi crucificado, Pilatos “escreveu também um título e o colocou no cimo da cruz; o que estava escrito era: Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus” (Jo 19.19). Os judeus se queixaram, mas Pilatos não recuou e manteve a inscrição (v.21). Horst Krüger afirmou: “Jesus de Nazaré, o Rei dos judeus. Isso irritou muito os judeus; pois leram em sua própria língua: Yeshua HaNatzri WuMelech HaYehudim, abreviado como YHWH. No último livro da Bíblia, o Cordeiro é o Rei dos reis e Senhor dos senhores”.[3]
O produto final de todas revelações bíblicas sobre a salvação, inclusive através do significado do nome do Salvador, é que o mundo todo reconheça que Jesus é o verdadeiro Deus e que só essa fé traz salvação.

Um judeu reconhece a Jesus

O judeu messiânico Dr. Arnold Fruchtenbaum salienta a divindade de Jesus em seu artigo “A soberania do Messias” e fala da importância de crer nEle. Esse judeu, que crê em Jesus como seu Salvador pessoal e seu Messias, diz que “o Messias é o Senhor do Antigo Testamento”. Para Fruchtenbaum existem três razões para essa afirmação:
1. Assim como no Antigo Testamento Deus fala de si mesmo como o Eu Sou, Jesus aponta para si mesmo como sendo o Eu Sou (Jo 8.58; 18.4-6).
2. Muitas passagens do Antigo Testamento que falam de Yahweh (Javé) também se aplicam a Jesus no Novo Testamento.
Fruchtenbaum menciona o Salmo 102.13,26-28 relacionando-o com Hebreus 1.10-12, onde a passagem do Antigo Testamento é aplicada a Jesus:
Outro exemplo é Isaías 6.5, onde Deus é chamado de Yahweh (“Senhor” em português), e em João 12.41 essa passagem de Isaías é aplicada a Jesus. É evidente que o Yahweh do Antigo Testamento é muitas vezes o mesmo que o Jesus do Novo Testamento.
3. A designação Adon ou Adonai do Antigo Testamento também é adequada ao Jesus do Novo Testamento. Por exemplo, Deus é chamado de Adon ou Adonai em Deuteronômio 10.17, e, conforme 1 Timóteo 6.15, essa designação se aplica a Jesus Cristo. Conforme João 12.39-40, a passagem de Isaías 6.8-10 também se refere a Jesus. Isaías 53.1 fala igualmente de Jesus, fato confirmado em João 12.38. No Salmo 110.1 é usada a palavra Adonai, e no Novo Testamento é esse o tratamento recebido muitas vezes por Jesus (Mt 22.41-45; Mc 12.35-37; Lc 20.41-44; At 2.34-36; Hb 1.13). Assim, fica evidenciado que Jesus é o Senhor do Antigo Testamento.

Doze observações

Com base em doze observações, Fruchtenbaum explica porque o Messias também é “o Senhor do Novo Testamento”:

Yahweh

Deus se revelou a Moisés no Antigo Testamento, dizendo: “Eu Sou o Que Sou” (Êx 3.14). Assim, confirma Seu sacrossanto nome próprio “Eu Sou” ou Yahweh (YHWH) – que também significa “O eternamente existente”. Na Antiga Aliança o Deus das alianças israelitas se revela freqüentemente. – Quando as versões bíblicas grafam os termos “Senhor” ou “Deus” no Antigo Testamento em letras maiúsculas (versaletes), estão mencionando o nome próprio de Deus: Yahweh. Traduções antigas usavam Jeová para esse nome. Como no hebraico se usam apenas as consoantes de um nome (YHWH), para os tradutores não era claro quais as vogais a introduzir na palavra. Hoje sabe-se que a expressão correta é Yahweh (Javé) e não Jeová.
1. A palavra grega kyrios equivale a YHWH, Adon ou Adonai do Antigo Testamento. Kyrios se adequa a Jesus no Novo Testamento em todas as nuances do seu significado que podem ser encontradas no Antigo Testamento. É usado 747 vezes para Jesus.
2. Jesus é o Senhor de todos (At 10.36; Rm 10.12; Ef 4.4-5).
3. Ele é o Senhor da glória (1 Co 2.8).
4. Ele é o Senhor dos senhores (Ap 17.14; 19.16; 1 Tm 6.15).
5. Todos os anjos são subordinados a Ele, porque Ele é o Senhor (1 Pe 3.22).
6. Por ser o Senhor, Ele é o cabeça da humanidade (Rm 14.9; 1 Co 11.3).
7. Porque é Senhor, Ele também é o cabeça sobre tudo (Ef 1.21-22).
8. Por ser o Senhor, Ele também é o cabeça da Igreja (Ef 1.22-23; 5.23; Cl 1.18; 2.19).
9. Já que Ele é o Senhor, Ele é o Senhor do sábado (Mt 12.8; Mc 2.28).
10. Ele é o Senhor como Messias (Mc 1.3; Lc 2.11; 3.4).
11. Ele também é chamado de Deus, o Senhor (Lc 5.8; Jo 20.28).
12. Ele também é o Senhor dos que crêem (Jo 13.13; 2 Co 12.8; 4.5; Ef 6.9).
“Baseado no fato de que Ele é o Senhor do Antigo e do Novo Testamento”, Fruchtenbaum tira sete conclusões:
1. Jesus é o Criador. João 1.3 enfatiza que todas as coisas foram feitas por meio dEle.
2. Jesus é o Mantenedor da aliança. Ele garantirá o cumprimento de todas as alianças firmadas por Deus no Antigo Testamento.
3. Jesus existe por si só. Assim como Deus, o Pai, a existência de Jesus não depende de qualquer outro elemento.
4. Jesus é o Mestre. E se Ele é o nosso Mestre, significa que devemos obediência a Ele.
5. Jesus é o dono. Ele é o proprietário do mundo e da humanidade porque os criou. Mas de um modo especial Ele é o proprietário de todos aqueles que crêem, pois somos nova criatura nEle. Assim, Ele tem o direito de agir conosco segundo a Sua vontade.
6. Jesus é o Soberano. Ele é o dominador supremo, que pode fazer o que quiser.
7. Jesus é o centro de todas as coisas. Ele é o centro do Universo, da existência humana, da nossa fé e da nossa salvação.
Finalmente, Fruchtenbaum resume, sem deixar dúvidas:
1 Coríntios 12.3 confirma que ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor a não ser por meio do Espírito Santo. Não-salvos podem usar esse tratamento para Jesus no sentido de “Mestre”, mas nessa passagem “Senhor” também significa “Deus”. Quando a Bíblia diz que o descrente deve crer no Senhor Jesus, significa simplesmente que ele deve aceitá-lO como Deus-Homem e Messias, não como o mestre das pessoas. (...) Mais uma vez, fé que salva significa reconhecê-lO como Deus-Homem.[4]
A partir dessa perspectiva conseguimos entender muito bem a declaração de Joel no Antigo Testamento acerca de Deus e seu subseqüente cumprimento neotestamentário em Jesus: “E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor (Yahweh) será salvo; porque, no monte Sião e em Jerusalém, estarão os que forem salvos, como o Senhor (Yahweh) prometeu; e, entre os sobreviventes, aqueles que o Senhor (Yahweh)chamar” (Jl 2.32). Reportando-se a essa passagem, Paulo explica em Romanos 10.9,13: “Se, com a tua boca confessares Jesus como Senhor (kyrios)... Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor (kyrios) será salvo”.
Dispensações

Citando Buber mais uma vez

Buber também diz:
Creio firmemente que a comunidade judaica, quando renascer espiritualmente, recepcionará a Jesus, não apenas como uma grande figura da sua história religiosa, mas num contexto vivo de um desenrolar messiânico milenar, que culminará com a salvação de Israel e do mundo. Mas eu também estou igualmente convicto de que jamais reconheceremos Jesus como o Messias que já veio, porque isso (...) contradiria a essência de nossa paixão messiânica (...). Na poderosa ligação que conduz nossa expectativa messiânica, que está amarrada a uma rocha no Sinai e se estende até uma estaca, ainda invisível, fincada nas bases do mundo, não há nenhum nó a interrompê-la (...) Para nós não existe uma causa chamada Jesus. Para nós só existe a causa divina.[5]

O erro de Buber

Nesse aspecto Buber está redondamente enganado. Quando Jesus voltar para salvar Israel, Ele virá como Aquele que já esteve aqui na terra e como Aquele que é Deus: “Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso” (Ap 1.8). Nesse versículo é Jesus quem está falando (como o contexto evidencia; veja os versículos 11,13,17-18). Ele fala como Aquele que já esteve aqui, que voltará e como o Todo-Poderoso.
Apocalipse 19.11-16 descreve a volta gloriosa de Jesus. Em seu retorno Ele terá um nome que sobrepuja todos os outros nomes: “o Verbo de Deus” (v.13). O mesmo João que nos transmitiu o Apocalipse testemunhou: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus... E o Verbo se fez carne” (Jo 1.1,14). João está testificando que
  • Jesus era o Verbo (a Palavra de Deus), e como tal veio ao mundo,
  • Ele voltará como a Palavra de Deus,
  • essa Palavra estava com Deus,
  • ela é o próprio Deus,
  • ela se fez carne.
Quem puder aceitar isso, aceite (veja Mt 19.12, NVI): um judeu é Deus!

Dados biográficos

• Martin Buber (1878-1965): Descendente de rabinos poloneses, além de filósofo e escritor, Martin Buber foi teólogo e líder político. Seu avô, Salomon Buber, foi líder do judaísmo liberal (ou modernizado) e autor de uma história dos judeus da Polônia.
Martin Buber ingressou no movimento sionista em 1898, sendo nomeado diretor do jornal sionista Welt [Mundo] em 1899.
Estudioso do hassidismo (corrente mística, nascida em meados do século 18 na Polônia e na Ucrânia, inspirada na Cabala), professor de filosofia da religião e ética judaica na Universidade de Frankfurt entre 1924 e 1933, Buber migrou para a [então] Palestina em 1938, fugindo da perseguição nazista. Lá, dedicou-se ao ensino na Universidade Hebraica, atuando nas áreas de filosofia social e de sociologia da religião.
Além do hassidismo, Buber foi influenciado pelo neokantismo, mas tornou-se famoso principalmente por seu existencialismo religioso. (Enciclopédia Mirador Internacional – Dicionário de Filosofia de Cambridge).
• Arnold Fruchtenbaum nasceu em 1943, na Sibéria (Rússia) depois que seu pai foi libertado de uma prisão comunista. Apesar de judeu, ele tinha sido falsamente acusado de ser um espião nazista, quando fugiu da Polônia por causa de Hitler. Em 1947, com a ajuda do movimento judaico clandestino, a família Fruchtenbaum escapou da Cortina de Ferro para a Alemanha, onde foi confinada em campos de refugiados britânicos. Lá, Arnold recebeu formação judaica ortodoxa de seu pai, até a família emigrar para Nova York em 1951. Antes de sua liberação, no entanto, a família conheceu um pastor luterano, e foi esse contato que levou Arnold e sua mãe para a sede da Junta Americana de Missões aos Judeus (JAMJ) em Nova York. Cinco anos depois, neste mesmo ministério, Arnold, aos 13 anos, chegou ao conhecimento salvador de Jesus, o Messias.
Seu pai se opôs fortemente à fé de Arnold, e quando a família mudou-se para Los Angeles em 1958, Arnold foi proibido de ler a Bíblia, de participar de reuniões cristãs ou de ter contato com grupos de judeus-cristãos. Nestas circunstâncias difíceis, Arnold continuou da melhor maneira que podia a manter contato com os crentes judeus e a caminhar com o Senhor. Após terminar o colegial, Arnold foi forçado por seu pai a sair de casa por causa de sua fé.
Em 1966, graduou-se em hebraico e grego. Então, mudou-se para Israel, onde estudou Arqueologia, História Antiga, Geografia Histórica e Hebraico no Instituto Americano de Estudos da Terra Santa e na Universidade Hebraica de Jerusalém. Durante este tempo, ele testemunhou a histórica Guerra dos Seis Dias, em 1967. Mais tarde, nesse ano, Arnold voltou para os EUA e iniciou estudos em Hebraico e Antigo Testamento no Seminário Teológico de Dallas, onde concluíu seu mestrado em Teologia. Tendo casado em 1968, ele e sua esposa foram para Israel, fixando-se em Jerusalém para trabalhar com a igreja local e para treinar jovens crentes israelenses para o serviço cristão. Suas atividades por Cristo atrairam muita atenção e a ira das autoridades religiosas de Jerusalém, que finalmente aplicaram pressão suficiente sobre os funcionários do governo para forçar os Fruchtenbaum a deixar Israel em 1973.
Nos dois anos seguintes, Arnold serviu como ministro e como editor da publicação mensal “O Povo Escolhido”, da JAMJ em sua sede em Nova Jersey. Em 1976, ele se juntou à equipe da Fundação do Cristão Judeu como diretor associado do maior ministério hebraico-cristão de radiodifusão do mundo.
Naquele verão, Arnold encontrou-se com outros envolvidos em missões judaicas para discutir o problema da falta de discipulado e da necessidade de treinamento bíblico e teológico intensivo para os crentes judeus. Os primeiros conceitos do Ministério Ariel nasceram naquele tempo. Em dezembro de 1977, depois de um ano e meio de oração e de muito incentivo de crentes judeus com os mesmos propósitos, esse ministério tornou-se uma realidade. Arnold continua a servir como diretor do Ministério Ariel e é muito requisitado como orador em conferências. Ele viaja freqüentemente pela Europa, a Israel e aos Estados Unidos, tornando-se intimamente familiarizado com o movimento messiânico em todas as suas formas e lutas. A conclusão de sua dissertação, “Israelologia: o Elo Perdido em Teologia Sistemática”, foi o ápice de treze anos de pesquisas. Por ela ganhou seu Ph.D. na Universidade de Nova York, em 1989. O Dr. Fruchtenbaum é autor de vários livros publicados e desenvolveu muitos estudos bíblicos de interesse tanto para os judeus como para os gentios. (Norbert Lieth - Chamada.com.br)

Notas:

  1. Martin Buber, Zwei Glaubensweisen (Gerlingen, 1994), p. 15.
  2. Schalom Ben-Chorin, Zwiesprache mit Martin Buber, p. 135-136.
  3. factum 3/2010, p. 45.
  4. Freundeskreis der Ariel Ministries, verão de 2010, p.4-6.
  5. Martin Buber, Pfade in Utopia (Heidelberg 1985), p. 378.
Extraído de Revista Chamada da Meia-Noite janeiro de 2014
Revista mensal que trata de vida cristã, defesa da fé, profecias, acontecimentos mundiais e muito mais. Veja como a Bíblia descreveu no passado o mundo em que vivemos hoje, e o de amanhã também. Assine aqui »
Norbert Lieth é Diretor da Chamada da Meia-Noite Internacional. Suas mensagens têm como tema central a Palavra Profética. Logo após sua conversão, estudou em nossa Escola Bíblica e ficou no Uruguai até concluí-la. Por alguns anos trabalhou como missionário em nossa Obra na Bolívia e depois iniciou a divulgação da nossa literatura na Venezuela, onde permaneceu até 1985. Nesse ano, voltou à Suíça e é o principal preletor em nossas conferências na Europa. É autor de vários livros publicados em alemão, português e espanhol.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Outro Texto: Tehilim (Salmo) 68: 18 - RECEBESTE PRESENTES PARA OS HOMENS -


Outro Texto: Tehilim (Salmo) 68: 18 - RECEBESTE PRESENTES PARA OS HOMENS -

Compare:

Efésios 4: 8 - DEU DONS AOS HOMENS. -

Se a citação é dos Salmos (TaNaKh), em Efésios (N.T.) teria que ser o mesmo texto.

Porque Shaul (Paulo) muda a pessoa do verbo (“ele” – “tu”) e o próprio verbo (“deu” – “recebeste”???
Me explique o porque da variação!

Shaul (Paulo) muda a pessoa do verbo (“ele” – “tu”) e o próprio verbo (“deu” – “recebeste” , TM “lqcht” e LXX “élabes) procurando assim tentar desenvolver nesta passagem, a idéia que se trata dos dons concedidos por Yeshua – é um erro gravíssimo. Note que o verbo muda de forma drástica, pois em Tehilim reza RECEBER (TU) e não DAR (ELE), pode-se ver, que para fazer valer a assertiva que Yeshua em vez de receber ele dá, ocorre a falsificação do texto.

Quando eu cito Tehilim (Salmo) 68: 18 e me utilizo da Bíblia do Padre J. F. Almeida (Revista e atualizada), querendo trazer a atenção para o seguinte:

Existe diferença entre o texto de do Salmo 68: 18 e Efésios 4:8; e que diferença seria esta?

No Livro de Tehilim (Salmos) diz que a o Agente – 2a pessoa no singular = TU --- RECEBE DONS..

No Livro de Efésios diz que a o Agente – 3a pessoa no singular = ELE --- DEU DONS.


Resposta

Paulo cita aqui o trecho de do SAL 68:18,mas não exatamente conforme o original hebraico que é conhecido hoje através dos textos massorético. Alias sua citação não conferi nem com septuaginta que diz: Tu subiste ao alto , tu levaste cativo o cativeiro , tu recebeste dons entre os homens. Realmente há uma modificação da segunda pessoa (conforme LXX) pra terceira pessoa ,nesta epístola ao Efésios , e que ao invés de <<recebeste >>lemos <...Concedeu...>.Ao contrário do que possa parece,entretanto, Paulo não estava traduzindo descuidadamente,mas apenas seguindo uma interpretação rabínica comum dessa passagem. Esse trecho de salmos era aplicado à pessoa de Moisés , como se fosse uma alusão à sua ascensão no monte Sinai , a fim de receber dons ,mas com exato propósito de concedê-los aos homens. Em outras palavras ele recebeu os dons para os homens. Segundo O D,R.N Champlin, um dos Targuns chega mesmo a utilizar –se da expressão usada neste texto <<deu aos homens>>.Por conseguinte,o que foi dito sobre Moshê , de acordo com os comentários dos rabinos judeus sobre suas próprias Escrituras do A. T . é aplicado pelo o apostolo a Cristo, e isso é um fenômeno comum utilizado por Paulo que era um Rabino Fariseu. Tais aplicações a Cristo. Antes é verdade que algumas passagens são citadas de maneira livre sem seguir uma exatidão .Contudo isso não deveria surpreender, porquanto os antigos comumente manuseavam textos citando desse modo. Portanto, Paulo comum um excelente rabino apenas usou uma metodologia comum entre os judeus. Portanto, Judeu “erudito Judeu” faça mais uma vez sua lição de casa, porque eu não sou um bobo que você possa enganar.


Fatos sobre Jesus o Messias

Fatos sobre Jesus o Messias

Lendo um livro “Fatos sobre Jesus o Messias”, cujo autores são dois teólogos protestante, eles dizem que o SALMO 22 foi reconhecido pelos judeus como messiânico. Entretanto, poucos rabinos aceitaram essa passagem como messiânica, em vista de não gostarem da idéia de um Mashiach sofredor e crucificado. Mas o escrito rabínico chamado de Pesikta Rabbat (Piska 36.1-2), compilado no século nove d.c (no máximo), embora usando material muito anterior, refere-se a uma dessa passagem como referindo–se como aos pecados de algumas pessoa que irão colocar o Mashiach sob um jogo de ferro. Ela diz então:

"o corpo do Mashiach é curvado” como grande sofrimento."

Além disso, observa um comentário notável que aparece no YALKUT* Sobre Isaias 60, que aplica essa passagem do salmo 22 ao Mashiach e usa quase que as mesmas palavras do dos escritores do evangelho que descrevem o comportamento zombeteiro das multidões que cercavam a cruz.

Ele comenta sobre o servo sofredor o capitulo 53 de Ieshaiáhu:

“Gostaríamos de ressaltar que rabinos como o grande Maimônides e o rabino Crispin julgavam errado aplicar Isaias 53 à nação de Israel. Pelo contrario eles eram de opinião que essa descreve claramente o Mashiach de D'us: ...

O peso da autoridade judia a favor da interpretação messiânica desse capitulo...Que até recentemente essa profecia tem sido quase universalmente aceita pelos judeus como referindo-se ao Mashiach fica evidente pelo Targum de Jônatas, que apresenta o Mashiach pele nome no capitulo LII.13; pelo Talmude(‘Sanhedrim’, fol .98,b); e pelo Zohar...

De fato, até Rashi [ rabino Solomom IZAAKI(1040- 1105), considerado o fundador da moderna escola de interpretação judaica], que aplicou–o à nação judia, a interpretação messiânica desse capitulo era quase universalmente aceita pelos judeus...

O pai do Hebraico moderno, Wilhelm Gesenius, também escreveu:

“Foram só os judeus tardios que abandonaram essa interpretação (messiânica)( de Isaías 53), sem dúvida como resultado de suas controvérsias com os cristãos”.

*Yalkut é o nome dado a uma conhecida coleção de muitas interpretações e explicações antigas , de aceitação geral entre os judeus, do testamento hebraico.


Fonte: Os fatos sobre Jesus, o Messias-. EDITORA: Chamada da Meia Noite

Sobre o termo DAIMONIO

Dúvida??? Sobre o termo DAIMONIO
O dicionário Vine diz o seguinte sobre o termo daimonio:
daimonion Não é diminutivo de daimõn,mas neutro do adjetivo daimonios. que pertence a um demônio.
Gostaria de saber se esse termo realmente pode ser usado para demônio e se Lxx traduziu palavra hebraica shed pelo termo grego daimónion?

Resposta

Aqui apresento os textos Massorético (TM) e da Septuaginta (LXX) para comparação


I) TM (Sl 106.37):

וַיִּזְבְּחוּ אֶת־בְּנֵיהֶם וְאֶת־בְּנוֹתֵיהֶם לַשֵּׁדִים׃


"Eles sacrificaram seus filhos e suas filhas
aos demônios." (la-shêdim, [ לַשֵּׁדִים ], plural de shêd, demônio ).

II) LXX (Sl 105.37):

κα
θυσαν τος υος ατν κα τς θυγατέρας ατν τος δαιμονίοις.

E eles sacrificaram seus filhos e suas filhas aos demônios." ([δαιμονίοις] de δαιμόνιος, demônio.)


Daí, a Septuaginta, LXX, traduziu a expressão hebraica
לַשֵּׁדִים da Bíblia Hebraica por τος δαιμονίοις. É fácil constatar que Sl 106.37 está intertextualmente ligado a Dt 32.17, precisando ser interpretado à luz dessa passagem, que diz:


"Eles sacrificaram a demônios[
לַשֵּׁדִים], não a Deus [אֱלֹה], a divindades [אֱלֹהִים] que eles nunca haviam conhecido, aquelas que haviam aparecido recentemente, mas que seus ancestrais não haviam temido."

Neste texto de Dt 32.17, na BH, os demônios (
לַשֵּׁדִים) estão em oposição a (אֱלֹהַ), o verdadeiro Deus. Esse mesmo texto, na LXX, os demônios são contrapostos ao verdadeiro Deus também (θυσαν δαιμονίοις κα ο θε - sacrificaram [aoristo indicativo ativo 3pp] aos demônios, não a Deus; perceba os dativos δαιμονίοις e θε, indicando para quem eram feitos os sacrifícios).

Quanto ao desenvolvimento teológico de δαιμονίοις no NT, basta uma pesquisa
in loco. Quanto à relação dos demônios com os ídolos, esta surge a partir da própria cosmovisão do AT e do NT, e especialmente da interpretação feita por Paulo do Sl 106.37, à luz de Dt 32.17, vinculada à Ceia do Senhor, registrada na perícope de 1Co 10.15-22, como bem observou acima o prof. Rogério.

Espero que tenhamos ajudado. Caso ainda tenha alguma dúvida, sempre que possível estaremos aqui à disposição.

O CÂNON JUDAICO E OS APÓCRIFOS

O CÂNON JUDAICO E OS APÓCRIFOS

por Willian Webster


Introdução
Antes de adentrarmos ao assunto propriamente dito, convêm determinar a terminologia bíblica que os escritores do NT aplicavam ao corpo de literatura judaica aceita. Isto é importante para descobrirmos o cânon da Bíblia hebraica antes do início da Igreja cristã primitiva porque, como diz Paulo, "aos judeus foram confiados os 'oráculos de Deus" (Rom. 3:2). Isto é uma declaração importante indicando que havia um cânon divinamente inspirado e autorizado pela nação Judaica. É importante identificarmos quais são esses livros e sua autoridade porque unicamente esses livros que são verdadeiramente 'os oráculos de Deus' é que podem ser usados pela Igreja. 
A pergunta que se faz é: o termo, 'os oráculos de Deus,' refere-se a um corpo reconhecido de escritos com um número específico e fixo de livros , ou era um cânon ainda aberto? 
Os católicos romanos sustentam que o cânon dos judeus estava aberto e de fato, veio incluir os livros apócrifos. Para sustentar este ponto de vista geralmente apontam para dois eventos históricos principais. O primeiro é o Concílio de Jamnia realizado entre 75 e 117 d.C. Este concílio fora presidido por líderes judaicos que estiveram alegadamente a responsabilidade para oficialmente fechar o cânon das Escrituras Sagradas judaicas. O segundo, é a utilização da septuaginta pelos judeus de Alexandria , a tradução Grega das Sagradas Escrituras hebraica. Os católicos afirmam que os judeus de Alexandria incluíram os Apócrifos junto com os outros livros como seu cânon, isto porque, os manuscritos mais antigos que nós possuímos da Septuaginta contêm alguns dos livros apócrifos.
Então na visão católica existiam dois cânones; um mais extenso chamado de "cânon alexandrino" usado pelos judeus helenistas em Alexandria e pela igreja primitiva e outro mais restrito conhecido como "cânon palestinense" usado pelos judeus da Palestina. 
Os protestantes evangélicos rejeitam esses argumentos porque eles são uma distorção dos fatos. As evidências indicam que na época do NT, o cânon da Bíblia hebraica consistia de um número preciso de livros e foram agrupados segundo uma estrutura específica, provando que o corpo canônico destes livros havia sido fechado bem antes de Cristo. O que não falta são testemunhas quanto ao número e a estrutura dos livros do cânon o que é confirmado por muitas fontes independentes, incluindo:

1. Jesus e o Novo Testamento
2. Os próprios apócrifos
3. Os pseudepígrafos
4. Philo de Alexandria
5. Josefo
6. Os Fariseus e Essênios 
7. A tradução grega da Bíblia hebraica de Áquila 
8. Os Pais da Igreja
9. A literatura rabínica

O Testemunho de Jesus e o Novo Testamento
Assim como Paulo se referiu às Sagradas Escrituras do Velho Testamento em um sentido geral como 'os oráculos de Deus,' Jesus também se referia ao Velho Testamento em termos gerais. Isto prova que Jesus e os apóstolos tiveram em mente uma quantidade certa de livros que estavam incluídos sob aqueles títulos gerais. Por exemplo, Jesus referiu ao VT como a "Lei de Moises e os Profetas". A 'Lei de Moises' foi universalmente entendida como se referindo aos primeiros cinco livros da Bíblia conhecidos como Pentateuco a saber: Gênesis, Êxodo, Levitico, Números e Deuteronômio. Quando Lucas registra o diálogo entre Jesus e os discípulos na estrada de Emaús, ele usa a seguinte expressão: 'E começando por Moisés e por todo os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras." (Lucas 24:27). Outra vez nós encontramos aqui descrições gerais. "Moisés e os Profetas" são logo a frente chamados de 'Escrituras'. "Moisés e os Profetas" compreendem um conjunto específico de livros. Outros títulos utilizados para representar os livros do VT como uma coleção de livros sagrados são: 'a Lei,' 'a Lei e os Profetas,' 'as Escrituras Sagradas' e 'a Palavra de Deus.' Esses títulos gerais confirmam que aquela classe de livros foram recebidos como Escrituras Sagradas. Quando um judeu utilizava o termo - 'os Profetas' - todos sabiam que livros ele tinha em mente. Isto com certeza foi o caso de Paulo quando utilizou o termo 'os oráculos de Deus'. Enquanto Jesus referiu às Sagradas Escrituras em termos gerais, ele também freqüentemente especificou alguns livros particulares que ele considerou inspirados. Por Exemplo, depois da leitura do livro do profeta Isaías na sinagoga ele disse, 'Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos" (Lucas. 4:21). Ele ainda citou Salmos (Mc. 12.10), Deuteronômio (Mt. 4:4,7,10), Isaias e Jeremias (Lucas 19.46) e Zacarias (Mc. 14:27).
Isto deixa claro que quando Jesus se referia ao termo "Sagradas Escrituras" ou "Escritura", ele tinha um conjunto específico de livros em mente. Jesus e os apóstolos aceitaram o cânon autorizado estabelecido pelos Judeus, isto é, ao povo judeu que Deus tinha usado para produzir as Escrituras. 
Podemos deduzir outra prova pelo fato de Jesus nunca ter discutido com os judeus de seu tempo (Fariseu, Saduceus) sobre os limites das Sagradas Letras. Apesar de sabermos que havia uma tensão teológica entre tais grupos e estes e Jesus, contudo o mesmo cânon era aceito por ambos.
Agora, se nós sabermos qual tipo de cânon que Jesus utilizava então saberemos que livros são os verdadeiros 'oráculos de Deus.' e saberemos também qual cânon é autorizado para a igreja cristã. 

A Estrutura do Cânon Hebraico
Como podemos perceber, historicamente, a estrutura do cânon hebraico não era fixa. Jesus não deixou nenhuma lista de livros inspirados do VT, mas seguindo a visão judaica tradicional de estruturar o cânon, ele referiu às Sagradas Escrituras pela divisão tripla, "Lei de Moisés, os Profetas e os Salmos". O termo "Salmos" era outra maneira de referir à terceira categoria do cânon hebraico comumente conhecido como Escritos ou Hagiógrafos, de que os Salmos assegurava um lugar de proeminência. Assim, se nós pudermos determinar que livros compreendem cada uma destas três divisões, nós saberemos que livros Jesus acreditava ser inspirados. 
Lembrando que Jesus não é o único a se referir a esta tríplice divisão, há muitas testemunhas adicionais que provam que esta não era somente uma opinião pessoal do Mestre, mas a tradição da nação Judaica como um todo. Há uma validação histórica para esta classificação tripla, a saber: o livro apócrifo de Eclesiástico; o historiador Judaico Josefo; o filósofo judaico alexandrino Filo; o pai da Igreja Jerônimo e a literatura rabínica. 
Obs: a expressão "a lei e os profetas" cobria as três divisões "a Lei, os Profetas e os Salmos". As vezes os Salmos era colocado na categoria da Lei (João 10.34).
Eclesiástico - O prólogo da tradução Grega de Eclesiástico, escrito cerca de 130 a.C, pelo neto de Jesus ben Sirah, atesta:
"Pela Lei, pelos Profetas e por outros escritores que os sucederam, recebemos inúmeros ensinamentos importantes...Foi assim que após entregar-se particularmente ao estudo atento da Lei, dos Profetas e dos outros Escritos, transmitidos por nossos antepassados..." 
Pelo que parece para este escritor há três grupos de livros que têm uma autoridade única em seu tempo, e que seu avô escreveu depois deles ganhando grande fama como seu intérprete e não como seu rival. O tradutor explicitamente distingue o 'algo' ( o livro de Eclesiástico) da 'Lei, os Profetas e os outros escritos.' O autor separa o livro de Eclesiástico das Sagradas Escrituras, não o inclui no cânon. 
Josefo - Outra testemunha da divisão tríplice do cânon hebraico é Josefo, Fariseu e historiador judaico que testemunhou a queda de Jerusalém em 70 a.D. Em Contra Apionem ele escreve: 
"Não temos dezenas de milhares de livros, em desarmonia e conflitos, mas só vinte e dois, contendo o registro de toda a história, os quais, conforme se crê, com justiça, são divinos." Depois de referir-se aos cinco livros de Moisés, aos treze livros dos profetas, e aos demais escritos (os quais "incluem hinos a Deus e conselhos pelos quais os homens podem pautar suas vidas"), ele continua afirmando: 
Desde Artaxerxes (sucessor de Xerxes) até nossos dias, tudo tem sido registrado, mas não tem sido considerado digno de tanto crédito quanto aquilo que precedeu a esta época, visto que a sucessão dos profetas cessou. Mas a fé que depositamos em nossos próprios escritos é percebida através de nossa conduta; pois, apesar de ter-se passado tanto tempo, ninguém jamais ousou acrescentar coisa alguma a eles, nem tirar deles coisa alguma, nem alterar neles qualquer coisa que seja. [5] 
Josefo é suficientemente claro. Como historiador judeu, ele é fonte fidedigna. Eram apenas vinte e dois os livros do cânon hebraico agrupados nas três divisões do cânon massorético. E desde a época de Malaquias (Artaxerxes, 464-424) até a sua época nada se lhe havia sido acrescentado. Outros livros foram escritos, mas não eram considerados canônicos, com a autoridade divina dos vinte e dois livros mencionados. 
Filo - um judeu alexandrino do século primeiro, em sua obra, De Vita Contemplativa (25), também testemunha divisão tripartida do cânon do VT. 
É interessante saber que Filo mesmo procedente de Alexandria nunca citou um livro sequer dos apócrifos. Possivelmente ele teve contato com a Septuaginta, mas não citou um livro dela em suas obras, apesar de citar vários outros do VT. 
Jerônimo - foi o tradutor da Vulgata Latina, a Bíblia oficial do catolicismo. Ele estudou vários anos na Palestina com mestres hebraicos e após retornar escreveu no prefácio dos livros de Samuel e Reis da Vulgata sobre a tríplice divisão do cânon judaico como a Lei, os profetas e os Hagiógrafos. 
Bíblia católica - na página 15 da Bíblia católica versão dos Monges de Maredsous da editora Ave Maria sob o subtítulo "Introdução - A Bíblia em Geral" confirma esta tríplice divisão hebraica sem os livros apócrifos:
"É sumamente útil lembrar como foi feita cada uma dessas coleções. A coleção dos livros do Antigo Testamento originou-se no seio da comunidade dos judeus que a foram ajuntando no decorrer de sua história. Dividiram-na em três partes:
1. A Lei (Torá), contendo cinco livros (chamados mais tarde de o Pentateuco que significa os cinco volumes), forma o núcleo fundamental da Bíblia. Esses cinco livros são: Gênese, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
2. Os Profetas. Os judeus abrangiam sob esse título não somente os livros hoje são denominados Profetas, mas também a maioria dos escritos que hoje costumamos chamar de Livros Históricos.
3. Os Escritos. Os judeus designavam por esse nome os seguintes livros: Salmos, Provérbios, Jó, Cântico dos Cânticos, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Ester, Daniel, Esdras e Neemias e as Crônicas.
É a essa divisão que se refere o divino Mestre quando mais de uma vez (p. ex. Mt 22,40) falou da "Lei e os Profetas". 
Essa coleção já estava terminada no segundo século antes da nossa era.
Nessa mesma época os judeus já estavam, em parte, dispersos pelo ido. Uma importante - colônia judaica vivia então no Egito, nomeadamente em Alexandria, onde se falava muito a língua grega. A Bíblia foi então traduzida para o grego. Alguns escritos recentes foram-lhe acrescentados sem que os judeus de Jerusalém. os reconhecessem como inspirados. São os seguintes livros: Tobias e Judite, alguns suplementos dos livros de Daniel e de Ester, os livros da Sabedoria e do Eclesiástico, Baruc e a Carta de Jeremias, que se lê hoje no último capítulo de Baruc. A Igreja Cristã admitiu-os como inspirados da mesma forma que os outros livros.
No tempo da Reforma, os protestantes, depois de terem hesitado por um tempo, decidiram não mais admiti-los nas suas Bíblias, pelo simples de não fazerem parte da Bíblia hebraica primitiva. Daí a diferença que há ainda hoje entre as edições protestantes e as edições católicas da Bíblia. Quanto ao Novo Testamento não há diferença alguma." [até aqui o comentário da bíbla católica] 
É interessante notar que este comentário declara que a Bíblia foi formada na comunidade judaica na palestina e não em Alexandria no Egito. Portanto, a formação do cânon ou seu fechamento é de competência dos judeus da Palestina.
Outrossim, após confirmar a tríplice divisão do cânon hebraico ele alista somente os livros aceitos pelos judeus e protestantes e deixa de fora os apócrifos, dizendo que esta era a lista de livro as quais Jesus se referia como "A Lei e os Profetas" em Mateus 22.40.
E conclui declarando que "Essa coleção já estava terminada no segundo século antes da nossa era". Portanto, até mesmo os comentaristas de uma Bíblia católica confirma a fixação do cânon e sua tríplice divisão com apenas 22 livros bem antes do 1º século.
Mackenzie - outro biblista católico que confirma a tríplice divisão do cânon hebreu é John L. Mackenzie em seu "Dicionário Bíblico" pág. 141, assegura:
"No Novo Testamento, podemos ver que Jesus e os apóstolos aceitaram uma coleção de livros sagrados, juntamente com os hebreus. E os títulos por eles usados correspondem à tríplice divisão dos livros hebraicos." 
Em adição, a literatura Rabinica também falou de uma divisão tripla do VT. O Talmud babilônico (14) de Baba Bathra referi a esta divisão.

O Número de Livros do cânon Hebreu
Apesar da estrutura do cânon ser um pouco flexível o mesmo não se dava com os livros que compunham a Bíblia hebraica, os quais eram fixo em número de vinte e dois ou vinte e quatro dependendo de como eram arranjados. Isto porque às vezes Rute era anexado ao livro de juízes e Lamentações ao de Jeremias, perfazendo um total de vinte e dois. Quando colocados separadamente o número subia para vinte e quatro. Todavia, o número de vinte e dois é atestado por inúmeras testemunhas. Uma destas testemunhas como já vimos é Josefo. 
"Não temos dezenas de milhares de livros, em desarmonia e conflitos, mas só vinte e dois..."
Josefo não só deu o número de vinte e dois, mas reconheceu que somente estes eram aceitos pelo seu povo como canônico. Perceba que ele não deu uma opinião pessoal dele, mas colocou a questão de modo geral. A importância deste seu testemunho é maior ainda por que com certeza sendo um judeu helenista que falava o grego era impossível não conhecer a versão da Septuaginta. Assim, ainda que ele houvesse utilizado a versão grega, ele cita unicamente o cânon palestinense. E lembrando que Filo de Alexandria, também, possivelmente, conhecia ou manuseava a Septuaginta, mas não há prova que alguma vez houvesse citado um sequer dos apócrifos. Isso prova que não é porque alguém usou a Septuaginta que forçosamente terá que admitir o cânon mais extenso que incluía os apócrifos. E isso serve como resposta às objeções católicas de que Jesus e os apóstolos aceitaram os apócrifos por terem utilizado a versão dos Setenta.
A antiga obra pseudepigrafa, "Jubileus", encontrada entre a comunidade dos Essênios em Qumran, também numera os livros do VT em vinte e dois. Esta talvez seja a testemunha mais antiga quanto ao número de livros que compreendia o cânon hebraico, antecipando a Josefo. 
Junto a estes temos um grande número de pais da igreja primitiva que citaram a numeração tradicional judaica (22 livros) para o cânon hebreu. Orígenes, que tinha contato com os escritos judaicos escreveu que o número de livros canônicos era vinte e dois. Ele preparou em 240 d.C; uma edição do VT em seis colunas, a famosa Héxapla, assim distribuídas: 1ª coluna, o texto hebraico; 2ª transliteração do texto hebraico em caracteres gregos; 3ª tradução grega literal ; 4ª tradução grega idiomática de Símaco; 5ª a Sepuaginta; 6ª tradução grega de Teodócio. 
Outros pais que listaram o número de livros como vinte e dois foram Hilario de Poitiers, Cirilo de Jerusalem, Atanasio, Epifanio, (que morou na Palestina), Gregorio de Nazianzeno, Basílio, o Grande, Rufino, e Jerônimo. 
Novamente o estudioso católico nos confirma dizendo:
"A aceitação dos livros sagrados tal como se encontravam na versão da LXX foi partilhada por todos os escritores eclesiásticos dos primeiros três séculos d.C., exceto Melítão de Sardes (1- por volta de 193 d.C.), que cita o cânone hebraico. A existência de uma diferença entre o cânone hebraico e a LXX é mencionada por Orígenes (t 254), que afirma o direito dos cristãos a usarem os livros deuterocanônicos, mesmo não sendo eles aceitos pelos hebreus. O mesmo cânone é encontrado em todos os cânones oficiais: o Cânone de Cheltenham (por volta de 350) e os cânones de Hipona (393), Cartago (397) e de Inocêncio 1 (405). A única exceção é o Cânone de Laodicéia (360).
Por isso, é dificil explicar como foi que alguns Padres do século IV retornaram ao cânone hebraico, rejeitando explicitamente os livros deuterocanônicos: Atanásio (t 373). Cirilo de Jerusalém (t 386), Hilário de Poitiers (1- 366), Jerônimo (t .420), Rufino (t 410) e Gregório Nazianzeno (1- 390). A origem dessa opinião pode ser encontrada em Jerônimo e seus estudos com os hebreus. Talvez a mesma influência hebraica tenha ocorrido em outros. Com efeito, essa opinião apareceu no Oriente e naqueles Padres latinos que viveram durante muito tempo no Oriente. Era tal a autoridade desses Padres que sua opinião sobreviveu nos círculos cultos até o século XVI, embora o Concilio de Florença (1441) houvesse retomado o cânone alexandrino." (Mckenzie pág. 142) 
A literatura Rabinica Talmudica (Baba Bathra) deu a listagem como vinte e quatro. Este escrito é considerado como uma antiga tradição entre os judeus e dá uma identidade precisa somente daqueles vinte e quatro livros.
Áquila, que se apostatou da fé cristã e posteriormente se tornou prosélito judaico, sob a tutela dos rabinos R. Elezer e R. Joshua, ou até mesmo de R. Akiba é outra importante testemunha do primeiro século sobre o número de livros do cânon hebreu. Foi ele quem traduziu o VT hebraico para o grego. Os judeus haviam se desinteressado pela Septuaginta por causa de seu uso pelos cristãos. Aquila ficou responsável por fazer essa nova versão para os judeus que não entendiam mais o hebraico. A versão de Áquila contem apenas os vinte e quatro livros da coleção tradicional atestado pelo Talmud.

A Identidade dos livros canônicos dos Hebreus
O cânon judaico não só incluía uma clara divisão tripla como um número específico de livros (22). Resta-nos saber então qual era a identidade destes 22 livros. Obviamente, se Josefo e outros podiam dizer que o cânon consistia de apenas vinte e dois ou vinte e quatro livros eles de fato sabiam que livros eram estes. A pergunta é: pode um cânon limitado de vinte e dois ou vinte e quatro livros incluírem os apócrifos? Os fatos históricos apontam um uníssono não.
A identidade destes livros pode ser deduzida do comentário de Josefo. Seu testemunho é a evidência mais antiga que nós possuímos dos livros do cânon hebreu do VT. Ele limita a época em que tais obras foram produzidas:
"Temos somente vinte e dois que compreendem tudo o que se passou, e que se refere a nós, desde o começo do mundo até agora, e aos quais somos obrigados a prestar fé. Cinco são de Moisés, que refere tudo o que aconteceu até sua morte, durante perto de três mil anos e a sequência dos descendentes de Adão. Os profetas que sucederam a esse admirável legislador, escreveram em treze outros livros, tudo o que se passou depois de sua morte até o reinado de Artaxerxes, filho de Xerxes, rei dos persas e os quatro outros livros, contêm hinos e cânticos feitos em louvor de Deus e preceitos para os costumes. Escreveu-se também tudo o que se passou desde Artaxerxes até os nossos dias, mas como não se teve, como antes, uma sequência de profetas não se lhes dá o mesmo crédito, que aos outros livros, de que acabo de falar e pelos quais temos tal respeito, que ninguém jamais foi tão atrevido para tentar tirar ou acrescentar, ou mesmo modificar-lhes a mínima coisa. Nós os consideramos como divinos, Chamamo-los assim; fazemos profissão de observá-los inviolavelmente e morrer com alegria se for necessário, para prová-lo. Foi isso que fez morrer um tão grande numero de escravos de nossa nação em espetáculos dados ao povo, tantos tormentos e tantas mortes diferentes, sem que jamais se pudesse arrancar de sua boca uma única palavra contra o respeito devido às nossas leis e às tradições de nossos antepassados."
Os livros escritos depois de Artaxerxes (época do profeta Malaquias), afirma Josefo, "...não se lhes dá o mesmo crédito, que aos outros livros, de que acabo de falar e pelos quais temos tal respeito..."
Ora, as datas dos livros apócrifos surgem exatamente depois do profeta Malaquias no período interbíblico, ou 400 anos que Deus ficou sem falar através de profetas. 
Para Josefo os livros autorizados foram produzidos entre a época de Moisés (com seus escritos) e Artaxerxes (época do profeta Malaquias). 
Jerônimo (340-420), o grande teólogo bíblico do início do período medieval e tradutor da Vulgata latina, rejeitou explicitamente os apócrifos como parte do cânon. Ele disse que a igreja os lê "para exemplo e instrução de costumes", mas não "os aplica para estabelecer nenhuma doutrina" (Prefácio do Livro de Salomão da Vulgata, citado em Beckwith, p. 343). Na verdade, ele criticou a aceitação injustificada desses livros por Agostinho. A princípio, Jerônimo até recusou-se a traduzir os apócrifos para o latim, mas depois fez uma tradução rápida de alguns livros. Depois de descrever os livros exatos do AT judaico [e protestantel, Jerônimo conclui:
"E então no total há 22 livros da Lei antiga [conforme as letras do alfabeto judaico],isto é, 5 de Moisés, 8 dos Profetas e 9 dos hagiógrafos. Apesar de alguns incluírem [...] Rute e Lamentações no hagiógrafo, e acharem que esses livros devem ser contados (separadamente) e que há então 24 livros da antiga Lei, aos quais o Apocalipse de João representa adorando ao Cordeiro por meio do número de 24 anciãos [...] Esse prólogo pode servir perfeitamente como elmo (i.e., equipado com elmo, contra atacantes) de introdução a todos os livros bíblicos que traduzimos do hebraico para o latim, para que saibamos que os que não estão incluídos nesses devem ser incluídos nos apócrifos" (ibid., grifo do autor).
No prefácio de Daniel, Jerônimo rejeitou claramente as adições apócrifas a Daniel (Bel e o Dragão e Susana) e defendeu apenas a canonicidade dos livros encontrados na Bíblia hebraica, escrevendo:
"As histórias de Susana e de Bel e o Dragão não estão contidas no hebraico [.11 Por isso, quando traduzia Daniel muitos anos atrás, anotei essas visões com um símbolo crítico, demonstrando que não estavam incluídas no hebraico [...] Afinal, Orígenes, Eusébio e Apolinário e outros clérigos e mestres distintos da Grécia reconhecem que, como eu disse, essas visões não se encontram no hebraico, e portanto não são obrigados a refutar Porfírio quanto a essas porções que não exibem autoridade de Escrituras Sagradas" (ibid., grifo do autor).
A sugestão de que Jerônimo realmente favorecia os livros apócrifos, mas só estava argumentando que os judeus os rejeitavam, é infundada. Ele disse claramente na citação acima que: "não exibem autoridade de Escrituras Sagradas", e jamais retirou sua rejeição dos apócrifos. Ele afirmou na obra Contra Rufino, 33, que havia "seguido o julgamento das igrejas" nesse assunto. E sua afirmação: "Não estava seguindo minhas convicções" parece referir-se às "afirmações que eles [os inimigos do cristianismoi estão acostumados a fazer contra nós". De qualquer forma, ele não retirou em lugar algum suas afirmações contra os apócrifos. Finalmente, o fato de que Jerônimo tenha citado os livros apócrifos não é prova de que os aceitava. Essa era uma prática comum de muitos pais da igreja. Ele afirmou que a igreja os lê "para exemplo e instrução de costumes" mas não "os aplica para estabelecer qualquer doutrina".

Apesar das declarações de Agostinho sobre os apócrifos serem ambíguas (assim como o resto de sua teologia) ele reconheceu que os judeus não aceitavam esses livros como parte do cânon. (Cidade de Deus 19.36-38)
Como exemplo ele cita o livro dos Macabeus dizendo que era "tido por canônicos pela Igreja e por apócrifo para os judeus. A igreja assim pensa por causa dos terríveis e admiráveis sofrimentos desses mártires..." (ibdem 18.36). É obvio que esse é um critério muito fraco para justificar sua canonização.
Agostinho não era autoridade em grego ou hebraico como era Jerônimo e por isso foi mais facilmente levado a crer na autoridade dos apócrifos. Também havia uma crença corrente a respeito de uma lenda de como a Septuaginta fora traduzida de forma milagrosa por setenta escribas. Por certo Agostinho acreditava nessa lenda e por isso era relutante em excluir os livros apócrifos do cânon. Como sua versão era a Antiga Latina que por sua vez fora traduzida da Septuaginta ele considerava os apócrifos canônicos. Mesmo assim quando um de seus adversários apelou para o livro apócrifo de II Macabeus, respondeu que sua causa era deveras fraca se tivesse que recorrer a um livro que não era da mesma categoria daquela que eram recebidos e aceitos pelos judeus.
Orígenes e Epifanio também testemunharam que os judeus haviam rejeitado certos livros apócrifos. Orígenes escreveu que os judeus tinham pouca consideração por Judite e Tobias, nunca aceitando eles como canônicos, e Epifanio declarou que eles haviam rejeitado Eclesiasticos, Sabedoria, Baruque e a Epístola de Jeremias. 
Eusébio citando Orígenes declara: "Em sua exposição do primeiro Salmo ele dá um catálogo dos livros nas Sagradas Escrituras do Antigo Testamento, da seguinte maneira: "Mas deve-se observar que os livros canônicos, conforme transmitidos pelos hebreus, são vinte e dois, de acordo com o número das letras em seu alfabeto". Após algumas outras observações, acrescenta: "Esses vinte e dois livros, de acordo com os hebreus, são os seguintes: 'Aquele chamado Gênesis, mas pelos hebreus, de acordo com o início do livro, Bresith, que significa no início. Êxodo, Walesmoth,' que significa, esses são seus nomes. Levítico, Waikra, e ele chamou. Números, Anmesphekodlim. Deuteronômio, Elle haddabarim, ou seja, essas são as palavras. Jesus, filho de Nave, em hebraico, Josué hen Num. Juízes e Rute em um livro; com o hebraico que chamam Sophetim. Dos Reis, o primeiro e o segundo, um livro, com eles chamado Samuel, o escolhido de Deus. O terceiro e o quarto de Reis, também em um livro com eles, chamados Wahammelech Dabid2 que significa e rei Davi. O primeiro e o segundo livro de Paralipomena, contido em um volume com eles e chamados Dibre Hamaim, que significam as palavras, isto é, os registros dos dias. O primeiro e o segundo de Esdras, em um, chamados Ezra, isto é, um assistente. O livro de Salmos, sepher Thehillim. Os Provérbios de Salomão, Misloth, Eclesiastes, Coheleth. O Cântico dos Cânticos, Sir Hasirim. Isaías, Iesaia. Jeremias, com Lamentações, e sua Epístola, em um, Jeremiah. Daniel, Daniel. Ezequiel, Jeezkel. Jó, Job. Ester, também com os hebreus, Ester. Além desses há também Macabeus, que são inscritos Sarbeth sarbane el. Esses, portanto, são os livros que Orígenes menciona no livro supracitado (Salmos)." (Histórica Eclesiástica - Eusébio de Cesaréia Livro VI, 25) 

Objeções quanto ao cânon judaico 

Os apologistas Católicos contestam essas conclusões com respeito à estrutura e número de livros no cânon em três pontos fundamentais. Primeiramente, eles reclamam que o uso da Septuaginta por alguns dos Judeus sugere que eles tinham um cânon não fixo. Eles afirmam que embora os Judeus da palestina fossem mais conservadores, os Judeus de Alexandria não eram e possuiam um cânon mais largo que incluia os apocrifos. Dizem que pelo fato da septuaginta ter originado em Alexandria incluindo os apócrifos e foi a Bíblia comumente utilizada por Jesus e os escritores neotestamentario, eles devem ter citado estes livros também. Um outro argumento usado largamente por eles é o Conselho de Jamnia, composto de anciões judaicos depois da queda de Jerusalem em 70 A.D.. Alí, dizem eles, foi estabelecido a condição canonica do VT. Com isso eles querem provar que o cânon palestinense não era fechado ou fixo até então. E por último os católicos alegam que os essênios usavam um cânon mais extenso que o palestinense. Iremos logo abaixo responder cada uma dessas objeções.
O maior problema com a teoria do cânon Alexandrino é que não há nenhuma lista ou coleções de livros ou testemunhas para nos dizer quais livros compunham de fato esse cânon. Ninguém sabe quais livros foram incluídos de fato na Septuaginta. Nada sabemos desta tradução antes da era cristã. O manuscrito mais antigo que trazem os apócrifos data do 4º século d.C. Outro problema com a teoria do cânon Alexandrino é que isto não prova de maneira conclusiva que os judeus Alexandrinos ou os outros judeus da dispersão adotaram um em detrimento do outro. Além disso, não há provas concretas de dois cânones diferentes sendo usados pelos judeus. Não há de se supor que os judeus alexandrinos não tinham por canônicos somente os 22 ou 24 livros usados pelos judeus palestinenses. Apesar de haver diferenças entre a cultura do judeu helenístico e o da palestina, não há nada que prova que essa diferença afetou o cânon. Tanto é que nem Josefo ou Filo, sendo judeus helenistas que falavam o grego e, portanto tiveram contato com a Septuaginta, citaram os livros apócrifos apesar de terem citado os 22 livros canônicos do judaísmo tradicional. 

O Concílio de Jamnia
Freqüentemente os livros católicos levanta a objeção de que o Concilio de Jamnia decidiu a fixação do cânon hebraico. Conseqüentemente, antes desse Concílio o cânon judaico ainda estava aberto. Historicamente, havia alguns poucos livros que foi o centro de debate dentro do judaísmo. Eram Ezequiel, Provérbios, Eclesiastes, Cantares e Ester. Mas não se segue que porque havia debates em torno deles, que não faziam parte do cânon judaico, estando o cânon ainda aberto. A questão não girava em torno se estes livros deveriam entrar no cânon ou não, mas se eles deveriam permanecer canônicos. Nunca houve qualquer menção sobre acrescentar livros ao cânon, principalmente os apócrifos. 
Aliás, ressalta-se que o termo Sínodo ou Concílio é inapropriado. A academia de Jamnia, estabelecida pelo rabino Johanan ben Zakkai antes da queda de Jerusalém em 70 d.C., era ao mesmo tempo uma universidade e um centro legislativo.
No que diz respeito aos livros disputados, a discussão foi confinada à pergunta se Eclesiastes e Cantares (ou possivelmente só Eclesiastes) eram inspirados.
A decisão tomada por aqueles rabinos não foi considerada de grande importância, pois algumas vozes discordantes continuou a ecoar por todo o século II.
Eles não mudaram em nada a condição canônica daqueles livros ou de quaisquer outros. Não foi introduzida nenhuma inovação, permanecendo a tradição judaica sobre o cânon amesma de sempre. Prova disso é a tradução de Áquila (O VT do hebraico para o grego) feita muito tempo depois, incluindo estes cinco livros debatidos e não aceitando nenhum dos apócrifos.
A teoria que afirma que o cânon foi fechado em Jamnia é insustentável pois nenhum dos apócrifos foi sequer mencionado. 
Porque esses livros haviam sido rejeitados?
Alguns questionaram-nos por diversos motivos:
Cantares: Alguns achavam este livro sensual demais;

Eclesiastes: Alguns o consideravam cético demais;

Éster: A objeção era a ausência do nome de Deus, por isso alguns questionavam sua inspiração;

Ezequiel: alguns estudiosos hebreus achavam que ele não condizia com a lei mosaica que era praticamente um padrão para aferir a inspiração e conseqüentemente sua canonicidade;

Provérbios: A objeção contra esse livro partia do fato de parecer contraditório (ex, Pv. 26.4,5)

Os Essênios

Os Essênios foi uma corrente judaica que havia se separado do judaísmo tradicional. Os escritos, conhecidos como rolos do mar morto, desse povo foram descobertos nas cavernas de Qumran perto do mar morto. Eles pareciam provar que havia uma categoria mais longa de livros que os vinte e dois ou vinte e quatro do cânon judaico tradicional, sugerindo para alguns que o cânon não havia sido fechado entre os judeus da Palestina. As descobertas dos rolos do mar morto demonstram que havia muitas outras literaturas religiosas junto com os 22 livros canônicos dos judeus. Entretanto, isto não prova que eles aprovavam um cânon mais extenso. É certo que os essênios produziram uma considerável quantidade de escritos pseudepígrafos apocalíptico, mas eles não consideravam esses livros inspirados. Eles foram estimados como interpretações autorizadas dos livros canônicos, mas nunca foram tomados como Escrituras Sagradas. A obra pseudepígrafo Jubileu cita o número exato do cânon palestinense, isto é, 22 os mesmos atestados posteriormente por Filo, Josefo e Jerônimo. Isto prova que os essênios tinham o mesmo cânon que os judeus tradicionais. Apesar de haver discordâncias quanto a interpretação no judaísmo, não havia, entretanto discordância quanto ao cânon. Essênios, Fariseus e Saduceus parecem estar de acordo quanto a isso.

O NT cita os apócrifos?
Alguns objetam dizendo que há muitas referências feitas pelos escritores do NT aos apócrifos, e, portanto, nós não podemos assegurar que Jesus de fato aceitava o cânon palestinense. As provas oferecidas para isto geralmente são as citações listadas pela edição do NT grego Nestle-aland que inclui um apêndice de supostas referências e alusões aos apócrifos e pseudepígrafos no NT. Entretanto, a ilegitimidade deste apêndice torna-se patente quando algumas destas alusões são examinadas. Por Exemplo, alega-se que a referencia de Mateus 4:4 é uma alusão ao livro apócrifo Sabedoria de Salomão 16:26, mas isto nada mais é que uma clara citação direta de Deuteronômio 8:3. Também é dito que Mateus 4:15 é uma alusão a 1 Macabeus 5:15, mas o verso é uma citação direta de Isaias 9:1. Dizem que Hebreus 11:35 é uma alusão a II Macabeus 7.12, mas parece ser mais uma referência a I Reis 17.22. Quanto aos pseudepígrafos as únicas alusões certas é o Livro de Enoque 1.9 em Judas 14.
O que acontece é que tais alusões que parece ser uma citação direta é na verdade apenas semelhanças.
É embaraçoso os católicos romanos lidar com o fato de que não há prova alguma de Jesus ou os escritores do NT citando os apócrifos. Dificilmente essa omissão poderia ser acidental se eles considerassem tais livros canônicos. Também acrescenta-se que seria muito estranho eles citarem obras apócrifas ou pseudepígrafas tais como Assunção de Moisés e o Livro de Enoque (Judas 7,14), e deixarem de citar nominalmente 14 ou 15 livros encontrados na Septuaginta supostamente considerados canônicos. 

Seria este um argumento do silêncio?
Os católicos rebatem a essa resposta alegando que isto é um argumento do silêncio. Alguns refutam a omissão dos apócrifos dizendo que nós poderíamos usar o mesmo critério de avaliação quanto a alguns livros do VT que não foram citados no NT tais como Juizes, Crônicas, Ester, Cantares. Eles também não poderiam fazer parte do cânon visto por este prisma, dizem eles.
Mas este argumento não procede porque não há paralelo real entre a falta de alusão a livros que certamente são canônicos e a falta de alusão aos apócrifos. Como nós temos visto, o cânon do VT já estava bem estabelecido na época de Jesus. O próprio Jesus menciona sua tripla divisão e Josefo nos conta que aquelas três divisões perfaziam 22 livros, número este confirmado por muitas outras fontes históricas. Além disso, não há absolutamente nenhuma evidência que qualquer dos escritos apócrifos foi alguma vez aceito como canônicos pelos Judeus. Alguns dos livros apócrifos eliminam eles mesmos da condição de canônicos como Eclesiástico e I Macabeus. Os pais da Igreja primitiva afirmavam que os judeus não aceitavam os apócrifos como canônicos. Assim, a falta de alusão para alguns livros do VT não tem o mesmo peso quanto a mesma falta de alusão aos apócrifos católicos pelo fato de estes livros já fazerem parte do cânon judaico sob as categorias gerais de Leis, Profetas e escritos que totalizavam 22 livros apenas. Paulo nos informa que aos judeus foram confiados os "oráculos de Deus". O fato dos judeus terem rejeitado a Jesus não minimiza o fato de eles serem os guardiões do cânon.
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