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sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

O QUE ACONTECEU COM A HAFTARÁ DE JESUS?

por Igor Miguel


WHAT HAPPENED WITH JESUS’ HAFTARAH?
(O QUE ACONTECEU COM A HAFTARÁ DE JESUS?)




Foi recentemente publicado um artigo pelo Jornal israelense Haaretz, que trata de um assunto polêmico, mas que precisa ser debatido. Muitos estudiosos e pesquisadores das Escrituras, em específico aqueles que se especializaram sobre o Novo Testamento, vinham questionando algo interessante.
Alguns sabem que há uma tradição milenar no judaísmo, que é a leitura de porções dos profetas após a leitura pública da Torá (Pentateuco). Estes textos previamente selecionados dos escritos proféticos são chamados de Haftará. Uma das fontes mais antigas, que descreve ocasionalmente esta tradição judaica, está maravilhosamente preservada em um texto do chamado Novo Testamento, em específico em Lucas 4:16-20 que diz:
“Indo [Yeshua/Jesus] para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado [Shabat], na   sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-se para ler. Então lhe deram o rolo do profeta Isaías, e abrindo o livro, achou o lugar onde estava escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres [...] tendo fechado o rolo, devolveu-o ao assistente [chazan] e sentou-se ...” .
Este texto fascinante, demonstra com clareza que Yeshua (Jesus) fez a leitura pública do rolo do profeta Isaías na sinagoga em um Shabat. O que fazia Ele na ocasião? Nada mais, nada menos, que a antiga e boa tradição judaica da leitura da Haftará, já mencionada.
Porém, o problema que alguns estudiosos observaram ao ler esta narrativa, foi: Que trecho é este que Yeshua leu? Ora o texto lido por Ele advém em específico do capítulo 61:1 e 2 do livro do profetaIsaías. Daí surgiu outra questão: Se a leitura das porções dos profetas (a Haftará) é selecionada antecipadamente, em uma tabela oficial. Quando esta leitura é ou era feita na sinagoga? Esta dúvida permaneceu durante muito tempo sem uma resposta satisfatória.
Sabe-se que a leitura oficial dos profetas é determinada por uma escala elaborada pela tradição dos rabinos. Assim vem sendo orientada por centenas de anos. Mas, o que se percebe no caso de Yeshua, é que o texto lido por ele, não se encontra na escala de leituras do judaísmo atual. Por quê? Há algum erro no Novo Testamento? Há os que sustentam este argumento, porém, esta não é a resposta adequada. Teria então, a lista de leitura das Haftarôt (plural de Hafatará) sofrido alguma alteração, por parte de alguns rabinos ou decretos rabínicos?
Foi publicado pelo jornal israelense já mencionado, um artigo intitulado em inglês como: “What happened to Jesus’ Haftarah?” de autoria de Hananel Mack1, cuja informação é no mínimo intrigante. Produto sem dúvida de uma mente crítica e atenta a possíveis falhas na bela estrutura do judaísmo, imprecisões que precisam ser criticadas e discutidas, ao invés de serem friamente aceitas.
O que o autor do artigo propõe, é que existem raras referências na tradição judaica, que podem dar alguma pista de quando exatamente surgiu a prática da leitura dos profetas nas sinagogas. Há obviamente os que argumentam que esta nasceu no período dos Macabeus (166-63 A.E.C.), porém o autor deixará claro que estas evidências históricas ainda são questionáveis. O curioso é que ele recorrera a fontes, inusitadas para o judaísmo, que provam a existência desta prática já na época do II Templo. Incrivelmente um dos documentos, demonstrado pelo autor, que descreve a leitura da Haftará no I século E.C., está no chamado Novo Testamento. Um trecho é o que narra a leitura pública do profeta Isaías por Yeshua (Jesus) na sinagoga de Nazaré e outro é o que está preservado no livro de Atos dos Apóstolos capítulo 13. Estas são claras evidências de que tal prática era comum na época do II Templo, tanto em Israel como na Galút (diáspora).
O quê autor questiona é que, como já fora introduzido, não há menção deste trecho do profeta Isaías (lido por Yeshua) na lista oficial de leituras da Haftará do judaísmo recente. Logo, vem a pergunta: O que aconteceu então, com a Haftará que Jesus leu na sinagoga de Nazaré?
EXCLUSÃO DELIBERADA DE TEXTOS MESSIÂNICOS
Para o autor israelense houve uma exclusão deliberada por parte de líderes religiosos judeus da diáspora, principalmente em redutos judeus onde havia uma cultura predominantemente cristã. Para ele houve uma iniciativa da elite religiosa judaica em REMOVER os textos em que YESHUA poderia ser identificado ou associado ao Messias.
A curiosidade é que os capítulos 60, o final do 61, o capítulo 62 e 63 do profeta Isaías, estão na lista de leitura da Haftará. Mas, estranhamente, o início do capítulo 61, que fora lido por Yeshua em Nazaré, não está na lista. Segundo o autor, na verdade o texto lido por Yeshua fora excluído arbitrariamente.
Esta inferência apresentada por Mack não foi produzida sem fundamentos. Baseia-se na antiga lista de leitura de Haftarôt encontrada na Guenizá2 da sinagoga do Cairo. De fato, o referido texto (Isaías 61:1 e seg.) era lido na Haftará desta antiga comunidade do Norte da África. Por quê? Porque as comunidades judaicas desta região, não tinham contato com os debates sobre Yeshua (Jesus) e o judaísmo, afinal eram locais onde havia predominância religiosa islâmica. Não havia conflito entre a cultura local e a estrutura litúrgico-teológica do judaísmo nestes locais. Não havia nada, a priori, no Islã que poderia por em risco a fé judaica.
Em suma, o que o autor tenta demonstrar é que houve um esforço no judaísmo ocidental (que logo se espalhou para o restante do mundo judaico) de excluir textos que eram tradicionalmente usados por cristãos como textos prova a respeito de uma possível “messianidade” de Yeshua. Estes eram os chamados textos messiânicos.
Todos os textos abaixo foram excluídos deliberadamente da tradição judaica, por motivos óbvios. O interessante é que a leitura atual da Haftará engloba ou versos ou capítulos, antes ou depois destes trechos, mostrando claramente a resistência do judaísmo em inserir em sua liturgia textos messiânicos.

ALGUNS TEXTOS EXCLUÍDOS PELA TRADIÇÃO JUDAICA DA LEITURA DAS HAFTARÔT:
ISAÍAS 7:14 - “Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel”.
ISAÍAS 52:13 e 14 - “Eis que o meu Servo procederá com prudência; será exaltado e elevado e será mui sublime. Como pasmaram muitos à vista dele (pois o seu aspecto estava mui desfigurado, mais do que o de outro qualquer, e a sua aparência, mais do que a dos outros filhos dos homens)”.
ISAÍAS 53:1-6 - “Quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do SENHOR? Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse. Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso. Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos”.
ISAÍAS 42:1-7 - [Mateus 12:17] “Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se compraz; pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para os gentios. Não clamará, nem gritará, nem fará ouvir a sua voz na praça. Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega; em verdade, promulgará o direito. Não desanimará, nem se quebrará até que ponha na terra o direito; e as terras do mar aguardarão a sua doutrina. Assim diz Deus, o SENHOR, que criou os céus e os estendeu, formou a terra e a tudo quanto produz; que dá fôlego de vida ao povo que nela está e o espírito aos que andam nela. Eu, o SENHOR, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão, e te guardarei, e te farei mediador da aliança com o povo e luz para os gentios; para abrires os olhos aos cegos, para tirares da prisão o cativo e do cárcere, os que jazem em trevas”.
JEREMIAS 31:31-33: “Eis aí vêm dias, diz o SENHOR, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado, diz o SENHOR. Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo”.
OSÉIAS 11:1 - “Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei o meu filho”.
MIQUÉIAS 5:2 – “E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”.
ZACARIAS 9:9 – “Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o  teu Rei, justo e   alvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta”.



Parece meio óbvio, que estes textos tenham sido excluídos da leitura pública da tradição judaica, fica evidenciado que estas profecias têm profundas implicações de ordem messianológica, em favor de Yeshua como única pessoa histórica que se tem relato textual que cumpriu, ou pelo menos teve algum vínculo com estas profecias. O que se vê é um esforço deliberado contra a figura de Yeshua (Jesus) como Messias.

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2Guenizá Æ Um compartimento específico em sinagogas, para abrigar livros danificados, ou documentos que não estão em perfeito estado de conservação. Na tradição judaica, livros sagrados, mesmo em condições questionáveis, não podem ser lançados fora. Estes documentos permanecem em compartimentos específicos sem tempo determinado, neste caso, esta lista “diferente” de Haftarôt, fora encontrada na Guenizá de uma sinagoga do Cairo (Egito).

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

O espantoso Cristo


Aqueles de nós que vivem tão intimamente com os livros da Bíblia são  capazes de esquecer que eles são escritos de tremenda força literária.   A poesia do Velho Testamento é sem paralelo no mundo da literatura por sua beleza, profundidade e elevação moral. E não há maior ilustração desta verdade do que as profecias de Isaías. Em palavras de épica majestade que freqüentemente pairam com asas de águia, o filho de Amós nos dá a mais rica expressão da Escritura da visão Messiânica.

É uma das curiosas coincidências de Isaías que ele contém o mesmo número de capítulos que a Bíblia tem de livros. Ainda mais chocante é o fato que Isaías, correspondendo aos livros do Velho e Novo Testamentos, está naturalmente dividido em 39 e 27 capítulos cada um. A primeira divisão, como o Velho Testamento, fala de julgamento e encerra com um relato histórico direto da queda de Samaria sob a Assíria e a predição da queda de Judá sob a Babilônia.

Os últimos 27 capítulos de Isaías têm sido chamados o épico Messiânico do Velho Testamento. Eles são ricos de palavras de consolo: "Consolai, consolai o meu povo" (40:1). O 40º capítulo, como o evangelho de Marcos, abre com a "Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do S
ENHOR; endireitai no ermo vereda a nosso Deus" (versículo 3; Marcos 1:1-3). O 66º capítulo, como o Apocalipse de João, encerra com uma visão dos "novos céus e a nova terra" (versículos 22-24; Apocalipse 21:1 e seguintes).

Esta potente conclusão de Isaías, com sua intensidade crescente da visão Messiânica, pode ser dividida em três partes de nove capítulos cada. Os dois primeiros concluem com a mesma advertência ominosa, "Para os perversos, todavia, não há paz, diz o S
ENHOR" (48:22; 57:21) e a conclusão do terceiro é ainda mais ominosa: "Eles sairão e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará..." (66:24).

Bem no meio dessa parte final fica Isaías 53, a jóia indisputada da literatura profética e a passagem que muitos têm julgado ser a maior no Velho Testamento. Certamente, nenhum capítulo dos escritores do Velho Testamento é como esse.
Nesse grande capítulo, Isaías desenvolve sua alarmante visão do Servo Sofredor de Jeová. É esta misteriosa figura, o profeta revela, quem segura em suas mãos não somente o destino de Israel, mas do mundo. Cabe a ele cumprir e responder vitoriosamente ao desafio moral do universo. Mas quem é ele? Este sofredor enigmático tem assombrado os estudos dos mestres de Israel durante séculos.

Há evidência considerável de que, tão cedo como o 2º século d.C. e tão tarde como o 17º, havia entre alguns dos rabis um sentido da natureza Messiânica de Isaías 53 (Frederick Alfred Aston, O Desafio das Eras, páginas 14-17). Não se sabe quanta influência a pressão do evangelho tinha sobre o pensamento judaico nesses anos. Mas outras vozes prevaleceram e o ponto de vista que Israel era o servo sofredor de Isaías 53 se tornou autorizado no judaísmo rabínico. Era esta posição que um rabi ortodoxo, amigo meu, tomou alguns anos atrás.

Evidência de que as palavras de Isaías continuam a ser uma carga no judaísmo é encontrada no fato que as leituras modernas na sinagoga dos profetas sempre omitem Isaías 52:12 até 53:12. Nisto, nada mudou desde o primeiro século, quando um nobre etíope, recém vindo de Jerusalém com sua riqueza de sabedoria rabínica, estava tão perplexo por este grande capítulo como sempre: "Peço-te que me expliques a quem se refere o profeta. Fala de si mesmo ou de algum outro?" (Atos 8:34). Os rabis entenderam o poderoso rei Messiânico prenunciado nos Salmos 2, 110 e Isaías 9:6-7, mas ficaram desconcertados pela figura agoniada do Salmo 22 e o servo sofredor de Isaías.

Mas como podem estas palavras, que falam tão claramente de uma única personagem, descrever a nação de Israel? Pode ser Israel retratado como um sofredor inocente? (53:4,5,8,9,12). Isaías descreve-a como "nação pecaminosa, povo carregado de iniqüidade..." (1:4) e como um povo sobre quem Deus derramou "o furor da sua ira" por causa dos seus pecados (42:24-25).

Tem sido Israel um sofredor voluntário, um sofredor calado? (53:7). Tem Israel sofrido em redenção amorosa pelos pecados dos outros? (53:4-6, 8, 10-12). Fazer estas perguntas é respondê-las.

Não deveria surpreender-nos que o Servo Sofredor de Jeová deixasse perplexos e confusos os antigos estudantes do Velho Testamento, ou tenha sido "desprezado e rejeitado" quando saiu das páginas de Isaías para a História. O que ele foi e o que fez nunca poderia ter sido imaginado nem previsto por uma nação e um mundo em que "cada um se desviava pelo caminho". Ele estava destinado, verdadeiramente, a ser um Cristo espantoso.

por Paul Earnhart

"É ‘o Servo Sofredor’ de Isaías 53 uma profecia sobre Jesus?"

 "É ‘o Servo Sofredor’ de Isaías 53 uma profecia sobre Jesus?"

Talvez a maior de todas as profecias messiânicas no Tanakh (as Escrituras Hebraicas/o Antigo Testamento) sobre o advento do Messias judeu seja encontrada no capítulo 53 do profeta Isaías. Esta seção dos Profetas, conhecida como o "Servo Sofredor", tem sido por muito tempo enxergada pelos rabinos históricos do Judaísmo como falando do Redentor que um dia viria a Sião. Aqui está uma amostra do que o Judaísmo tem tradicionalmente acreditado sobre a identidade do "Servo Sofredor" de Isaías 53:

O Talmude babilônico diz: "O Messias, qual é o seu nome? Os rabinos dizem: o Estudioso de Aflições, assim como se diz, 'verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido...'" (Sinédrio 98b).

Midrash Rabbah Ruth diz: "Uma outra explicação (de Rute 2:14): Ele está falando do rei Messias; 'Achega-te para aqui,' aproxima-te para o lugar real; e ‘come do pão', isto é, o pão do reino; e ‘molhe no vinagre o teu bocado’, isto se refere aos seus sofrimentos, como se diz: 'Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades’".

O Targum Jonathan diz: "Eis que o meu servo Messias prosperará; ele será exaltado, elevado e será extremamente forte."

O Zohar diz: “‘Ele foi ferido pelas nossas transgressões’, etc... Há no Jardim do Éden um palácio chamado de Palácio dos Filhos da Doença; o Messias entra então neste palácio, e convoca cada enfermidade, cada dor e cada castigo de Israel; todos esses vêm e repousam sobre ele. E se ele não tivesse aliviado esse peso de Israel e colocado-os sobre si, não haveria nenhum outro homem capaz de suportar os castigos de Israel pela transgressão da lei: e isso é o que está escrito: 'Certamente nossas enfermidades ele carregou’".

O grande (Rambam) Rabi, Moisés Maimônides, diz: "Qual seria a forma do advento do Messias.... erguer-se-á um que ninguém conhecia antes, e sinais e prodígios que testemunharão sendo realizados por ele serão as provas de sua verdadeira origem; porque o Todo-Poderoso, quando nos declara a sua mente sobre este assunto, diz: ‘Aqui está o homem cujo nome é Renovo, e ele sairá do seu lugar e construirá o templo do Senhor’ (Zacarias 6:12). Isaías fala da mesma forma da época em que ele se manifestará, sem conhecer-se pai nem mãe ou a família, Ele surgiu diante dele, como renovo e raiz de uma terra seca, etc... nas palavras de Isaías, ao descrever a maneira em que essas coisas lhe são reveladas, para ele os reis fecharão a sua boca; pois viram aquilo que não lhes tinha sido dito, e o que nunca tinham ouvido entenderam."

Infelizmente, os rabinos modernos do Judaísmo acreditam que o "Servo Sofredor" de Isaías 53 talvez se refira a Israel, ou ao próprio Isaías, ou mesmo a Moisés ou outro dos profetas judeus. Mas Isaías é claro - ele fala do Messias, como muitos antigos rabinos concluíram.

O segundo versículo de Isaías 53 confirma essa clareza. A figura cresce como "um renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca." O renovo brotando com certeza é uma referência ao Messias e, na verdade, é uma comum referência messiânica de Isaías e outros lugares. A dinastia davídica era para ser cortada no julgamento como uma árvore derrubada, mas Israel tinha a promessa de que um renovo surgiria do tronco. O Rei Messias era o que brotaria.

Além de qualquer dúvida, o "Servo Sofredor" de Isaías 53 refere-se ao Messias. Ele é altamente exaltado e diante do qual os reis fecharão a boca. O Messias é o renovo que surgiu da caída dinastia davídica. Ele se tornou o Rei dos Reis. Ele forneceu a expiação final.

Isaías 53 deve ser entendido como se referindo à vinda do Rei Davi, o Messias. O Rei Messias foi profetizado para sofrer e morrer para pagar por nossos pecados e depois ressurgir novamente. Ele serviria como um sacerdote para as nações do mundo e aplicaria o sangue da expiação para purificar aqueles que acreditam. Há apenas Um a quem isso pode estar se referindo -Jesus Cristo!

Aqueles que o confessam são os Seus filhos, Sua descendência prometida e os despojos da Sua vitória. Segundo o testemunho dos apóstolos judeus, Jesus morreu por nossos pecados, ressuscitou, ascendeu à mão direita de Deus e agora serve como o nosso grande Sumo Sacerdote que nos limpa do pecado (Hebreus 2:17; 8:1). Jesus, o Messias judeu, foi o previsto por Isaías.

O rabino Moshe Cohen Ibn Crispin disse: "Este rabino descreve aqueles que interpretam Isaías 53 como uma referência a Israel como aqueles que abandonaram o conhecimento de nossos Mestres, e inclinaram-se de acordo com a 'teimosia de seus próprios corações', e da sua própria opinião; tenho o prazer de interpretá-lo, de acordo com o ensinamento de nossos rabinos, sobre o Rei Messias. Esta profecia foi proferida por Isaías por ordem divina com o propósito de dar-nos a conhecer algo sobre a natureza do futuro Messias, o que estava por vir e libertar Israel, e sobre sua vida, do dia em que chegou discretamente até o seu advento como um redentor, a fim de que se alguém surgisse afirmando ser o Messias, pudéssemos então refletir e olhar para ver se podemos de fato observar nele qualquer semelhança com as características descritas aqui; se houver alguma semelhança, então podemos acreditar que ele seja o Messias nossa justiça; mas se não, então não podemos fazê-lo."
Got Question ?org

Jesus Cristo ou Yeshua Hammaschiach?

Resposta a questões formuladas pelo Pastor Josué Breves Paulino, redigida pela Comissão de Tradução, Revisão e Consulta da Sociedade Bíblica do Brasil e lida e aprovada em reunião plenária de 30 de maio de 1995.
Observe-se inicialmente que não tem cabimento a afirmativa de que o nome Jesus é de origem grega e não hebraica. Esse nome, transliterado para o grego como Iesous, é hebraico e vem de Yeshua” (as aspas representam a letra ayin). A forma plena da palavra é Yehoshua”, que, a partir do Cativeiro, passou a dar lugar, geralmente, à forma abreviada Yeshua”. Até o começo do segundo século d.C. Iesous (Yeshua”) era um nome muito comum entre os judeus. Na Septuaginta, versão do Antigo Testamento que os judeus fizeram entre os anos 285 e 150 a.C., do hebraico para o grego, o nome Iesous aparece para referir-se tanto a Josué (quatro indivíduos) como aos oito Jesua mencionados em Esdras e Neemias.
Iesous não é nome de nenhum deus da mitologia grega, tanto que não aparece em nenhum clássico grego. Ver, por exemplo, o Dictionaire Grec-Français (1.868 páginas), de C. Alexandre, que, no apêndice de nomes históricos, mitológicos e geográficos, traz no verbete Iesous apenas o seguinte: “Jesus, nome hebraico.”

Agora, em ordem, as respostas às questões propostas. 

1. De fato, em hebraico não existe o som j. Como, então, aparece essa letra em nomes bíblicos em quase todas as línguas com as quais estamos familiarizados? O que aconteceu foi o seguinte: os judeus da Dispersão, empenhados em traduzir as escrituras hebraicas para o grego (a Septuaginta), não encontraram nessa língua uma consoante que correspondesse ao yodh do hebraico, e a solução foi recorrer à vogal grega iota, que corresponde ao nosso i. Então escreveram Ieremias, começando com i, e assim por diante, inclusive Iesous.
Mas como foi que esse i se tornou j? Foi através do latim, que deu origem às línguas neolatinas, entre as quais está o português. No latim posterior à Idade Média começou a aparecer na escrita a distinção que já existia na pronúncia entre o i vogal e o i consoante, o qual passou a ser grafado j. Por isso, ao abrir o Dicionário Latim-Português, de Santos Saraiva, você vai encontrar um verbete que começa assim: Iesus ou Jesus; e este outro: Ieremias ou Jeremias; e outros semelhantes.
2. Yehoshuah termina com o som de AH; de onde se originou o us em Jesus? Observe-se, primeiro, que o final desta palavra não é AH (qamets seguido de he), mas a” (pathach seguido de ayin; as aspas representam o ayin): Yehoshua”.
Em segundo lugar, Jesus não se deriva de Yehoshua”, mas da forma abreviada Yeshua”, como explicado anteriormente (ver, por exemplo, Ed 2.36). O a que precede o ayin é um pathach furtivo (ver Gramática Hebraica, Guilherme Kerr, # 18.7).
O s final em Jesus se explica pela necessidade de tornar esse nome declinável: os judeus substituíram o ayin final por um sigma (o s grego) do caso nominativo. Nos outros casos a palavra se declina assim: Iesou (genitivo), Iesoi (dativo), Iesoun (acusativo) e Iesou (vocativo). Com isso mataram-se dois coelhos com uma só cajadada: o nome ficou declinável, e o ayin final, que não tem equivalente em grego, foi substituído por um sigma (s).
Fato semelhante se deu com Judas, que reflete a forma grega Ioudas, que em hebraico é Yehudah (Judá). Outros nomes hebraicos que terminam com a gutural he tem em grego, em latim e em português no final o som s: Isaías, Jeremias, Josias, Sofonias et al. Outro exemplo é o vocábulo Mashiach, que termina com a gutural sonora cheth (ch), a qual em grego, em latim e em português deu lugar ao som s: Messias.
3. O Novo Testamento foi originalmente escrito pelos apóstolos em hebraico ou aramaico e posteriormente traduzido para o grego? A resposta é: não. É possível que algumas coleções de ensinos de Jesus, escritas em aramaico (as chamadas logia), tivessem circulado entre os cristãos e servido Mateus e Lucas ao escreverem os seus evangelhos. Mas nenhum manuscrito dessas logia foi encontrado até hoje. O tradutor do Novo Testamento não pode basear-se em textos hipotéticos. Os livros do Novo Testamento foram todos escritos em grego coiné, e é no texto grego que se têm baseado as traduções que têm sido feitas através dos séculos.
4. Os originais das Escrituras, especialmente o Novo Testamento, foram destruídos pelas guerras, especialmente na destruição de Jerusalém no ano 70 d.C.? Resposta: Não existe nenhum manuscrito autógrafo de nenhum livro da Bíblia. Tanto no caso do Antigo Testamento como no do Novo, o que temos são cópias feitas através dos séculos. Especialistas cotejam e avaliam cientificamente estas cópias com o objetivo de se chegar o mais perto possível dos textos autógrafos. Cópias dos manuscritos hebraicos e dos gregos foram feitas nos países do mundo bíblico, o que assegurou a sua preservação através dos séculos.
5. Jerônimo. A citação [de uma carta de Jerônimo ao papa Dâmaso temendo ser acusado futuramente de falsário por impetrar diversos acréscimos, mudanças e correções nas Escrituras] é breve demais e deve ser comprovada com indicação de fonte. E mais: citações fora de contexto podem levar a conclusões apressadas e falsas.
6. Lucas 23.38. Sobre leitura duvidosa não se devem basear argumentos, e este é o caso aqui. As palavras “em letras gregas, romanas e hebraicas” não aparecem nos melhores e mais antigos manuscritos e por isso estão ausentes de traduções modernas, como a Bíblia na Linguagem de Hoje, a Nova Versão Internacional e a Bíblia de Jerusalém. A Almeida Revista e Atualizada põe essas palavras entre colchetes (ver Bruce Metzger, A Textual Commentary on the Greek New Testament, 2a. ed., 1994, págs. 154 e 217). Em João 19.19-20, todavia, diz-se que “estava escrito assim em hebraico, latim e grego: ‘Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus’”. Então o nome de Jesus não foi apenas transliterado: foi escrito na forma corrente de cada uma das três línguas. Em hebraico foi Yeshua”, como fez F. Delitzsch na sua tradução do Novo Testamento do grego para o hebraico. Em grego foi Iesous, e em latim, Iesus.
Também não se sustenta a afirmativa de que nome próprio não pode ser traduzido. Geralmente nome próprio não se traduz; às vezes, sim. Foi o que aconteceu com Simão, a quem Jesus disse: “O seu nome é Simão… de agora em diante o seu nome será Cefas (que quer dizer Pedro)” (João 1.42). Cefas é palavra aramaica que quer dizer “pedra”. Pedro é em grego Petros, que quer dizer “pedra”. E esse nome, resultado de tradução e não de transliteração, foi o que se tornou mais comum, e baseado nele foi que Jesus construiu o trocadilho registrado em Mateus 16.18.
7. Como o nome Yehoshua” se tornou Jesus (fonética histórica)? Resposta: Já vimos que o vocábulo Jesus não se deriva diretamente de Yehoshua”, mas da forma abreviada Yeshua”, através do grego e do latim. A consoante inicial J foi explicada acima, no item 1. Agora, o s médio em Jesus. No vocábulo hebraico Yeshua”, o grupo sh representa a consoante shin. Por não haver em grego som correspondente a essa consoante fricativa palatal, que soa como xis em eixo, os judeus a substituíram por sigma, também fricativa mas línguodental, que em grego, mesmo entre vogais, soa como ss. O ditongo grego ou soa u. E o aparecimento do s final foi explicado no item 2, acima. A evolução do termo de uma língua para outra é a seguinte: Yeshua” (hebraico) > Iesous (grego) > Jesus (latim) > Jesus (português).
Finalmente, é preciso esclarecer que, para o leitor, o real significado dos nomes não é assegurado pela sua transliteração. Primeiro, há um problema insuperável na transliteração, que é o da falta de equivalência de alguns sons nos alfabetos das duas línguas. Isso, em se tratando do hebraico, é verdade em relação ao tau sem daghesh, à pronúncia do mem e do nun finais e das guturais he, cheth e ayin. O ayin só os orientais são capazes de pronunciar corretamente. Depois, suponha-se que na tradução do Novo Testamento imprimíssemos Yeshua” Hammashiach em lugar de Jesus Cristo. Será que isso asseguraria a manutenção do “real significado expresso no original”? É evidente que não. Isso apenas causaria uma confusão total na mente dos leitores. No emprego do nome Jesus Cristo os escritores dos livros do Novo Testamento dão o exemplo a ser seguido pelos tradutores de hoje: eles usaram o nome grego popularmente corrente – Iesous – para indicar o hebraico Yeshua”. O título Christós, que passou a ser nome, foi traduzido pelos apóstolos do hebraico para o grego. Ver, por exemplo, João 1.41, passagem em que André diz a Pedro: “Achamos o Messias. (Messias quer dizer Cristo)”. É que leitores do Evangelho de João não sabiam o que queria dizer Messias, mas sabiam que Cristo queria dizer ungido. O tradutor hoje deve distinguir entre Cristo como nome unido a Jesus e Messias como título de Jesus. Como vimos, isso é claro em João 1.41. E também em Mateus 16.16: “O senhor é o Messias, o Filho de Deus.” Mas nem essa maneira de traduzir é suficiente para transmitir ao leitor o sentido mais profundo do original. Então, um dos recursos usados é a colocação de nota marginal onde for o caso. Por exemplo, em Mateus 1.21 a Bíblia na Linguagem de Hoje [fora de prelo] tem uma chamada na margem, assim: “Jesus quer dizer ‘O Deus Eterno salva’”. Já no caso de Messias, o recurso usado é outro: o asterisco juntado a essa palavra encaminha o leitor ao Vocabulário, onde se lê: Messias – o Salvador prometido no Antigo Testamento. Messias (hebraico) é o mesmo que Cristo (grego) e quer dizer “Ungido”. (Ver UNGIR). Nesse último verbete explica-se o que é a unção.

Sugestão bibliográfica

Roger L. Omanson, “What´s in a Name?”, The Bible Translator, Nova Iorque, United Bible Societies, janeiro de 1989, p. 109-119.
Idem, “Lázaro y Simón”, Traducción de la Biblia, Miami, Sociedades Bíblicas Unidas, 1o. Semestre de 1995, p. 13-17.
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Sociedade Bíblica do Brasil

Av. Ceci, 706 – Tamboré – Barueri, SP – 06460-120

Qual a origem do nome Iesosus?

Qual a origem do nome Iesosus?
Não tem cabimento a afirmativa de que o nome Jesus é de origem grega e não hebraica. Esse nome, transliterado para o grego como Iesous, é hebraico e vem de Yeshua” (as aspas representam a letra ayin = h). A forma plena da palavra é Yehoshua”, que, como vimos, a partir do Cativeiro, passou a dar lugar, geralmente, à forma abreviada Yeshua”. Até o começo do segundo século d.C. Iesous (Yeshua”) era um nome muito comum entre os judeus. Na Septuaginta, versão do Antigo Testamento que os judeus fizeram entre os anos 285 e 150 a.C., do hebraico para o grego, o nome Iesous aparece para referir-se tanto a Josué (quatro indivíduos) como aos oito Jesua mencionados em Esdras e Neemias.
O Nome do Messias no Original Hebraico e sua Transliteração
evwhy = Yehôshuah
Foi abreviado para: ewvy = Yeshuah
Y = I
E = E
SH = S
U = OU
AH = US
O som de “sh” da letra hebraica (shin) é sempre transliterado em grego por um sigma s (a nossa letra “s”). Assim, por exemplo, o hebraico (Moshê) é transliterado em grego por (Moysés), de onde vem a forma latina Moisés. O sigma v no final do nome Iesous é uma característica natural de certos nomes masculinos em grego (indicando o caso nominativo, a forma básica do nome; o mesmo ocorre com o nome Moisés mwshv).
Obs: “sh” faz som de “x”.
Obs: Os sigmas v e s são equivalentes, porém, o primeiro só é usado no final das palavras, enquanto o último pode ser usado no começo e no meio.
Yehoshua” termina com o som de ah. Observe-se, primeiro, que o final desta palavra não é ah (qamets seguido de he), mas a” (pathach seguido de ayin; as aspas (“) representam o ayin) O a que precede o ayin é um pathach furtivo: Yehoshua”. (ver Gramática Hebraica, Guilherme Kerr, # 18.7).
Obs: o h em ah não tem som.
Ademais, Jesus não se deriva de Yehoshua”, mas da forma abreviada Yeshua”, como explicado anteriormente (ver, por exemplo, Ed 2.36).
Prova Histórica de que o Messias era chamado de Iesous no 1º século da era cristã.
Uma fortíssima prova a qual podemos invocar aqui vem da pena do mais famoso historiador judaico – Flávio Josefo.
Josefo foi contemporâneo de Cristo viveu até 98 d.C. É considerado um dos melhores historiadores antigos. Falava o hebraico, o latim e o grego. Como Historiador conhecia muito bem a história e os deuses dos povos pagãos como deixa bem claro em sua obra “História do Hebreus”. Suas obras sobre o povo judeu é uma preciosidade histórica da vida helênica no primeiro século. Em seu livro, “Antiguidades Judaicas”, ele faz algumas referências a Jesus. Em uma delas, ele escreve: “Por esse tempo apareceu Jesus, um homem sábio, que praticou boas obras e cujas virtudes eram reconhecidas. Muitos judeus e pessoas de outras nações tornaram-se seus discípulos. Pilatos o condenou a ser crucificado e morto. Porém, aqueles que se tornaram seus discípulos pregaram sua doutrina. Eles afirmam que Jesus apareceu a eles três dias após a sua crucificação e que está vivo. Talvez ele fosse o Messias previsto pelos maravilhosos prognósticos dos profetas” (Josefo, “Antiguidades Judaicas” XVIII,3,2).
Em outros lugares Josefo também registra a execução de João Batista (XVIII,7 ,2) e o martírio de Tiago, irmão de Jesus que era “chamado Cristo” (XX,9,1).
“…Assim reuniu um conselho de juízes, perante o qual trouxe Tiago, irmão de Jesus, que era chamado Cristo, junto com alguns outros, e, tendo-os acusado de infração à lei, entregou-os para serem apedrejados”
Perceba que Josefo escrevendo sobre o Messias e seus seguidores não o chama de Yehoshuah, mas de Iesous, pois Josefo escreveu em grego. Se o nome Iesous fosse pagão, claro que Josefo iria relatar isto neste trecho! Mas o caso é que ele sabia que o nome Iesous não era pagão e Yeshuah podia ser transliterado para Iesous. Ele definitivamente identificou o líder dos cristãos, o Messias, como Iesous ou em bom português – Jesus.

http://www.cacp.org.br/o-nome-iesous/

Qual a verdadeira origem do nome Jesus?

O nome português Jesus vem do latim Jesus.

Jerônimo quando traduziu a Bíblia na versão conhecida como Vulgata usou o original hebraico para traduzir o VT e uma versão chamada de Antiga Latina junto com algumas outras versões em grego para traduzir o NT. A versão Septuaginta (grega) que traduzia o nome hebraico Yeshua como Iesous serviu de base para a tradução da Antiga Latina.
A forma latina “Iesus”, que aparece na Vulgata Latina de Jerônimo, não foi inventada ou criada por Jerônimo, como afirmam erroneamente os adeptos do Nome Yehôshuah, mas é simplesmente uma transliteração natural do grego para a escrita latina. Ou seja: do Grego para o Latim

I = I
E = E
S = S
OU = U
S = S 
Obs: O ditongo grego ou soa como u, por isso, Iesous, foi abreviado para Iesus. Do Latim para o Português:

I = J
E = E
S = S
U = U
S = S 


Como se formou o nome Jesus?
1. O “S” final no nome Jesus
O s final em Jesus se explica pela necessidade de tornar esse nome declinável: como vimos os judeus substituíram o ayin final por um sigma (o “s” grego) do caso nominativo. Nos outros casos a palavra se declina assim: Iesou (genitivo), Iesoi (dativo), Iesoun (acusativo) e Iesou (vocativo). Com isso mataram-se dois coelhos com uma só cajadada: o nome ficou declinável, e o ayin final, que não tem equivalente em grego, foi substituído por um sigma (s).
Fato semelhante se deu com Judas, que reflete a forma grega Ioudas, que em hebraico é Yehudah (Judá). Outros nomes hebraicos que terminam com a gutural he tem em grego, em latim e em português no final o som s: Isaías, Jeremias, Josias, Sofonias et al. Outro exemplo é o vocábulo Mashiach, que termina com a gutural sonora cheth (ch), a qual em grego, em latim e em português deu também lugar ao som s: em Messias.
2. O “S” médio em Jesus
No vocábulo hebraico Yeshua”, o grupo sh representa a consoante shin. Por não haver em grego som correspondente a essa consoante fricativa palatal, que soa como xis (por exemplo a palavra eixo), os judeus a substituíram por sigma s, também fricativa mas línguodental, que em grego, mesmo entre vogais, soa como ss. A evolução do termo de uma língua para outra é a seguinte: Yeshua” (hebraico) > Iesous (grego) > Jesus (latim) > Jesus (português).
3. De onde Surgiu a letra “J” no Nome Jesus?
Dizem os adeptos do Movimento do Nome Yehoshuah que o nome correto de nosso Salvador não pode ser “Jesus” por não existir a letra j na língua hebraica.
A única transliteração ( reduzir um sistema de escrita a outro, letra por letra) possível do nome do Messias é Yehoshuah, e não Jesus, que seria uma deturpação greco-romana, pois na língua hebraica não há correspondente para a letra “j”. Portanto, o nome do Senhor, para essas pessoas, não poderia em hipótese nenhuma ser transliterado com a letra “j”.
A questão da letra “J”
É verdade que o j não existe no hebraico, grego e latim. Como, então, aparece essa letra em nomes bíblicos em quase todas as línguas com as quais estamos familiarizados? Porque todas as Bíblias trazem Jeremias, Jacó, Jersusalém, Judá sendo que não existia o J em hebraico?
O que aconteceu foi o seguinte: os judeus da Dispersão, empenhados em traduzir as escrituras hebraicas para o grego (a Septuaginta), não encontraram nessa língua uma consoante que correspondesse ao yodh do hebraico, e a solução foi recorrer à vogal grega iota, que corresponde ao nosso i. Então escreveram Ieremias, começando com i, e assim por diante, inclusive Iesous. No hebraico a letra y yud representa tanto o som vogal i como a consoante y. O mesmo acontecia com o latim com as letras i e u. O emprego das letras j e v para representar i e u consonânticos ocorreu na época do Renascimento, foi difundido por Pierre de la Ramée, também conhecido como Petrus Ramus. Foi filósofo francês, reformador da lógica aristotélica, aderiu à reforma protestante em 1561. Morto no massacre que se seguiu à noite de são Bartolomeu. Escreveu instituições dialéticas (1543) e Contra Aristóteles (1543).
A expressão “letra Ramista”, ficou sendo uma designação comum dada às consoantes j e v, em homenagem a ele, que primeiro as distinguiu das vogais i e u em textos franceses. (BARSA)
Por isso lemos Jerusalém, e não Yerushalayim; Jeremias, e não Yeremiahu; Jonas, e não Yonah; Joaquim, e não Yehoiacin; e assim por diante.
Há tempos, especialistas em hebraico são unânimes em transliterar palavras que começam com a letra hebraica yod (a letra inicial de Yehoshuah), ora com “i” (ou “y”), no caso de substantivos comuns, ora com “j”, no caso de nomes próprios. Uma rápida consulta a qualquer léxico, analítico ou gramática de hebraico bíblico confirma esta afirmação.

O nome Jesus vem do hebraico Yehoshua

O nome Jesus vem do hebraico (Yehoshua) – “Josué”, que significa “Iavé é salvação”. Josué era chamado de Oshea ben Num “Oséias, filho de Num” (Nm.13:8). Moisés mudou seu nome para Yehoshua bem Num (Nm. 13:16). A Septuaginta (tradução grega do VT) usou o nome Iesus para Yehoshua; Portanto Iesus é a forma grega do nome Yehoshua. Depois do cativeiro de Babilônia, o nome Yehoshua era conhecido por Yeshua. Em Ne. 8:17 Josué era chamado Yeshua ben Num. Yeshua é o nome hebraico para Jesus, até hoje em Israel. Isso pode ser comprovado em qualquer exemplar do Novo Testamento hebraico.
É verdade que nome não se traduz, mas se translitera conforme a índole de cada língua. Os nomes Eva, David e outros levam a letra “v” em hebraico, aparecem como Eua, Dauid, nos textos gregos. No grego moderno a letra beta (b) na antiguidade, hoje é v. Hoje se escreve Dabid, para David, e Eba para Eva. Há nomes que permanecem inalteráveis em outras línguas, mas não são todos. O nome João, por exemplo, é Yohanan, em hebraico; Ioannes, em grego; John, em Inglês; Jean, em frances; Giovani, em italiano, Juan, em espanhol; johannes, em alemão. E assim por diante, isso ocorre em vários nomes. Há nome que mudam substancialmente de uma língua para outra. Eleazar, em hebraico, é Lázaro em grego. Elizabete é a forma hebraica do nome Isabel. O argumento, portanto, de que o nome deve ser preservado na forma original, em todas as línguas, é inconsistente, sem apoio bíblico.

(Transcrito: Pr. Ezequias Soares)

Sobre o nome Yeshua

Shalom chaverim!

O termo hebraico יֵשׁוּעַ - Yeshua origina-se da raiz iod, shin e ain (י שׁ ע). E ele tem muitas variantes, dependendo do caso, isto é, se do gênero feminino ou masculino, se singular ou plural, etc.

1) יֵשׁוּעַ - Yeshu’a (adjetivo e substantivo masculino singular), deriva-se do verbo SALVAR e significa SALVADOR.

2) יְשׁוּעָה - Yeshu’ah (substantivo feminino singular). Significa SALVAÇÃO. (Sl. 118:15) – Lexicon – pgs. 354 e 358.

3) יֵשַׁע - Yesha’ – Significa literalmente SALVAÇÃO, mas pode se traduzir também por libertação, redenção, resgate, segurança, ajuda, etc.

4) יְשַׁעְיָהוּ - Yesha’Yahu ou יְשַׁעְיָה – Yesha'Yah, nome do profeta Isaías.

- יְשַׁעְיָהוּ - Yesha’Yahu significa “Ele (O Eterno) é a Salvação”

- יְשַׁעְיָה - Yesha’Yah significa “Salvação do Eterno”

5) יְהוֹשִׁיעַ - Yehoshiy’a – Significa “ele salvará”, futuro da 3ª pessoa do singular masculino e da mesma raiz (ישׁע) iod, shin e ain. Lexicon – pg. 300. (I Sa. 17:47; Sl. 116:6).

6) Já o termo יְהוֹשֻׁעַ, Yehoshu'a muito embora seja uma contração do Nome do Eterno (יְהוָה) com o verbo salvar. E que apesar de significar “o Eterno é o seu auxílio, socorro, salvação”, segundo o Lexicon tem como raiz as letras hê, vav e hê (הוה), cujo significado é o seguinte:

I- Existir, ser, derivar...
Daí, o Nome de D'us (יְהוָה) O GRANDE EU SOU.

II- Desejo, pedido, vontade...
Lexicon - pg. 300.

Contudo o que mais importa mesmo é o que disse um certo anjo de D'us para יוֹסֵף, Yosseph (José), aquele que veio a ser o esposo de מִרְיָם, Miryam (Maria), explicando o significado do nome Yeshu'a:

וְהִיא יֹלֶדֶת בֵּן וְקָרָאתָ אֶת־שְׁמוֹ יֵשׁוּעַ כִּי הוּא יוֹשִׁיעַ אֶת־עַמּוֹ מֵחַטֹּאתֵיהֶם׃

“E ela dará à luz um filho, e você lhe dará o nome de יֵשׁוּעַ, Yeshu'a, porque ele (יוֹשִׁיעַ, yoshiy'a) SALVARÁ o seu povo dos seus pecados”. (Matityahu, Mateus 1:21).

E na realidade יֵשׁוּעַ - Yeshu'a é tanto o Salvador, como também יְהוֹשִׁיעַ - Yehoshiy'a, Ele salvará ou יְהוֹשֻׁעַ - Yehoshu'a, a Salvação do Eterno para toda humanidade, todavia eu prefiro chamá-lo de יֵשׁוּעַ הַמָּשִׁיחַ, Yeshu'a ha Mashiyach, o Salvador Ungido ou como queiram o Messias Salvador.

Fonte de pesquisa:

1) Huzeff Zlochevsky, “Pequeno Dicionário Português / Hebraico”, Sociedade Cemitério Israelita de S.Paulo, Organização Sionista Tnuat Aliá – Depart. Ensino da FISESP, 1980.

2) Benjamin Davidson, “The Analytical Hebrew and Chaldee Lexicon”, Samuel Bagster and Sons Ltda, 72 Marylebone Lane, London Wi, 1794, Reprinted, 1967, 1970.

3) “Tanakh” (Hebrew Old Testament), The Britsh and Foreign Bible Society, London, Printed in Great Britain by Lowe and Brydon (Printers) LTD, London and Theford, 1980.

4) Printed in Great Britain at the University Press, Cambridge, the Society for Distributing the Holy Scriptures to the Jews, “HaBriyt HaChadashah” (The New Testament In Hebrew And Portuguese), 237 Shaftesbury Avenue, London, W.C.2.

5) Abraham Hatzamri e Shoshana More-Hatzmri, “Dicionário Português - Hebraico e Hebraico - Português”, editado pela Editora & Livraria SÊFER - Alameda Barros, 893 - São Paulo, SP - Brasil.

6) R. BARGUR H. Iusim, “Dicionário Básico – Hebraico / Português”, All Rights reserved, Maariv book guild, 2 Karlibach ST., Tel Aviv, Israel., 1975.

 7) Tanakh e HaBrit HaChadashah online do site Café Torah.



Embora a língua hebraica seja declinável em alguns casos gramaticais, porém a língua grega a supera muito nisso.

O idioma grego é uma língua cujas palavras declinam de acordo com as funções sintáticas das mesmas na oração, e por esse motivo o nome Yeshua ha Mashiach ao ser transliterado para esse idioma teve que ser adaptado à gramática do mesmo.

Eis aqui alguns textos bíblicos da Brit ha Chadashah em hebraico e em grego que mencionam o nome Yeshua ha Mashiach:

Em hebraico:

ישוע המשיח – Yeshua ha Mashiach - Mateus 1:1

המשיח ישוע – Ha Mashiach Yeshua - 1 Corintios 1:30

ישוע המשיח – Yeshua ha Mashiach - 1 Corintios 2:2

ישוע המשיח – Yeshua ha Mashiach - 2 Corintios 13:5

ישוע המשיח – Yeshua ha Mashiach - Filipenses 2:11

המשיח ישוע – Ha Mashiach Yeshua - 1 Timoteo 2:5

ישוע המשיח - Yeshua ha Mashiach – Hebreus 13:8

Em grego:

Ἰησοῦ Χριστοῦ - Iesou Cristou (genitivo singular masculino) - Mateus 1:1

Χριστῷ Ἰησοῦ - Cristoi Iesou (dativo singular masculino) - 1 Corintios 1:30

Ἰησοῦν Χριστὸν - Iesoun Criston (acusativo singular masculino) - 1 Corintios 2:2

Ἰησοῦς Χριστὸς - Iesous Cristós (nominativo singular masculino) - 2 Corintios 13:5

Ἰησοῦς Χριστὸς - Iesous Cristós (nominativo singular masculino) - Filipenses 2:11

Χριστὸς Ἰησοῦς - Cristós Iesous (nominativo singular masculino) - 1 Timoteo 2:5

Ἰησοῦς Χριστὸς - Iesous Cristós (nominativo singular masculino) - Hebreus 13:8

E porque o nome Ἰησοῦς Χριστὸς se encontra no nominativo singular masculino é que o mesmo foi transliterado para o latim como Iesous Cristus, o qual veio a ser Jesus Cristo em português.

Vejam esse artigo sobre "os inventores de letras", no qual é mencionado o nome de "Pierre de la Ramée" como o criador da letra JOTA no século XVI.

E ainda sobre a letra "J", o som da mesma também varia de língua para língua, pois ela tem som de "dj" em inglês, "rr" em espanhol e "i" em alemão, por exemplo.

E vejam também nesse comentário de autor desconhecido algumas informações sobre o nome Jesus:

"O nome Jesus é uma adaptação para o português de um nome hebraico que aparece na Bíblia em duas formas: Yehoshua e Yeshua.

O nome Yehoshua foi adaptado para o português como Josué, e é o nome do auxiliar de Moisés, que após a morte de Moisés, tornou-se o líder do Povo de Israel, e conduziu o povo na conquista da Terra de Canaã.

O nome Yeshua é uma forma abreviada do nome Yehoshua, sendo que um mesmo homem é chamado na Bíblia, ora pelo nome Yehoshua, ora pelo nome Yeshua. Este homem era o sumo sacerdote na época de Zorobabel. No livro do profeta Zacarias, ele é chamado de Yehoshua, que na versão em português aparece como Josué, e nos livros de Esdras e Neemias, ele é chamado de Yeshua, que na versão em Português aparece como Jesua.

Tanto o nome Yehoshua quanto o nome Yeshua foram adaptados para o grego como Iesus.

Na tradução do Antiga Aliança em grego, chamada Septuaginta, feita no século III A.C., o nome Yehoshua aparece como Iesus, e o nome Yeshua também aparece como Iesus. Daí é que veio a forma Jesus, que é usada nas traduções da Bíblia para o português.
Yehoshua significa o Eterno salva. Yeshua também tem este mesmo significado.

Josué, Jesua e Jesus são o mesmo nome, em três diferentes adaptações para a língua portuguesa.

Existem pessoas que dizem que é muito importante pronunciar o nome de Jesus como Yehoshua, ou como Yeshua, mas, na realidade, tanto faz falar Yehoshua, ou Yeshua, ou Jesus, pois de qualquer forma é o mesmo nome.

Alguns dizem que nomes próprios não se traduzem. Realmente, nomes próprios não são traduzidos, mas muitas vezes são adaptados para outras línguas, pois existem certos fonemas (sons) que existem em uma certa língua, mas não existem em outras línguas.

Por exemplo: O nome Jacó, é a adaptação para o português do nome hebraico Ya’acov, sendo que em hebraico existe uma letra, chamada ‘ayin, cujo som não existe na língua portuguesa. Também não existe em português palavra terminada em consoante que não seja l, m, r, s ou z. Por isso foi necessário fazer uma adaptação do nome Ya’acov para o Português.

O nome hebraico Yochanan, foi adaptado para o português como João.
O mesmo nome Yochanan, foi adaptado para o grego como Ioanan, para o inglês como John, para o francês como Jean, para o alemão como Johan, e para o italiano como Giovani.

Portanto, vê-se que é normal adaptar-se os nomes próprios de uma língua para outra, mesmo porque, sem esta adaptação se torna muito difícil pronunciar certos nomes.
Principalmente os nomes de pessoas importantes são adaptados para outras línguas. Por exemplo, o reformador alemão Martin Luther é conhecido no Brasil como Martinho Lutero.

Portanto, podemos pronunciar o nome do Messias (Mashiach) como Yehoshua, Yeshua, ou Jesus. É indiferente."

Vejam essa interessante ilustração sobre o aparecimento dos idiomas e a evolution of alphabets feita pelo Prof. Robert Fradkin constante no site da University of Maryland.



E eis aqui mais informações sobre o nome Jesus:

"Observe-se inicialmente que não tem cabimento a afirmativa de que o nome Jesus é de origem grega e não hebraica. Esse nome, transliterado para o grego como Iesous, é hebraico e vem de Yeshua” (as aspas representam a letra ain). A forma plena da palavra é Yehoshua”, que, a partir do Cativeiro, passou a dar lugar, geralmente, à forma abreviada Yeshua”. Até o começo do segundo século d.e.c. Iesous (Yeshua”) era um nome muito comum entre os judeus. Na Septuaginta, versão do Antigo Testamento ou da Antiga Aliança que os judeus fizeram entre os anos 285 e 150 a.e.c, do hebraico para o grego, o nome Iesous aparece para referir-se tanto a Josué (quatro indivíduos) como aos oito Jesua mencionados em Esdras e Neemias.

Iesous não é nome de nenhum deus da mitologia grega, tanto que não aparece em nenhum clássico grego. Ver, por exemplo, o Dictionaire Grec-Français (1.868 páginas), de C. Alexandre, que, no apêndice de nomes históricos, mitológicos e geográficos, traz no verbete Iesous apenas o seguinte: “Jesus, nome hebraico.”

Agora, em ordem, as respostas às questões propostas.

1. De fato, em hebraico não existe o som j. Como, então, aparece essa letra em nomes bíblicos em quase todas as línguas com as quais estamos familiarizados? O que aconteceu foi o seguinte: os judeus da Dispersão, empenhados em traduzir as escrituras hebraicas para o grego (a Septuaginta), não encontraram nessa língua uma consoante que correspondesse ao yodh do hebraico, e a solução foi recorrer à vogal grega iota, que corresponde ao nosso i. Então escreveram Ieremias, começando com i, e assim por diante, inclusive Iesous. 

Mas como foi que esse i se tornou j? Foi através do latim, que deu origem às línguas neolatinas, entre as quais está o português. No latim posterior à Idade Média começou a aparecer na escrita a distinção que já existia na pronúncia entre o i vogal e o i consoante, o qual passou a ser grafado j. Por isso, ao abrir o Dicionário Latim-Português, de Santos Saraiva, você vai encontrar um verbete que começa assim: Iesus ou Jesus; e este outro: Ieremias ou Jeremias; e outros semelhantes.

2. Yehoshuah termina com o som de AH; de onde se originou o us em Jesus? Observe-se, primeiro, que o final desta palavra não é AH (qamets seguido de he), mas a” (pathach seguido de ain; as aspas representam o ain): Yehoshua”.

Em segundo lugar, Jesus não se deriva de Yehoshua”, mas da forma abreviada Yeshua”, como explicado anteriormente (ver, por exemplo, Ed 2.36). O a que precede o ain é um pathach furtivo (ver Gramática Hebraica, Guilherme Kerr, # 18.7).

O s final em Jesus se explica pela necessidade de tornar esse nome declinável: os judeus substituíram o ain final por um sigma (o s grego) do caso nominativo. Nos outros casos a palavra se declina assim: Iesou (genitivo), Iesoi (dativo), Iesoun (acusativo) e Iesou (vocativo). Com isso mataram-se dois coelhos com uma só cajadada: o nome ficou declinável, e o ain final, que não tem equivalente em grego, foi substituído por um sigma (s).

Fato semelhante se deu com Judas, que reflete a forma grega Ioudas, que em hebraico é Yehudah (Judá). Outros nomes hebraicos que terminam com a gutural he tem em grego, em latim e em português no final o som s: Isaías, Jeremias, Josias, Sofonias et al. Outro exemplo é o vocábulo Mashiach, que termina com a gutural sonora cheth (ch), a qual em grego, em latim e em português deu lugar ao som s: Messias. 

3. O Novo Testamento foi originalmente escrito pelos apóstolos em hebraico ou aramaico e posteriormente traduzido para o grego? A resposta é: não. É possível que algumas coleções de ensinos de Jesus, escritas em aramaico (as chamadas logia), tivessem circulado entre os cristãos e servido Mateus e Lucas ao escreverem os seus evangelhos. Mas nenhum manuscrito dessas logia foi encontrado até hoje. O tradutor do Novo Testamento não pode basear-se em textos hipotéticos. Os livros do Novo Testamento foram todos escritos em grego coiné, e é no texto grego que se têm baseado as traduções que têm sido feitas através dos séculos.

4. Os originais das Escrituras, especialmente a Brit ha Chadashá ou Nova Aliança, foram destruídos pelas guerras, especialmente na destruição de Jerusalém no ano 70 d.e.c.? Resposta: Não existe nenhum manuscrito autógrafo de nenhum livro da Bíblia. Tanto no caso da Antiga Aliança como na da Nova, o que temos são cópias feitas através dos séculos. Especialistas cotejam e avaliam cientificamente estas cópias com o objetivo de se chegar o mais perto possível dos textos autógrafos. Cópias dos manuscritos hebraicos e dos gregos foram feitas nos países do mundo bíblico, o que assegurou a sua preservação através dos séculos.

5. Jerônimo. A citação [de uma carta de Jerônimo ao papa Dâmaso temendo ser acusado futuramente de falsário por impetrar diversos acréscimos, mudanças e correções nas Escrituras] é breve demais e deve ser comprovada com indicação de fonte. E mais: citações fora de contexto podem levar a conclusões apressadas e falsas. 

6. Lucas 23.38. Sobre leitura duvidosa não se devem basear argumentos, e este é o caso aqui. As palavras “em letras gregas, romanas e hebraicas” não aparecem nos melhores e mais antigos manuscritos e por isso estão ausentes de traduções modernas, como a Bíblia na Linguagem de Hoje, a Nova Versão Internacional e a Bíblia de Jerusalém. A Almeida Revista e Atualizada põe essas palavras entre colchetes (ver Bruce Metzger, A Textual Commentary on the Greek New Testament, 2a. ed., 1994, págs. 154 e 217). Em João 19.19-20, todavia, diz-se que “estava escrito assim em hebraico, latim e grego: ‘Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus’”. Então o nome de Jesus não foi apenas transliterado: foi escrito na forma corrente de cada uma das três línguas. Em hebraico foi Yeshua”, como fez F. Delitzsch na sua tradução do Novo Testamento ou Nova Aliança do grego para o hebraico. Em grego foi Iesous, e em latim, Iesus.

Também não se sustenta a afirmativa de que nome próprio não pode ser traduzido. Geralmente nome próprio não se traduz; às vezes, sim. Foi o que aconteceu com Simão, a quem Jesus disse: “O seu nome é Simão... de agora em diante o seu nome será Cefas (que quer dizer Pedro)” (João 1.42). Cefas é palavra aramaica que quer dizer “pedra”. Pedro é em grego Petros, que quer dizer “pedra”. E esse nome, resultado de tradução e não de transliteração, foi o que se tornou mais comum, e baseado nele foi que Jesus construiu o trocadilho registrado em Mateus 16.18. 

7. Como o nome Yehoshua” se tornou Jesus (fonética histórica)? Resposta: Já vimos que o vocábulo Jesus não se deriva diretamente de Yehoshua”, mas da forma abreviada Yeshua”, através do grego e do latim. A consoante inicial J foi explicada acima, no item 1. Agora, o s médio em Jesus. No vocábulo hebraico Yeshua”, o grupo sh representa a consoante shin. Por não haver em grego som correspondente a essa consoante fricativa palatal, que soa como xis em eixo, os judeus a substituíram por sigma, também fricativa mas línguodental, que em grego, mesmo entre vogais, soa como ss. O ditongo grego ou soa u. E o aparecimento do s final foi explicado no item 2, acima. A evolução do termo de uma língua para outra é a seguinte: Yeshua” (hebraico) > Iesous (grego) > Jesus (latim) > Jesus (português). 

Finalmente, é preciso esclarecer que o real significado dos nomes não é assegurado pela sua transliteração. Primeiro, há um problema insuperável na transliteração, que é o da falta de equivalência de alguns sons nos alfabetos das duas línguas. Isso, em se tratando do hebraico, é verdade em relação ao tav sem daghesh, à pronúncia do mem e do nun finais e das guturais he, cheth e ayin. O ayin só os orientais são capazes de pronunciar corretamente. Depois, suponha-se que na tradução do Novo Testamento imprimíssemos Yeshua” Hammashiach em lugar de Jesus Cristo. Será que isso asseguraria a manutenção do “real significado expresso no original”? É evidente que não. Isso apenas causaria uma confusão total na mente dos leitores. No emprego do nome Jesus Cristo os escritores dos livros do Novo Testamento dão o exemplo a ser seguido pelos tradutores de hoje: eles usaram o nome grego popularmente corrente – Iesous – para indicar o hebraico Yeshua”. O título Christós, que passou a ser nome, foi traduzido pelos apóstolos do hebraico para o grego. Ver, por exemplo, João 1.41, passagem em que André diz a Pedro: “Achamos o Messias. (Messias quer dizer Cristo)”. É que leitores do Evangelho de João não sabiam o que queria dizer Messias, mas sabiam que Cristo queria dizer ungido. O tradutor hoje deve distinguir entre Cristo como nome unido a Jesus e Messias como título de Jesus. Como vimos, isso é claro em João 1.41. E também em Mateus 16.16: “O senhor é o Messias, o Filho de D'us.” Mas nem essa maneira de traduzir é suficiente para transmitir ao leitor o sentido mais profundo do original. Então, um dos recursos usados é a colocação de nota marginal onde for o caso. Por exemplo, em Mateus 1.21 a Bíblia na Linguagem de Hoje [fora de prelo] tem uma chamada na margem, assim: “Jesus quer dizer ‘O D'us Eterno salva’”. Já no caso de Messias, o recurso usado é outro: o asterisco juntado a essa palavra encaminha o leitor ao Vocabulário, onde se lê: Messias – o Salvador prometido no Antigo Testamento. 

Messias (hebraico) é o mesmo que Cristo (grego) e quer dizer “Ungido”. (Ver UNGIR). Nesse último verbete explica-se o que é a unção.

Sugestão bibliográfica

Roger L. Omanson, “What´s in a Name?”, The Bible Translator, Nova Iorque, United Bible Societies, janeiro de 1989, p. 109-119.

Idem, “Lázaro y Simón”, Traducción de la Biblia, Miami, Sociedades Bíblicas Unidas, 1o. Semestre de 1995, p. 13-17."

Portanto, a transladação do nome Yeshua para Iesus em latim e Jesus em português trata-se de uma questão de lingüística e não de uma tradução sob o ponto de vista religioso e muito menos pagão.

Por que nós judeus messiânicos preferimos nos referir ao Mashiach (Messias) usando mais o seu nome original Yeshua ha Mashiach ao invés de Jesus Cristo?

A resposta para isso se deve ao fato do nome Jesus Cristo ter sido manchado pelos "crentes" no Mashiach que usaram esse nome indevidamente, através dos Progons, das Cruzadas e principalmente da Inquisição Católica, a qual perseguiu, torturou e matou inúmeros judeus, pelo simples fato deles ainda não ter reconhecido que Jesus Cristo seja o verdadeiro Messias judeu e o mesmo Yeshua ha Mashiach, o Salvador Ungido. Por isso preferimos usar mais o nome original hebraico do Messias.

E para finalizar achei por bem postar aqui esse lindo vídeo com essa lindíssima canção, que fala sobre o nascimento e vida do nosso Salvador, Yeshua ha Mashiach.



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