DOCUMENTOS QUE CONTÉM 1JO 5:7, FAZEM MENÇÃO A ESSE TEXTO, OU PODEM SER DEDUZIDOS COMO CONTENDO O TEXTO:
1) 130DC - Tradução Velha Latina (Esta é a data inicial da circulação da tradução para o latim. Não temos disponíveis manuscritos desta data, mas temos a segunda geração destes, do séc V, os quais possuem 1Jo 5:7, NO CORPO PRINCIPAL, E NÃO NA MARGEM, isso é forte evidência que a primeira geração da Velha Latina, da qual foram copiados estes manuscritos, já tinha o texto, e destrói a ridícula teoria de que a Comma surgiu de uma anotação na margem de alguma cópia da Velha Latina por Cipriano ou Tertuliano, porque eles viveram depois da primeira geração da Velha Latina).
2) 150DC - Tradução Peshita Siríaca (Esta é a data inicial de circulação desta tradução para o siríaco. Não temos disponíveis manuscritos desta data, mas é a mesma situação da Velha Latina, há manuscritos de segunda geração com a comma).
30)180DC - Citação de Clemente Alexandrino. "Clemens Alexandrinus has a manifest reference to the verse and its context: "Pan rema istatai epi duo kai trion marturon, epi Patros, kai Uion, kai Agioun Pneumatos. Eph on marturon kai bonthon ai entolai legomenai phulassestai ophelousi." "Every promise is valid before two or three witnesses, before the Father and the Son and the Holy Spirit before whom, as witnesses and helpers, what are called the commandments ought to be kept". This passage was first pointed out by Bengelius, and lately alleged by Dr. Burgess." -www.1john57.com.
Eu gostaria de saber se essa informação procede.
REPOSTA
Caro
esta é uma tentativa desesperada de encontrar algum suporte textual para o Comma Ioanneum. Alguns desses dados citados aparecem no aparato crítico (pé da página) de edições eruditas, como o Nestle-Aland. São manuscritos latinos (l, r) que são do sexto século. Nenhum manuscrito grego anterior ao oitavo século conhece esse texto. (Sugiro a leitura de Variantes Textuais do Novo Testamento Grego, publicado pela SBB.)
Note que há um exercício de dedução. Supõe-se que esses documentos ou essas cópias posteriores reflitam um texto mais antigo. Quem precisa de algum suporte recorre a esse tipo de argumento, mas é algo que não se sustenta. Não vale como evidência, pois é suposição.
Quanto ao texto de Clemente de Alexandria, a única semelhança é o fato de ele falar sobre três testemunhas e citar o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Isto poderia ser um reflexo de 1Jo 5. No entanto, note que no texto de João aparece "o Verbo", e não "o Filho". E, mais uma vez, deduz-se que Clemente esteja se referindo ao texto. Mas há tantas referências ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo no Novo Testamento (Mt 28, por exemplo), que não se pode afirmar que Clemente tenha um suposto texto de 1Jo 5.7 em mente.
Sou suspeito para falar, pois entendo que este é um problema textual que tem a solução mais simples de todas: essa forma expandida do texto não tem nenhuma chance de ser original. Os teólogos do quarto século (de fala grega!) que discutiram -- e muito -- a questão da Trindade, nunca citam esse texto, que teria sido de muita ajuda. Isto aponta para o fato de que esse texto (ainda) não existia.
Abraço
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