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quinta-feira, 6 de julho de 2017

O Nascimento do Messias

O Nascimento do Messias


No dia 19 de novembro de 1997 aconteceu algo extraordinário: Bobbi McCaughey, da cidade de Carlisle, Iowa (EUA), deu à luz a sete bebês saudáveis. Com a notícia do nascimento bem sucedido dos sétuplos, o mundo pareceu fazer uma pausa para refletir, maravilhado e assombrado. Paula Mahone, a médica que fez o parto, expressou o que estava no coração de cada um: “Esta é uma situação singular”, disse ela. “Eu consideraria isto um milagre.”

Há dois mil anos, ocorreu um nascimento ainda mais extraordinário, singular e miraculoso. Esse não produziu as manchetes que os sétuplos da família McCaughey provocaram. Na verdade, relativamente poucas pessoas souberam que ele havia ocorrido. No entanto, os efeitos desse evento não apenas dividiram nosso tempo em duas partes – a.C. e d.C. –, como também estabeleceram para sempre um testemunho vivo do amor e da fidelidade de Deus. Naquela noite nasceu o Messias. O nascimento de Jesus de Nazaré não foi prematuro, nem tardio. Ele nasceu no tempo exato, de acordo com a agenda profética de Deus. Não se tratou de um acidente, ou de um golpe do destino.  Tudo foi planejado, predito e prometido com centenas de anos de antecedência. O nascimento do Messias foi verdadeiramente uma vinda abençoada.

Uma pessoa abençoada
A identidade e a linhagem do Messias não foram deixadas ao acaso, pois Deus não queria nenhuma confusão sobre o assunto. Desde o começo, Ele foi revelando progressivamente quem viria a ser o Seu Ungido.

Depois que Adão e Eva pecaram, Deus amaldiçoou a serpente. Dentro dessa maldição estava a promessa de Alguém que viria e esmagaria a cabeça da serpente. Esse Prometido viria da descendência da mulher e seria um homem (Gn 3.15). Isso foi reiterado mais tarde, na promessa dada por intermédio do profeta Isaías: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu” (Is 9.6). Em outras palavras, o Messias não seria um anjo, um animal, ou alguma criatura incomum. Tampouco o Messias seria uma mulher. Deus prometeu levantar um ser humano, um homem, que um dia feriria mortalmente “a antiga serpente, que se chama Diabo e Satanás” (Ap 12.9).

As circunstâncias miraculosas cercando Seu nascimento dariam indicações de Sua natureza divina. Mais uma vez, por meio de Isaías, Deus fez uma promessa. À casa de Davi não seria dado um sinal de sua própria escolha, mas um sinal determinado por Deus: “eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel [literalmente: Deus conosco]” (Is 7.14).

Embora muitos debates tenham focalizado a questão se o termo hebraico “almah” deveria ser traduzido como “virgem” ou “mulher jovem”, os tradutores judaicos da Septuaginta (a tradução grega do Antigo Testamento) escolheram o termo grego “parthenos”, para indicar claramente o que entendiam que a palavra hebraica deveria significar, ou seja, “virgem”. Além disso, “parthenos” foi a palavra empregada por Mateus em seu evangelho, quando citou essa passagem de Isaías (Mt 1.23). Conseqüentemente, o sinal miraculoso que Deus iria conceder seria o fato de uma virgem conceber e dar à luz um filho.

Além disso, conforme indicado por Seu nome, esse Filho seria de natureza divina. Na tradição judaica, ensinava-se que nos tempos primitivos da história humana, pela ministração do Espírito Santo, as pessoas poderiam dirigir o futuro de seus filhos por intermédio dos nomes que lhes dessem (Gênesis Rabbah 37.7). Também era prática comum dar um nome à criança de acordo com um pensamento ou conceito indicativo da sua natureza. Por isso, quão significativo é que Deus, quando concedeu o sinal especial do Filho nascendo de uma virgem, deu-Lhe, Ele mesmo, um nome que revelava não apenas o que esse Filho faria, mas também o que Ele seria (“Emanuel”). Este menino especial seria Deus e Ele estaria conosco.

Estreitando ainda mais a árvore genealógica do Messias, Deus planejou que Ele viesse de uma nação específica – Israel (Gn 22.18; compare Gl 3.16); de uma tribo específica de Israel – Judá (Gn 49.10); e de uma família específica de Judá – a família do rei Davi (Jr 23.5). Portanto, esses eram os requisitos genealógicos e de nascimento para qualquer um que pretendesse reivindicar ser o Messias.

Uma época abençoada
Os rabinos antigos pronunciavam uma maldição sobre qualquer pessoa que tentasse calcular a época da chegada do Messias (Sanhedrin 97b). Eles temiam que o povo perderia a fé se Ele não aparecesse na data calculada. Apesar disso, a época da primeira vinda do Messias é descrita em Daniel 9.24-27: “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniqüidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos. Depois das sessenta e duas semanas será morto (a Ed. Rev. e Corrigida diz: “tirado”) o Ungido e já não estará; e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas.”

Nessa passagem, o anjo Gabriel informa ao profeta Daniel que “setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade”. Essas setenta semanas são semanas de sete anos cada, e não de sete dias – um total de 490 anos. O ponto de referência para iniciar a contagem é este: “desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém”. O único decreto registrado nas Escrituras que encaixa historicamente com essa profecia é aquele baixado pelo rei Artaxerxes, em Neemias 2. Esse decreto, que ordenava a reconstrução das portas e dos muros de Jerusalém, foi editado no vigésimo ano do rei Artaxerxes – 445 a.C.

De acordo com o anjo Gabriel, em Daniel 9.25, desta data em diante, um período de 69 semanas, ou 483 anos, se encerraria na época em que “o Ungido, o Príncipe” estaria presente. Por meio de cuidadosos cálculos (empregando anos proféticos de 360 dias), eruditos bíblicos chegaram à conclusão de que as 69 semanas terminaram em torno do ano 32 d.C.[1]

Embora tenha havido debates a respeito da data precisa, não pode ser questionado que, de acordo com essa passagem, o Messias tinha que chegar e “já não estar” (v. 26) antes da destruição da cidade e do santuário (templo). Como Daniel recebeu essa profecia algum tempo após a primeira destruição de Jerusalém e do templo, em 586 a.C., essa segunda destruição tem de referir-se àquela efetuada pelo exército romano, em 70 d.C. Portanto, o Messias deveria chegar 483 anos depois de 445 a.C. e antes de 70 d.C.

Um lugar abençoado
Miquéias 5.2 (5.1 na Bíblia judaica) é uma promessa acerca da qual há a maior unanimidade entre eruditos cristãos e antigos estudiosos judeus – concorda-se que se trata de uma profecia messiânica: “E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”.

De acordo com essa promessa, a pequena vila de Belém-Efrata seria o local de onde viria o Messias. Numerosas fontes judaicas antigas concordam com essa interpretação (Targum Jonathan sobre Miquéias 5.1; Lamentações Rabbah 1.16, parágrafo 51). Inclusive nos dias de Herodes, o Grande, sábios judeus compreendiam Miquéias 5.2 como sendo uma referência ao lugar de nascimento do Messias (Mt 2.4-6).

É significativo que o profeta Miquéias tenha identificado claramente qual Belém se tinha em vista, pois havia duas localidades chamadas Belém. Uma se encontrava no território dado à tribo de Zebulom, no norte (Js 19.15), enquanto a outra se localizava no território dado à tribo de Judá. Efrata era o nome original dessa segunda Belém. Ela distava aproximadamente oito quilômetros de Jerusalém para o sul e foi o lugar onde Davi nasceu e foi coroado rei.

Correspondendo à localização messiânica de Belém, existe um lugar chamado “torre do rebanho”. Nos dias bíblicos, os pastores muitas vezes vigiavam seus rebanhos de uma torre especialmente construída para isso. De lá, podiam observar a aproximação de bandidos ou animais selvagens. Miquéias 4.8 faz referência a essa torre: “A ti, ó torre do rebanho, monte da filha de Sião, a ti virá; sim, virá o primeiro domínio, o reino da filha de Jerusalém”. Uma antiga interpretação judaica considerava esse versículo como sendo messiânico e traduzia a expressão “torre do rebanho” por “Messias de Israel” (Targum Jonathan).

A única outra referência à “torre do rebanho” encontra-se em Gênesis 35.21: “Então, partiu Israel e armou a sua tenda além da torre de Éder [literalmente, “rebanho”]”. Isso ocorreu logo após a morte de Raquel, no caminho para Efrata, ou Belém (Gn 35.19). Assim, essa “torre do rebanho” encontrava-se próxima de Belém. Como resultado da localização da torre e da interpretação de Miquéias 4.8, outro Targum judaico traduz Gênesis 35.21 da seguinte forma: “Jacó partiu e armou suas tendas além da torre do rebanho, o lugar de onde o Rei Messias se revelará no fim dos dias” (Targum Pseudo-Jonathan).

Portanto, o lugar abençoado do qual se originaria ou nasceria o Messias era Belém-Efrata.

Um nascimento abençoado
Na época em que o Messias chegou, a Palavra de Deus havia detalhado suficientemente como Ele poderia ser reconhecido simplesmente em termos de Seu nascimento, para não mencionar as profecias concernentes a toda a Sua vida. Tal detalhamento aponta para Jesus de Nazaré.

Em primeiro lugar, Jesus possuía a linhagem física correta. Ele nasceu de uma mulher, Maria, cumprindo assim os requisitos de um ser humano, um homem, nascido de uma virgem (Lc 1.34-35). Com respeito à Sua divindade, muitas passagens das Escrituras confirmam Suas obras miraculosas e Sua confissão pessoal (por exemplo, Jo 10.30-33). Ele também foi judeu – Mateus 1 e Lucas 3.23-38 confirmam que Jesus de Nazaré foi “filho de Davi, filho de Abraão” (Mt 1.1).

Em segundo lugar, Jesus nasceu no tempo certo. Obviamente, Ele viveu após 445 a.C. e antes de 70 d.C. Durante Seu ministério, Ele pregou que “o tempo está cumprido” (Mc 1.15). Como mencionamos acima, os eruditos bíblicos calcularam que ao redor do ano 32 d.C. cumpriram-se os 483 anos da profecia de Daniel. Mais especificamente, acredita-se que eles se encerraram exatamente nos dias em que Jesus foi aclamado como Messias e entrou em Jerusalém montado num jumentinho. Nessa ocasião, Jesus parou repentinamente e chorou sobre Jerusalém. Ele exclamou: “Ah! Se conheceras por ti mesma, ainda hoje, o que é devido à paz! Mas isto está agora oculto aos teus olhos... porque não reconheceste a oportunidade da tua visitação” (Lc 19.42,44). A época da chegada do Messias havia sido proclamada pelo profeta Daniel. Mas os líderes judeus de então, representando a nação como um todo, não o reconheceram. Igualmente, em cumprimento da profecia de Daniel, Jesus foi “tirado” (Dn 9.26, Ed. Rev. e Corrigida), uma referência à Sua morte prematura por meio da crucificação. Até mesmo isso não ocorreu por acaso. A morte de Jesus tinha um propósito. Ele “a si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho que se deve prestar em tempos oportunos” (1 Tm 2.6).

Em terceiro lugar, Jesus de Nazaré nasceu no lugar certo – Belém. Ele não nasceu na Belém vizinha de Nazaré, apesar de José e Maria viverem em Nazaré. Em vez disso, Ele nasceu na outra Belém, a Belém-Efrata. Deus, em Sua providência, fez com que o imperador romano Augusto decretasse que em todo o império deveria ser realizado um recenseamento. Isso exigia que todos os cidadãos retornassem às cidades de seus ancestrais. Por isso, José foi obrigado a fazer uma viagem longa e difícil a Belém, juntamente com Maria, sua esposa, que se encontrava grávida. Enquanto ainda estavam lá, Jesus, o Messias, nasceu, exatamente como Deus havia planejado e prometido (Lc 2.4,7).

Um outro aspecto interessante do nascimento de Jesus é que “havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite” (Lc 2.8). Foi a esses pastores que a multidão de anjos proclamou o nascimento do Messias nas proximidades de Belém. Será que esses pastores se encontravam próximos da “torre do rebanho”, o lugar a partir do qual o Messias seria revelado?

A evidência confirma que Jesus de Nazaré foi a pessoa abençoada, nascida no tempo abençoado, no lugar abençoado. Como a identificação de um bebê, feita na maternidade, as marcas históricas identificadoras que envolvem Seu nascimento provam que, de fato, Sua vinda foi uma vinda abençoada.

Por ocasião do nascimento dos sétuplos da família McCaughey, foi dito que “o nascimento é apenas o começo da história, não o fim”. Com Jesus também é assim.

quarta-feira, 5 de julho de 2017

EXEGESE DE ISAÍAS 7:14 - O EMANOEL PROMETIDO


EXEGESE DE  ISAÍAS  7:14 

 A  PROMESSA  A  RESPEITO  DE  EMANUEL

 Isaías é chamado pelos estudiosos como o maior dos profetas do Velho Testamento, o "rei de todos os profetas". Chega a ser cognominado "a águia entre os profetas" e o evangelista da antiga aliança. O significado do seu nome, em hebraico, é bem apropriado para o caráter de seus escritos "Yeshayahu", cujo sentido é = Yahweh é a salvação. 

Sua capacidade estilística é impressionante, seus recursos para criar figuras literárias nos enleva. Sabedores de que a maior parte do seu livro foi escrito em forma de poesia, para surpresa de alguns, ele é considerado o maior poeta do Velho Testamento.

Comentaristas na Introdução aos Profetas, da Bíblia de Jerusalém, o denominam de poeta genial. O brilho do estilo, a novidade das imagens fazem dele o grande clássico da Bíblia.

Para bem compreender o verso de Isa. 7:14, ele deve ser estudado em seu contexto histórico, em seu problema gramatical e em suas implicações teológicas.

I – Contexto Histórico

O livro de Isaías tem sido dividido por alguns em duas partes:

1º) Abrangendo 39 capítulos;

2º) Compreendendo os demais 27 capítulos.

A primeira parte está dividida em 5 seções.

Com o capítulo 7 começa a segunda seção, onde se descreve a aliança da Síria com o reino de Israel (Efraim) contra Judá, no reinado de Acaz. Se a cronologia nos informa que Acaz começou a reinar em 735 AC, estes eventos se realizaram em 734.

A Síria governada por Rezim, e Israel administrado por Peca, o perverso assassino do rei Pecaías, aliaram-se com o iníquo objetivo de subjugar o reino de Judá e obrigá-lo a cooperar com eles na campanha militar contra a poderosa e agressiva Assíria. Com a ameaça de um ataque iminente, o rei de Judá e o povo ficaram aterrorizados e cheios de grande perturbação.

Acaz, de personalidade tíbia e pusilânime, ferido em seu amor próprio devido à primeira derrota frente a Peca e Rezim, cometeu a insensatez pecaminosa de pedir auxílio ao rei assírio. Ainda mais, amedrontado, tomou a prata e o ouro da casa do Senhor, e os tesouros da casa do rei e os enviou a Tiglate-Pileser com a declaração vexatória: "Eu sou teu servo e teu filho; sobe e livra-me do poder do rei da Síria e do poder do rei de Israel, que se levantam contra mim", como nos relata II Reis 16:7-9. Diante desta situação aflitiva, Isaías recebeu de Deus a incumbência sagrada de procurar Acaz com alguns objetivos.

1º) Apresentar-lhe uma mensagem estimulativa da parte de Deus: "Acautela-te e aquieta-te, não temas nem desanime o teu coração". Isa. 7:4. Em outras palavras ele queria dizer: não há nenhuma necessidade para preocupação, já que numa elegante metáfora, ele compara os dois reis a pedaços de tições fumegantes, pois se outrora eram perigosos, agora seu poderio estava quase extinto. Em sua entrevista com Acaz, o profeta procurou animá-lo, transmitindo-lhe a seguinte mensagem: se depositasse confiança no Senhor haveria livramento. Rezim e Peca em breve desapareceriam como bolhas de sabão.

2º) Isaías, com seu acendrado espírito religioso, combateu tenazmente a aliança com poderes pagãos, porque previa os males que viriam para Acaz e para o povo de Deus.

A mensagem do profeta ao rei alarmado era de confiança em Deus, culminando com a declaração do verso 9: "se o não crerdes, certamente não permanecereis". Nesta afirmativa do profeta, há um notável trocadilho hebraico, que é difícil transmitir numa tradução.

Eis algumas tentativas para reproduzir o efeito original:

"Sem fé não há fixidez".

"Sem confiança forte não há forte de confiança".

"Sem confiança não há permanência".

As conseqüências de rejeitar a orientação divina são evidentes no relato sagrado:

Politicamente Acaz se vê transformado num simples vassalo da Assíria.

Na esfera religiosa, rejeitando a promessa de libertação que o mensageiro do Senhor lhe oferecera, entregou-se inteiramente ao paganismo. II Reis 16:10-18.

Tanto se afastou de Deus, que chegou a passar o seu filho pelo fogo, influenciando com seu comportamento negativo o declínio espiritual de todo o povo. Altares pagãos foram erigidos por toda a parte, inclusive no templo em Jerusalém, fazendo com que o culto ao verdadeiro Deus se extinguisse.

Quando Isaías viu, que tanto o rei quanto os seus subordinados, desprezaram a mensagem divina, ele silenciou por algum tempo o seu ministério público. 

3º) Sugeriu que Acaz pedisse um sinal como evidência de que estava diante de um verdadeiro profeta de Deus. Já que não crês nas palavras do profeta, pede um sinal, uma garantia ou evidência que te as segure que Deus cumprirá a promessa de salvar o Seu povo.

Acaz respondeu: "Não o pedirei nem tentarei ao Senhor". Isa. 7:12.

Sua declaração era uma saída hipócrita sob o pretexto de que guardava a lei. (Deut. 6:16)

Se tentar a Deus é pôr Deus em uma prova, o pedir o sinal que era oferecido por Ele não seria tentá-Lo.

A razão primordial para rejeitar o sinal, era que ele não estava disposto a submeter-se à vontade de Deus, ou estava receoso de que o obrigasse a alterar a política externa que adotara.

Diante da atitude de Acaz recusando-se a pedir um sinal, Isaías lhe diz que Deus lhe daria o sinal.

"Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e lhe chamara Emanuel". Isa. 7:14.

Este sinal dado por Deus é a demonstração mais convincente de Sua intervenção e direção na História.

No livro A Profecia de Isaías de A. R. Crabtree, pág, 157 há esta afirmação: "Talvez não haja outra profecia no Velho Testamento que tenha produzido mais perplexidade e mais discussão do que estes versículos sobre o sinal que Deus deu a Acaz".

Corrobora com esta afirmativa Albert Barnes em Notes on the Old Testament, vol. 8, pág. 157, ao declarar "... não existe nenhuma profecia no Velho Testamento da qual se tenha escrito tanto, e que tem produzido mais perplexidade entre os comentaristas do que esta".

Os versos 17 a 25 apresentam uma terrível descrição de como eles seriam assolados em virtude da rejeição do sinal.

II – O Problema Gramatical

Isaías 7:14 é uma passagem extremamente difícil de ser traduzida. Temos aqui um dos mais controvertidos problemas textuais de toda a Bíblia.

O pomo da discórdia se encontra na palavra "almah", que tem trazido para os intérpretes uma longa e complicada discussão.

Traduções da Bíblia como a Septuaginta, King James Version, Almeida tanto a Revista e Corrigida como a Atualizada a traduzem por "virgem". Outras mais fiéis ao original hebraico como a Revised Standard Version, a de Moffatt, New English Bible e A Bíblia de Jerusalém preferem traduzi-la por jovem ou mulher jovem. Diante destas declarações a primeira pergunta que se levanta é esta: qual é a tradução preferível para "almah"? Virgem ou jovem?

Afirmam alguns, peremptoriamente, – se os tradutores da Septuaginta traduziram a palavra "almah" para pavrdenov – a virgem, e se não podemos descrer do conhecimento que tinham do hebraico os que fizeram o trabalho, então não assiste nenhuma razão àqueles que insistem que em Isa. 7:14 o termo tem que ser traduzido para uma jovem na idade de se casar.

O traduzir de uma maneira ou de outra sempre cria problemas: Tradicionalmente sempre se defendeu a tradução para virgem, por ser aparentemente a única a predizer claramente o nascimento virginal de Cristo. Mas se esta passagem é uma profecia referente a uma criança que deveria nascer como sinal para o rei Acaz, a mãe desta criança não poderia ser virgem porque criaria um problema de ordem teológica. Sendo que outras traduções trazem "mulher jovem", exegetas intervêm declarando que este procedimento elimina uma doutrina fundamental da Bíblia, o maravilhoso nascimento virginal de Cristo.

O livro Problems in Bible Translation, nos informa que a palavra "almah" aparece nove vezes no Velho Testamento, mas que é difícil especificar exatamente o seu real significado. Conclui dizendo que "almah" designa simplesmente uma "mulher jovem" em idade de casamento, quer noiva ou não, casada ou não, virgem ou não". Pág. 168.

O vocábulo hebraico para virgem é "bethulah" que aparece 50 vezes no Velho Testamento.

C. G. Tuland, concluiu seu artigo no Ministério Adventista, março-abril de 1969, pág. 19, explicando Isa. 7:14, da seguinte maneira: "Portanto, não parece ser justificável traduzir "almah", "mulher jovem", em Isa. 7: 14, por virgem. A única tradução coerente é a da R.S.V.: "Eis que uma mulher jovem conceberá, e dará à luz um filho".

A. R. Crabtree, no livro A Profecia de Isaías, pág. 158, defende tese contrária, com bastante dogmatismo, ao afirmar que "almah" em Isa. 7:14 deve ser traduzida por virgem, havendo assim um nascimento milagroso no tempo de Isaías, semelhante ao de Cristo, sem se preocupar com o profundo problema teológico envolvido nesta interpretação.

Sendo que este mesmo autor declara que quase todas as palavras se usam em mais de um sentido, informando-nos também que a significação de qualquer palavra deve ser determinada pelo uso no contexto, pelo sentido com outras passagens bíblicas, e em relação com o ensino geral da Bíblia sobre o mesmo assunto, não seria melhor concluir que Isaías a empregou, no sinal para Acaz com o significado de jovem, e Mateus fazendo uma aplicação messiânica do mesmo verso usa a palavra parthenos ou virgem?

Quem seria a jovem de Isaías 7:14? Três possibilidades têm sido sugeridas:

1ª) Seria a própria esposa de Isaías;

2º) Outros advogam que esta jovem fosse a esposa do próprio rei Acaz, pois ele tinha nesse tempo 21 anos;

3º) Um terceiro grupo, menos numeroso, mas com possibilidades verossímeis, defende a tese de ser outra jovem da família real, bastante conhecida a eles, mas a nós desconhecida.

Pessoalmente, baseado no contexto bíblico (Is. 8:3), creio que a jovem era a própria esposa de Isaías. Conferindo Isaías 1:1 com 6:1 concluiremos que o profeta estava no início de seu ministério, que se estendeu por meio século após este evento.

III – Implicações Teológicas

A verdade do nascimento virginal de Cristo está implícita através das Escrituras, portanto não precisa ser confirmada por uma palavra hebraica de Isaías 7:14.

Se a tradução de "almah" por virgem, cria um problema de natureza teológica, por não poder ser aplicável no tempo de Isaías; outro problema nada inferior a este seria se Isaías houvesse usado a palavra "bethulah" para uma outra ocorrência além do nascimento virginal de Cristo.

Se os exegetas defendessem que Isaías 7:14 profetizava um nascimento virginal milagroso, teriam também de aceitar que esta criança teria a mesma natureza divino-humana e o mesmo poder que Jesus possuía.

Das muitas explicações propostas, visando solucionar o problema, o livro Problems in Bible Translation, pág. 151, destaca estas 4:

1º) Isaías 7:14 não constituía uma verdadeira profecia de eventos, quer no tempo de Cristo ou no de Isaías;

2º) Cumpriu-se de alguma maneira desconhecida nos dias de Isaías e não de outra forma;

3º) Apontava ao futuro exclusivamente para o nascimento de Cristo;

4º) Era uma profecia dupla, aplicável tanto aos dias de Isaías, quanto ao nascimento do Messias.

A primeira explicação é insustentável para quem acredita na inspiração das Escrituras.

O segundo ponto de vista nega a inspiração de Mateus.

A aceitação de que a alusão apontava unicamente para o nascimento de Cristo despreza completamente o contexto e o ambiente histórico de Isaías 7:14.

A quarta solução proposta é a única totalmente consistente, com o conceito de que tanto Mateus quanto Isaías foram inspirados.

O estudo atento do texto hebraico e das varias interpretações propostas, nos levam à conclusão de que em Isaías 7:14 temos uma profecia messiânica.

Este texto deve ser incluído entre as profecias messiânicas pelo princípio do duplo cumprimento comum a muitas profecias bíblicas, como nos confirmam os seguintes exemplos.

1º) A promessa feita a Abraão nos seus descendentes (Gên. 13:16; 15:5), e um descendente, que é Cristo (Gál. 3: 16).

2º) A profecia de Mateus 24, se cumpriu primeiramente na destruição de Jerusalém, no ano 70 da nossa era; mas, o seu cumprimento final será no fim do mundo.

Da mesma forma, a promessa a respeito de Emanuel, teve uma aplicação imediata e primária da libertação temporária de Judá nos dias de Acaz, mas depois de 730 anos, numa aplicação secundária de outro livramento do inimigo, através da encarnação de Cristo, iniciando assim o período da salvação espiritual e de paz com Deus.

O nome Emanuel, dado à criança dos dias de Isaías, foi mudado diante da recusa de Acaz de submeter-se a Deus. Isaías foi instruído a colocar na criança o nome de Maher - Shalal - Has - Baz.

A promessa a respeito de Emanuel poderia ser sintetizada nestas palavras: É uma promessa de plena e absoluta confiança, de que o mesmo Deus que não desampararia os seus filhos no tempo de Isaías. Ele através do nascimento de Cristo está conosco no eterno concerto da graça para nos salvar, jamais desamparando o Seu povo, antes protegendo-o e guardando-o para a glória futura.

Enfatizemos mais uma vez a idéia contida em Isaías 7:9: "Se o não crerdes, certamente, não permanecereis." Esta confiança absoluta, penhor da salvação (Is. 28:16) nos mostra que não podemos confiar em coisas ou em pessoas.

Que a promessa apresentada por Isaías a respeito de Emanuel – Deus conosco – esteja sempre conosco e que a transmitamos aos outros para sua e nossa salvação.

Extraído do Livro: "Leia e Compreenda melhor a Bíblia" de Pedro Apolinário

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Exegese de Isaías 7.14

 Exegese de Isaías 7.14

Exegese do capitulo 7.14 de Isaías:
Em Isaías 7.14 vemos uma das profecias mais claras a respeito da messianidade da pessoa de Jesus. Alguns judeus equivocados, que não levam em considerarão algumas questões do seu próprio idioma, tentam de toda forma contornar o sentido obvio da profecia messiânica de Isaías 7.14.
Alguns se detêm ao contexto, que aparentemente parece ser uma interpretação bem convincente.
Isaías entrega a mensagem de Deus a Acaz e lhe diz para pedir um sinal para confirmar que a profecia é verdadeira (7:11). Acaz se recusa, dizendo que ele não testará Deus (7:12). Isaías responde que Acaz receberá um sinal mesmo que ele não peça um, e o sinal será o nascimento de uma criança, e a mãe da criança lhe dará o nome de Emanuel (7:13-14); quando a criança “souber rejeitar o erro e escolher o que é certo” (isso é, tiver idade suficiente para distinguir o bem do mal), ele estará comendo coalhada e mel e Efraim e a Síria serão destruídos. (7:15-16):
Is foto 1
A respeito disto comenta Allen Rosso: Há muitas interpretações oferecidas para este versículo, e você tem que ter cuidado para lidar com o contexto, o significado das palavras, e a teologia da Bíblia todos juntos. Eu acho que a pessoa tem que ver dois “cumprimentos” para esta profecia (como é frequentemente o caso com a profecia)- porque o tempo de referências na passagem para a idade da criança e da invasão não se encaixam. Além disso, a forma como Mateus usa a Escritura apoia esta ideia: ele viu estas velhas passagens proféticas como parcialmente tipológica, o que significa que o cumprimento histórico tornou-se um tipo de cheia (e literal) significado final. Mas isso abre várias interpretações possíveis que não podem ser decididas em conjunto de forma satisfatória. Um ponto de vista leva a “criança” para nascer como Ezequias, o bom e justo rei. Mas ele provavelmente  teria nascido anos antes deste oráculo. Outra visão é levar a criança como filho de Isaías mencionado no capítulo 8. Isto tem um certo apelo, pois a redação do Isaías 8.1-4 é semelhante ao de 7.14, essa criança é chamada de sinal em 8.18 , Emanuel é repetida duas vezes no capítulo 8, e a vista nos daria o encerramento, uma identidade na passagem do Velho Testamento. O ponto fraco é que a visão seria necessária a  ”jovem” ou “virgem”  ser madura para o casamento para ser a esposa do profeta, que já tinha um filho. Algumas pessoas que têm essa visão argumentam então que Isaías pode ter se casado de novo, mas com certeza isso soa artificial para ajustar a vista. Outra visão é que alguma jovem princesa (a virgem na época do oráculo) que é desconhecida para nós, mas conhecida no tribunal de repente se casou e teve um filho como um sinal de que a dinastia iria continuar. Isso se encaixa com o oráculo bem o suficiente, mas o ponto fraco é que não há encerramento. Mas, claro, não há fechamento de qualquer maneira, até porque o profeta nunca diz quem é[1].
Outra objeção significativa em relação a respeito desta passagem em particular, se encontra no termo “virgem”, como as nossas traduções tradicionalmente vertem. No original hebraico de Isaías 7.14, a palavra almah significa uma moça já em idade de ter filhos mas que ainda não havia tido nenhum e que poderia ou não ser virgem. A tradução grega, porém, traduziu almah por parthenos, que significa “virgem”.
Sobre isto, também comenta Ross: A palavra hebraica é ‘almah (a partir de uma raiz ‘alam) com um artigo, ” a jovem” Um estudo cuidadoso desse termo, creio eu, deu à conclusão de que ele descreve uma jovem mulher que está madura para o casamento; e que o termo em si não significa “virgem”, o contexto vai decidir isso. Neste contexto, na corte real, a sociedade mais educada e, certamente, como um sinal celestial da presença de Deus, essa jovem se presume certamente ser uma virgem. Essa mulher teria uma criança, e essa criança era para ser a prova da presença de Deus no meio do Seu povo, representado pelo nome ‘Immanuel , Emanuel, “com a gente por Deus.” O sinal seria a prova que a família real de Davi e, assim, a nação de Judá teria realmente um futuro glorioso[2].
Fazendo uma exegese desse versículo, podemos notar que toda a descrição é para o futuro, o uso do termo

Is foto 2

A expressão grifada a cima, é traduzida literalmente: “Eis a Jovem estará grávida, e dará a luz um filho, e chamará”, alguns judeus desconhecedores do hebraico bíblico, argumentam que todas as locuções estão no tempo presente. Eles ignoram que a partícula introdutória “hinnēh” sempre quando usada pelo profeta Isaías, é para introduzir acontecimentos futuro. Quanto ao adjetivo “Hâra” (Está grávida), pode sim ser vertido como “estará grávida”, visto que em uma expressão nominal, o tempo fica a luz do contexto, e como todas as expressões estão no tempo futuro, é lógico presumirmos que “Hâra” também está (confira Juízes 13.05).  O termo “chamar”, também o está, visto que o mesmo (o verbo chamar) é precedido por um “waw conversivo”, alterando assim o tempo verbal, de passado para futuro.
Enviado por e-mail pelo José Lima

  • [1] Allen Ross A Call for Faith and the Sign of Immanuel Isaiah 7:1-25

[2] Allen Ross A Call for Faith and the Sign of Immanuel Isaiah 7:1-25

Refutando um anti-missionário e pseudo Judeu

Anti-missionário  disse: PROVE que o CORDEIRO PASCAL servia como EXPIAÇÃO PELO PECADO, cf Ex 12.

 RESPOSTA E REFUTAÇÃO 


Esse anti-mssionário não conhece bem a teologia do B’rit Hadashah/Novo Testamento.


Havia dois objetivos na morte de Yeshua:
1 - Vencer a morte (oferecendo a Sua vida a nós)
2 - Expiar nossos pecados;

Yeshua, como cordeiro do Pessach, afastou a morte, e nos trouxe para a VIDA em YHWH. Exatamente como lemos na Torá:

"Porque YHWH passará para ferir aos egípcios, porém quando vir o sangue na verga da porta, e em ambas as ombreiras, YHWH passará aquela porta, e não deixará o destruidor entrar em vossas casas, para vos
ferir." (Shemot/Êxodo 12:23).
Isso foi cumprido no Pessach de Yeshua, onde Ele, como nosso cordeiro, ofereceu a Sua vida para que não morrêssemos - exatamente como cada cordeiro no Pessach morreu para dar vida à casa de cada família de
Yisra'el.

DEPOIS DISSO...

Nos dizem as Escrituras que Yeshua, na condição de Cohen HaGadol segundo a ordem de Malki-Tsedek, ofereceu o Seu precioso sangue como sacrifício de Kipur, no Yom Kipur.

"Mas o Mashiach, tendo se tornado Cohen Gadol das coisas boas que bêm do Tabernáculo que é maior e melhor em maturidade do que o primeiro, o qual não é feito por mãos, e não é desta criação, e não pelo sangue de
bodes e novilhos, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez por todas no santo lugar, tendo nos assegurado uma redenção eterna. Porque se o sangue de novilhos e bodes e também as cinzas da novilha vermelha, com os quais o cohen asperge os pecadores, purificam os corpos, quanto mais através daquilo pelo qual o Mashiach se ofereceu a Elohim, através da Ruach HaKodesh e sem nenhuma culpa, nós nos purificamos das obras mortas para a vida?" (Ivrim/Hebreus 9:11-14)

PROVE também que o ritual de KIPPUR (com suas korbanot) poderia ser praticado FORA DO TEMPLO, ou quando este NÃO existia.
 
 Não?

Exatamente. Ele não poderia ser praticado fora do Templo. Assim sendo, Yeshua é o único que pode realizar a purificação de Yisra'el. 

A Torá nos diz que Moshe construiu o Mishkan (Tabernáculo) - o qual  posteriormente evoluiu para o Templo - a partir de um padrão celestial que lhe foi apresentado.

"Conforme a tudo o que eu te mostrar para modelo do Mishkan, e para modelo de todos os seus pertences, assim mesmo o fareis." (Shemot/Êxodo 25:9)

E que padrão celestial era esse? Ora, o Templo Celestial de YHWH!

E é justamente nesse Templo que Yeshua adentrou no Yom Kipur (vide texto de Ivrim/Hebreus citado acima), cumprindo a Torá.

E quanto a Daniel e os demais justos exilados?
 
 Como EXPIAVAM seus pecados SEM TEMPLO e SEM KIPPUR?
 
 (vide Daniel 9)

A tática do anti-missioná rio é uma tática muito comumente utilizada, de dar uma referência bíblica sem citar o texto. Os inocentes olham e dão crédito, mas não lêem o texto. 

O texto citado, de Dani'el 9, não somente NÃO diz que foi feita expiação, como ainda CONTRADIZ o que o anti-missioná rio diz. De fato,
Dani'el ora pedindo perdão a YHWH. Mas, qual a resposta trazida por Gavri'el do trono de YHWH?

Vejamos:

"Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Yerushalayim, até ao
Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos. E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações." (Dani'el 9:24-26)

Justamente o prazo que é dado para a expiação coincide com o corte do Mashiach. Por que? Porque Mashiach viria fazer expiação dos pecados, caso o povo estivesse disposto a recebê-Lo e fazer teshuvá. Como isso não ocorreu, e Yisra'el permaneceu em iniqüidade, Yerushalayim foi destruída e, novamente, o povo foi exilado. 

E ainda:

Dani'el e os demais judeus confiavam na promessa do envio do Mashiach salvador. Assim sendo, eles tinham fé no Mashiach. O sacrifício de Yeshua é atemporal, pois foi trazido ao Templo Celestial, que está
acima do tempo. Dessa forma, Ele fez expiação igualmente por todos aqueles que O esperavam.

 E mais:
 
 Pode haver RETORNO DO EXÍLIO sem viddui e teshuvah? (vide Deut  30:1-3)
 
 Os judeus voltaram do exílio após 70 anos? (em 539 aEC)?

Teshuvá (retorno) é uma coisa - está ligado ao coração. Expiação é outra - está ligada ao perdão do pecado. A condição para retorno estabelecida pela Torá era a teshuvá. Há uma confusão de conceitos na cabeça desse ex-evangélico anti-missioná rio. E além disso, teshuvá é um PROCESSO, e não um ato isolado. Uma pessoa pode começar a teshuvá, porém cair, tropeçar ou mesmo deixar a teshuvá ao longo do decurso.
Aliás, isso ocorreu várias vezes com o povo na Torá, quando saiu de Mitsrayim (Egito.) Por vezes, o povo se arrependeu, pediu perdão, YHWH perdoou, e logo depois o povo caiu novamente. 

Além disso, o texto de Dani'el 9 é claro: Os judeus regressaram do exílio temporariamente, com a condição de que seguissem o Mashiach na teshuvá. Contudo, como isso não ocorreu, houve novo exílio. Será que ele desconhece a história? A maior prova de que a teshuvá não foi completa está no fato de que o povo sofreu novo exílio. Se o processo tivesse sido concluído, o povo não seria mais desterrado.

Se VOLTARAM, como obtiveram EXPIAÇÃO - por TODOS aqueles SETENTA  ANOS, nos quais ficaram SEM kapparah, nos termos expressos pelo   rito de  Kippur em Vaiykra?

Como vimos, o retorno foi permitido por YHWH em mérito da oração de Dani'el, e daqueles que a Ele suplicaram. YHWH, em sua infinita misericórdia e amor, deu uma chance a Yehudá de apressar o advento da
Era Messiânica (aliás, há até comentários rabínicos sobre essa possibilidade, profetizada em Yeshayahu/Isaí as - vide nosso estudo sobre os selos do Apocalipse) - como Yehudá não fez teshuvá, houve novo exílio.

Quanto ao tempo sem kapará, como dissemos anteriormente, o sacrifício de Yeshua é atemporal, e eficaz para expiar por todos aqueles que, antes de Seu advento, nEle esperavam.

Como podemos ver, o anti-missioná rio em questão usou de meias-verdades, além de mostrar desconhecimento da Torá, dos profetas, e o que é pior: do objeto de sua pretensa crítica. Como ficou evidente, ele sequer conhece a teologia do NT para criticá-la adequadamente. 

Mas, é bom que a verdade venha à tona, pois a verdade liberta, e mostra claramente que Yeshua é o Go'el (Redentor) de Yisra'el. Aliás, já que ele citou Dani'el, por que ele não explica a razão pela qual as
semanas de Dani'el apontam justamente para a vinda de Yeshua? Como poderia Mashiach ainda estar por vir, se as semanas de Dani'el já passaram? 

O SALMO 22.16 É UMA PROFECIA SOBRE A CRUCIFICAÇÃO DE JESUS?



No Manual Antimissionário do Rabino Bentzion Kravitz, na pagina 13, está escrito:
“...Similarmente, quando um missionário cita um verso das Escrituras Judaicas, temos de nos certificar de que o versículo está sendo traduzido corretamente. Por exemplo, o Salmo 22:17 da Bíblia Judaica quando traduzido corretamente lê-se: "Eles cercaram minhas mãos e pés como um leão", referindo-se ao Rei David sendo perseguido pelos seus inimigos, os quais são comumente citados como um leão (como em Salmos 7 e 17). Contudo, quando lida fora de contexto e mal traduzida, como "Eles furaram minhas mãos e meus pés", como aparece em versões cristãs, a passagem intencionalmente faz evocar pensamentos sobre Jesus...”.
Vejamos então se as afirmações do Rabino Bentzion Kravitz a respeito do Salmo 22.16 (17 no TM) estão corretas.
O Texto Massorético diz:
(um bando de) עֲדַת (cães,) כְּלָבִים (me cercam) סְבָבוּנִי (porque) כִּי
(me rodeia,) הִקִּיפוּנִי (malfeitores) מְרֵעִים
(e meu pé) וְרַגְלָי (minha mão) יָדַי (como leão) ךָּאֲרִי

De fato, as palavras כָּאֲרִי (kāʼărî) que encontramos no Salmo 22.16 (verso 17 no TM), significam “como leão”, da mesma forma que em Nm 24.9; Is 38.13 e Ez 22.25, isso é indiscutível. Mas foi o substantivo אֲרִי (ʼărî [leão]) que de fato foi escrito originalmente ou a verbo כָּאֲרוּ (kāʼărû)? כָּאֲרוּ (kāʼărû) pode ser uma variação arcaica de כָּרוּ (kāʼrû) que encontramos no Texto Massorético em Sl 57.6; 119.85 e Jr 18.20,22, a diferença entre as duas palavras se dá trocando a letra yud (י) que aparece no final de כָּאֲרִי (kāʼărî [como leão]) pela letra vav (ו) que aparece no final de כָּאֲרוּ (kāʼărû [eles cavaram]). Sem as vogais kāʼărî se escreve assim כארי e kāʼărû se escreve assim כארו. A letra vav (ו) forma a terceira pessoa plural do verbo no passado, que alguns estudiosos dizem ser do verbo כָּרָה (kārāh) que significa: “cavar”, “escavar”, “perfurar mediante escavação”, e que outros dizem ser da forma verbal da palavra כּוּר (kûr) que significa “perfurar”, “traspassar”.
Foi assim que os judeus tradutores da Septuaginta (a 1ª versão grega das Escrituras Hebraicas do Antigo Testamento, feita em Alexandria, entre 250-150 a.C., visando a conveniência dos judeus de língua grega), traduziram a Salmo 22.16 (21.17 na LXX) de acordo com o que leram nos manuscritos hebraicos de sua época:
ὅτι (porque) ἐκύκλωσάν (cercaram-) με (me) κύνες (cães) πολλοί, (muitos,) συναγωγὴ (um ajuntamento de) πονηρευομένων (malfeitores) περιέσχον (rodearam-) με, (me,) ὤρυξαν (eles cavaram) χει̂ράς (mãos) μου (minhas) καὶ (e) πόδας. (pés.)
Agora vejamos, no Texto Massorético Hebraico, as palavras כָּאֲרִי (kāʼărî [como leão]), aparecem no Salmo 22.16; Números 24.9; Isaías 38.13 e Ezequiel 22.25. Com a excessão do Salmo 22.16, os tradutores da Septuaginta, traduziram as palavras כָּאֲרִי (kāʼărî) em Números 24.9 como ὡς λέων (como leão), em Isaías 38.13 como ὡς λέοντι (como leão) e em Ezequiel 22.25 como ὡς λέοντες (como leão). Isso só vem a provar, que os tradutores da Septuaginta, sabiam muito bem qual era a diferença que existia entre כארי (como leão) e כארו ou כרו (eles cavaram), que certamente foi o verbo hebraico que eles encontraram no Salmo 22.16 (17 no TM) na família de manuscritos hebraicos que eles estavam usando em sua tradução.
Alguns defendem as traduções judaicas do Salmo 22.16 (17 no TM), dizendo o seguinte:
ὤρυξαν (cavaram) é aoristo, indicativo, ativo, da 3ª pessoa do plural do verbo ὀρύσσω (cavar). E da mesma forma que o verbo כָּאֲרוּ (kāʼărû) ou כָּרוּ (kāʼrû) não significa “furar”, o verbo grego ὀρύσσω também não significa “furar”. A palavra aparece 37 vezes na Septuaginta e em cada caso o significado é sempre “cavar” (uma tumba, um poço, um fosso, um buraco, etc.). Assim, uma tradução literal desta frase na Septuaginta não é “...Eles perfuraram minhas mãos e meus pés...”, mas, “...Eles cavaram minhas mãos e meus pés...”. Algo que não tem o menor sentido. Parece pouco provável, que os tradutores da LXX, estavam tentando descrever a crucificação ao traduzir o Salmo 22.16 (verso 17 no TM) com o verbo grego ὀρύσσω (cavar). Segundo a argumentação judaica, se de fato os tradutores judeus da LXX, quisessem exprimir o significado de “perfurar”, eles teriam usado o verbo grego ἐκκεντέω (traspassar).
De fato, foi o verbo ἐκκεντέω, que o escriba grego de João, usou em seu Evangelho (19.37), para se referir a profecia do profeta Zacarias (12.10):
Ὄψονται (olharão) εἰς (para) ὃν (quem) ἐξεκέντησαν. (traspassaram.)
(*) אֵת (para mim) אֵלַי (E olharão) וְהִבִּיטוּ 
(quem traspassaram) אֲשֶׁר־דָּקָרוּ

Observem que João está citando o texto hebraico e não a tradução da Septuaginta, pois a Septuaginta traduziu errado Zacarias 12.10:
καὶ (e) ἐπιβλέψονται (olharão) πρός (para) με (mim) ἀνθʼ (porque) ὡ̂ν (*) κατωρχήσαντο (insultaram-me)
O sentido correto do texto hebraico foi adotado em traducões posteriores (Áquila, Teodósio e Símaco), sendo essa também a forma que Inácio o cita (em Ep. Trall.10), como também Justino Mártir (em Apol. 1.77). A epístola de Barnabé também concorda com esta tradução. É quase certo, que os tradutores judeus da Septuaginta, traduziram errado propositalmente o verbo hebraico דָּקָרוּ (traspassaram) pelo verbo grego κατωρχήσαντο (insultaram), pois quem fala neste texto é YHWH, como parecia para eles impossível Deus ser “traspassado”, isso os motivou a usar o eufemismo “insultaram”, já que homens podem insultar a Deus, mas não traspassá-lo. Infelizmente, eles não sabiam que Verbo iria se tornar carne e armar tabernáculo entre nós (Jo 1.1,14).
Discordo da argumentação judaica, pelos seguintes motivos: Se os tradutores da LXX traduziram “...Eles cavaram minhas mãos e meus pés...”, é porque eles não quiseram fugir do significado literal do verbo hebraico que eles estavam traduzindo, que era כָּאֲרוּ ou כָּרוּ (eles cavaram), e por esse motivo, eles traduziram pelo verbo grego equivalente, que era ὤρυξαν (eles cavaram). Se o verbo hebraico fosse, por exemplo, דָּקָר (traspassar) eles teriam traduzido pelo verbo grego equivalente que é ἐκκεντέω (traspassar). Além do mais, os tradutores judeus da LXX, não estavam tentando descrever a crucificação, pois eles sequer sabiam o que era isso, já que a execução por crucificação foi criada muitos anos mais tarde pelos romanos, hoje é que nós sabemos que o Salmo 22, é um texto de duplo sentido, sendo também uma profecia messiânica, descrevendo de forma precisa o momento da crucificação.
Quanto ao verbo ὀρύσσω (“cavar”) também significar “perfurar”, sabemos que a Vulgata, em geral, foi uma tradução do hebraico por Jerônimo, porém, a seção de Salmos nesta versão não foi traduzida a partir do hebraico. O livro de Salmos na Vulgata é uma tradução de Jerônimo a partir da Septuaginta, Jerônimo traduziu o Salmo 22.16 (21.17 na LXX) assim:
“Quonian (Porque) circumdederunt (cercaram-) me (me) canes (cães) multi (muitos) concilium (uma reunião de) malignantium (malfeitores) obsedit (sitiaram-) me (me) foderunt (cavaram [ou] perfuraram) manus (mãos) et (e) pedes (pés) meos (meus)”
Jerônimo traduziu o verbo grego “ὤρυξαν” (“cavaram”), pelo verbo latino “fōdērunt” que é terceira pessoa plural perfeito indicativo de “fodio”, que significa tanto “cavar” quanto “perfurar”. Sir Lancelot C. L. Brenton, traduziu ὤρυξαν por “they pierced” (“eles perfuraram”), na sua tradução da Septuaginta para o inglês em 1851, no Salmo 22.16 (21.17 na LXX). É óbvio que “eles cavaram minhas mãos e meus pés”, não tem sentido, pois o contexto imediato está mostrando claramente, que neste texto, “cavaram”, tem o sentido de “perfuraram”.
Alguns eruditos judeus dizem que nós temos apenas um palpite de que כָּאֲרוּ (kāʼărû) pode ser uma variação arcaica de כָּרוּ (kāʼrû), porém, é um palpite bem convincente, no livro de Salmos, o aoristo, indicativo, ativo, da 3ª pessoa do plural do verbo ὀρύσσω (ὤρυξαν) aparece duas vezes, no Salmo 22.16 (21.17 na LXX) e no Salmo 57.6 (56.7 na LXX). Se no Salmo 57.6 ὤρυξαν está traduzindo כָּרָה (kārāh [cavar]) na sua terceira pessoa plural do verbo no passado כָּרוּ (kāʼrû [cavaram]), a possibilidade do mesmo ter acontecido no Salmo 22.16, é muito grande, uma vez que agora temos a confirmação do pergaminho de Naḥal Ḥever, do qual estaremos falando mais adiante.
Além do mais, o aparato crítico da Biblia Hebraica Stutgartensia, na página 1104, nos dá o seguinte resumo da evidência textual acerca da leitura do Salmo 22.16 (17 no TM): Vemos que a maioria dos manuscritos hebraicos disponíveis apoiam a leitura כָּאֲרִי (kāʼărî). Uns poucos, entre 3 a 10 manuscritos, apoiam a leitura encontrada no pergaminho de Naḥal Ḥever, isto é, כָּאֲרוּ (kāʼărû), e dois manuscritos apoiam a leitura כָּרוּ (kāʼrû). Isso prova duas coisas: 1º Os cristão não inventaram a palavra כָּאֲרוּ (kāʼărû). 2º Existiam copistas que acreditavam que כָּרוּ (kāʼrû) é uma forma recente da forma arcaica כָּאֲרוּ (kāʼărû).
A Bíblia Hebraica da Editora Sefer, uma tradução judaica em língua portuguesa, traduz assim o Salmo 22.17:
“Cães me cercam, uma turba de perversos me rodeia, atacam meus pés e minhas mãos como se fora um leão.”
Como podemos ver, o problema das traduções judaicas do Salmo 22.16 (verso 17 no TM), é que elas não tem o mínimo sentido, a não ser que entendamos esse “...como...” como primeira pessoa do presente do verbo “comer”, “...como leão minha mão e meu pé...”, pois obviamente esta faltando um verbo. No caso da tradução acima, o verbo “...atacam...” não se encontra no texto hebraico e foi inserido pelos tradutores David Gorodovits e Jairo Fridlin, na tradução da Bíblia Hebraica (Sefer) em Português, como vocês podem conferir na tradução interlinear, sentido horizontal, logo acima.
Nós também poderíamos pontuá-lo de forma diferente como sugere o Rabino Bentzion Kravitz:
“Porque me cercam cães, um bando de malfeitores, me rodeia como leão, minha mão e meu pé.
Porém, um outro motivo que nos leva a crer que אֲרִי (ʼărî [leão]) não seja a leitura original do Salmo 22.16 (verso 17 no TM), é que é muito improvável que o autor tenha usado duas grafias diferentes da mesma palavra, havendo apenas dois versículos entre elas, pois no versículo 13 (verso 14 no TM), a palavra leão é escrita com a grafia אַרְיֵה (ʼaryēh).
A designação “Texto Massorético” (do latim “Textus Masoreticus” e do hebraico “Nussaḥ ham-Māsôrâ”), é uma expressão criada e utilizada pelo mundo acadêmico. Tal denominação refere-se a uma família de manuscritos hebraicos da Bíblia, da Idade Média, sendo que todos apresentam notáveis semelhanças entre si. O Texto Hebraico Massorético é a fonte primária de quase todas as traduções das Escrituras Hebraicas do Antigo Testamento para vários idiomas no mundo. Os manuscritos mais importantes que hoje representam o texto massorético são:
Códice de Leningrado: Firkowitch I. B19a (L)
O Códice L, também conhecido pelo título de Codex Leningradensis, ou ainda, oficialmente, como Firkowitch I. B19a ou como EBP. I B19a, foi produzido por uma única pessoa, Samuel ben Jacó, em 1008 ou 1009 d.C, no Cairo, no Egito. Este documento é o mais antigo manuscrito massorético que contém a totalidade do texto da Bíblia Hebraica. Além do texto bíblico, o Códice L possui anotações massoréticas. No final de seu texto, existe uma listagem contendo 246 diferenças textuais entre os massoretas ocidentais e orientais, uma recensão do tratado Diqduqê ha-Ṭe‘amim, além de outras listas e dados massoréticos. Ocasionalmente, sua massorá menciona autoridades massoréticas como Bem Asher, Ben Naftali, entre outros massoretas. Além disso, o referido manuscrito menciona alguns códices massoréticos perdidos (os códices Muga e Ma'zora’ Rabba’).
Códice de Alepo ou Ms. Nº 1 do Instituto Ben-Zvi (A)
Esse códice massorético é conhecido por diversos nomes: Códice de Alepo, Codex Alepensis, no hebraico é conhecido como “keṯer ’ārām ṣôḇâ” , “Coroa de Alepo”), entre outros nomes. Atualmente, pertence ao Instituto Ben-Zvi de Jerusalém, em Israel, sendo designado como Manuscrito Nº 1. Teria sido escrito por Salomão ben Buya‘a e, segundo a tradição massorética, também por Aarão ben Asher, entre 925 e 930 d.C, em Tiberíades, na Palestina. Ben Buya‘a teria escrito o texto consonantal, enquanto Ben Asher teria se encarregado de colocar a vocalização, a acentuação e as notas massoréticas. O manuscrito abrangia a Bíblia Hebraica inteira, todavia, atualmente encontra-se em estado fragmentário. Seu texto começa com a última palavra de Deuteronômio 28.17 e termina em Cântico dos Cânticos 3.11. Além do texto bíblico, esse códice possui anotações massoréticas.
Códice da Biblioteca Britânica: Oriental 4445 (B)
Este códice, classificado como Oriental (inglês: Oriental, abrev.: Or.), faz parte da coleção de antigos manuscritos hebraicos da Biblioteca Britânica de Londres, na Inglaterra e seu texto abrange o Pentateuco de Gênesis 39.20 a Deuteronômio 1.33, porém, faltam vários trechos. O Códice B surgiu por volta do final do século IX, sendo de procedência persa. Segundo os eruditos, o massoreta responsável por sua composição teria sido, possivelmente, Nissi ben Daniel ha-Kohen, o qual seria o responsável pela produção inteira do documento, compondo o texto consonantal e adicionando a vocalização, a acentuação e a massorá. Até o momento, não foram produzidas ainda edições fac-símiles ou outras do Códice B. Contudo, desde 1990 Dotan dirige um projeto franco-israelense para uma edição acadêmica do texto e da massorá do referido manuscrito.
Códice do Cairo dos Profetas ou Códice Gottheil 34 (C)
O Códice C, chamado de Codex Cairensis e, ultimamente, também de Códice do Cairo: Gottheil 34, contém o texto dos Profetas Anteriores (de Josué a 2 Reis) e dos Profetas Posteriores (de Isaías a Malaquias). O responsável por sua composição, segundo a tradição massorética, teria sido Moisés ben Asher, em torno de 895 e 896. Atualmente, pelos estudos mais recentes, o manuscrito é datado entre 990 e 1170. O Códice C pertence à sinagoga caraíta Mussa Dar‘i, do Cairo, no Egito. Além do texto bíblico, o Códice C possui anotações massoréticas. Algumas vezes sua massorá menciona autoridades massoréticas, como o rabino Moisés Moḥeh. Talvez seja o manuscrito mais antigo dos profetas.
Códice Petropolitano Babilônico ou Códice de Leningrado: Firkowitch I. B3 (P)
Este códice é conhecido por diversos nomes: Codex Petropolitanus Babylonicus, Firkowitch I. B3, EBP. I B3 e Códice P. Tal documento, pertencente ao acervo da Primeira Coleção Firkowitch da Biblioteca Nacional Russa de São Petersburgo, contém os livros dos Profetas Posteriores: Isaías, Jeremias, Ezequiel e os Doze Profetas. Segundo os estudiosos, é datado de 916 d.C, sendo composto na Babilônia. O Códice P contém anotações massoréticas e sua vocalização é de tradição babilônica, mas com nítida influência do sistema desenvolvido em Tiberíades. Sua massorá também reflete misturas de tradições massoréticas e, praticamente, é de configuração também tiberiense.
Códice Reuchliniano ou Códice de Karlsruhe 3 (R)
Este documento é conhecido pelos seguintes nomes: Codex Reuchlinianus, Códice de Reuchlin, Códice de Karlsruhe 3 e Códice R. Surgiu por volta de 1105 e 1106 d.C, na Itália e encontra-se, atualmente, em Karlsruhe, na Alemanha. Seu sistema de vocalização massorética concorda mais com Ben Naftali do que com Ben Asher. Além do texto bíblico e massorá, este manuscrito também contém o Targum de Jônatas ben Uziel em alguns livros bíblicos. Edições: Alexander Sperber, The Prophets According to the Codex Reuchlinianus (Leiden, 1969).
Já os manuscritos hebraicos do Texto Consonantal Massorético (do hebraico “Ṭeqsǝṭ Qǝḏam-Mǝsôrāṯî”), anterior à época dos massoretas, que recebem a denominação de “Texto Protomassorético” ou de “Texto Protorabínico”, o qual não continha ainda a vocalização, a acentuação e o aparato massorético desenvolvidos somente durante a Idade Média, é uma das famílias de manuscritos da Bíblia Hebraica, padronizado por volta do ano 100 d.C, mas que na época de Cristo convivia ao lado, de pelo menos, outras duas famílias de manuscritos hebraicos: Uma representada hoje pela Septuaginta Grega e outra representada pela Torá Samaritana.
Geza Vermes, um dos maiores especialistas em Manuscritos do Mar Morto, nos diz o seguinte no seu livro “Os Manuscritos do Mar Morto”, Editora Mercuryo, na pagina 27:
“...Na realidade, alguns dos fragmentos refletem aquilo que mais tarde se tornou o texto massorético; outros se assemelham ao embasamento hebraico do Septuaginto grego; outros ainda lembram a Torá samaritana ou o Pentateuco, a única parte da Bíblia que os judeus de Samaria aceitaram como Escritura. Alguns fragmentos de Qumran representam uma mistura desses, ou algo totalmente diferente. Deveríamos notar que, porém, nenhuma dessas variações afeta a mensagem das Escrituras em si...”
No livro “Introdução Bíblica” de Norman Geisler & William Nix, Editora Vida, nas páginas 196 e 197 nos dizem o seguinte:
“...No entanto, há uma questão grave no que concerne à Septuaginta: Há passagens em que ela difere do Texto Massorético, e outras em que os rolos do Mar Morto concordam com a Septuaginta, em oposição ao texto hebraico. Podem-se indicar várias passagens que sublinham essa constatação, como Deuteronômio 32.8, Êxodo 1.5, Isaías 7.14, Hebreus 1.6 (KJV) que cita Deuteronômio 32.43. Além disso, os rolos do mar Morto também contêm alguns dos textos apócrifos do Antigo Testamento, como o Salmo 151, só conhecidos mediante a LXX. A partir das evidências dessas variantes de vários textos, podemos observar três tradições básicas do Antigo Testamento: a massorética, a samaritana e a grega (LXX). Em geral o Texto Massorético é o melhor, mas em várias passagens a LXX o supera. O Pentateuco samaritano reflete diferenças sectárias e culturais em relação ao texto hebraico, e a LXX é uma tradução, não um texto original. No entanto, quando ambos concordam entre si, contra o texto massorético, é provável que reflitam o texto original...”
É isso que muitos não entendem, quando o Novo Testamento faz citações do Antigo Tentamento, o faz baseado nas várias famílias de manuscritos hebraicos que conviviam harmoniosamente no período do segundo templo, e não somente com base em uma única família de manuscritos, hoje conhecidos como Protomassoréticos. Anteriormente, os eruditos achavam, que as diferenças na Septuaginta, resultavam de erros ou mesmo de invenções deliberadas dos tradutores. Agora, os rolos do mar morto, revelaram que muitas das diferenças, realmente, se deviam a variações nos manuscritos hebraicos. Isto explica alguns dos casos, em que os primeiros crentes, citavam textos das Escrituras Hebraicas usando fraseologia diferente do Texto Massorético. Por exemplo: Compare Êxodo 1.5 com Atos 7.14. É importante lembrar, que segundo Shiffman, 60% dos manuscritos do mar morto podem ser classificados como sendo do tipo Protomassorético, 20% são do tipo Protomassorético, mas no estilo de Qunram, 5% são do tipo Protosamaritano, 5% são do tipo Septuagintal e 10% não foram alinhados (L. Shiffman, Reclaiming the Dead Sea Scrolls, Yale University Press; illustrated edition (2007). Sendo assim, o Texto Massorético continua sendo o nosso texto base na representação do original hebraico, mas temos que levar em conta, que em alguns lugares, a Septuaginta e a Torá Samaritana (no que diz respeito aos livros de Moisés), podem representar o que realmente estava escrito no original hebraico.
E sobre a profecia não ser citada no novo Testamento?
Se o Salmo 22 nada falasse acerca dos eventos que aconteceram durante crucificação, eu também ficaria desconfiado, sobre a leitura do Salmo 22.16 realmente ser “eles perfuraram”, porém, vejo que várias partes deste Salmo é uma profecia da crucificação:
Salmo 22.1 * Mt 27.46 e Mc 15.34
Salmo 22.7 * Mt 27.43
Salmo 22.15 * Jo 19.28
Salmo 22.16 * Lc 24.39 e Jo 20.20,25,27
Salmo 22.18 * Mt 27.35; Mc 15.24 e Lc 23.34 e Jo 19.24

Foi encontrado um manuscrito de Qumran, designado 4QPsf que tem os versos do Salmo 22.14-17. No entanto, este documento não é legível precisamente neste ponto. Mas Ĕlôhîm em sua providência, permitiu que fosse encontrado um pergaminho em Naḥal Ḥever, um vale que fica a cerca de 30 km ao sul de Qumran. O documento é designado como 5/6ḤevPs e faz parte de uma coleção de cinco que foi descoberto pela primeira vez em 1951 ou 1952, por Beduínos em Naḥal Ḥever em Israel. Os estudiosos não examinaram este pergaminho até meados de 1990. Este pergaminho foi escrito em escrita quadrada herodiana, datando entre 50 e 68 dC, e é mais de 1000 anos mais antigo do que o representante mais antigo do Texto Massorético.
Finalizando, diante do exposto até agora, o Salmo 22.16, tem 99,9% de chances de ser uma profecia acerca da crucificação de Jesus.
Em anexo: Duas imagens do pergaminho de Naḥal Ḥever, debaixo da 1ª imagem eu escrevi em ktav ashuri quadrada herodiana (que é a mesma escrita usada no pergaminho) uma parte do Salmo 22.16 onde também eu destaco nesta escrita as palavras כארי e כארו.
Shalom U Vracha (Paz e Benção)


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